5 de outubro de 2016 foi a data escolhida para a inauguração do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, o novo pólo cultural que cruza três áreas num espaço de debate, de descoberta, de pensamento crítico e de diálogo internacional. Um desafio de monta para Pedro Gadanho, o arquiteto e curador que deixou o MoMA em Nova Iorque para assumir o lugar de diretor de programação da que promete ser a nova atração turística da cidade.

«O estar agora num museu de arte, arquitetura e tecnologia, no fundo, é assumir que a arquitetura é tão cultura quanto a arte e tem tanto impacto quanto a tecnologia», diz. Em entrevista à Saber Viver, o responsável, nascido na Covilhã em 1968, vai ainda mais longe. «As três conjugadas fazem sentido para se falar sobre as transformações que à vezes nos preocupam mas que, principalmente, nos podem levar para uma vida melhor», considera mesmo.

«A proposta era muito excecional. Não é todos os dias que se lança um museu», justifica ainda. Situado nas margens do rio Tejo, na zona de Belém, o MAAT foi projectado pelo ateliê AL_A, liderado pela arquitecta britânica Amanda Levete. Tem uma área de 7.000 metros quadrados disponíveis para receber exposições sobre artes visuais e multimédia, arquitectura e cidade, tecnologia e ciência, sociedade e pensamento.

Como está a correr este desafio?

Excitante. Comecei em outubro [de 2015] e até há data já abrimos quatro exposições e a remodelação de um espaço gigante como é a Central Tejo. Tem sido uma coisa muito intensa. Estive quatro anos no MoMA, a família ficou lá três anos e mudámo-nos para a casa de Lisboa que já cá tinhamos.

Voltaram todos cheios de saudades?

Sim. Apesar de tudo a qualidade de vida aqui é muito superior. Em Nova Iorque, tem de se ser milionário para se ter uma qualidade de vida como a de Lisboa com poucos meios. Claro que, no início, os miúdos tinham saudades e queriam estar em New York City (risos). Mas foi bom o regresso.

Vamos voltar atrás. Foi escolhido entre milhares de candidatos para ser curador no MoMA...

Centenas. Não exageremos...

Mas foi escolhido. Foi difícil deixar Nova Iorque e aceitar a proposta do MAAT?

Não, porque a proposta era muito excecional. Não é todos os dias que se lança um museu. Não só lançar, como definir a filosofia e tudo aquilo que vai dizer respeito ao perfil do museu. Este é um projeto que, como se pode imaginar, só duas ou três pessoas no mundo inteiro têm de dez em dez anos. Ainda por cima em Portugal, permitindo o regresso à Europa, que era onde eu queria regressar, porque não me dei particularmente bem com a cultura dos Estados Unidos.

Por isso, não tenho sequer tido saudades de Nova Iorque. Aliás, quando soube que estava de saída, costumava gracejar que agora ía ter o melhor de Nova Iorque que era visitá-la, com uma rede de contactos lá, etc. Por isso, saber onde ir imediatamente. De facto, as grandes cidades têm essas características.

O novo museu da capital visto por quem melhor o conhece

Veja na página seguinte: O que o MAAT vem mudar na oferta cultural da capital

Nos dias que correm as cidades continuam a exercer um importante poder de atração…

Sim, são muito atrativas num determinado período da vida. Atraem muita gente jovem que se quer afirmar num determinado período mas depois, quando se começa a formar família e a educar os filhos, começam a ser cidades complicadas. Difíceis. E não são difíceis no sentido de não se conseguir fazer, mas de não se ter prazer em o fazer. Começa a ser mais difícil manter-se no mesmo local da cidade, porque as rendas começam a subir.

A pressão é muita, mesmo para os filhos estudarem. Por isso, existe essa pressão que torna essas cidades menos interessantes. E, depois, é claro que têm uma grande oferta cultural, mas às vezes nem se beneficia disso, porque se está ocupado com o dia a dia.

Acaba por não se ter a vantagem de estar ali numa grande cidade com uma grande oferta. Lisboa de resto tem uma grande oferta cultural, excecional considerando o tamanho da cidade.

Desde que saiu do país, acha que Lisboa mudou, melhorou a sua oferta cultural?

Não sei se a oferta cultural melhorou, porque quando parti, em 2012, já havia uma oferta cultural muito vasta. Mas aumentou seguramente a presença dos turistas. E eu sentia isso quando vinha a Lisboa de seis em seis meses. Havia mais restaurantes abertos, mais lojas, mais gente nas ruas.

Lembro-me de que, quando vivia aqui em 2012, a partir de maio já se começava a sentir mais oferta turística e, agora, a partir de fevereiro já se sente o que antigamente se sentia em agosto. Houve um salto muito grande e isso é vantajoso para a cidade, para a economia da cidade e até para o comopolitanismo da cidade, embora seja um processo que se não for cuidado pode degenerar numa situação um pouco caótica e desagradável.

Isso é o que eu chamo a barcelonização, digamos assim, de Lisboa, que é o facto de, de repente, o turismo ser tão omnipresente que os habitantes da cidade começam a achar que a cidade já não é para eles. Começam a sentir-se empurrados ou afastados. Portanto, é um risco que nós podemos evitar aprendendo com os erros do passado.

Barcelona continua a ser uma cidade belíssima, muito atrativa, mas que teve problemas graves de manifestações dos habitantes contra os turistas. Há que encontrar um equilíbrio. Não é travar, mas encontrar um equilíbrio em que a convivência daqueles que estão e daqueles que passam por cá seja equilibrada.

Aliás, noto menos problemas em Lisboa a esse respeito do que em Barcelona, porque aqui o turismo, apesar de tudo, não é aquele turismo quase violento, de álcool e noitadas que causava uma enorme perturbação na cidade. Aqui há um turismo mais equilibrado, acho eu. E não é tão pé descalço quanto se diz.

Veja na página seguinte: Como funciona o programa de fidelização de 20 euros por ano do museu

Mas era um turismo de pé descalço, não era?

Neste momento, é muito mais caro vir para Lisboa do que qualquer outra cidade na Europa. Não é uma cidade em que venha qualquer um. Mesmo apesar das low cost. Nesse sentido haverá uma seleção natural. Mas, no nosso caso, como um museu que se está a começar que se está a afirmar, esse público é muito importante, porque é um público que tem uma certa cultura e vem cá passar o fim de semana.

Quer ter uma experiência gastronómica, quer passear, quer apanhar sol e quer visitar um museu. Digamos que é o perfil típico do visitante europeu de cidades ao fim de semana. É importante para um museu novo que se quer internacional, não só a nível de conteúdos, mas também ao nível do púlico que passa por aqui.

E o que facto é que, alguns dias depois da inauguração das primeiras exposições do MAAT e de termos feito alguma publicidade nos circuitos turísticos, temos tido mais visitantes estrangeiros do que portugueses. O que, sendo positivo, não queremos necessariamente que assim seja. Por isso, estamos a criar também programas de membership que torne o museu atrativo para todos.

Um programa de fidelização de 20 euros por ano, não é assim?

Tendencialmente gratuito para o público português porque, por 20 euros, vê entre 15 a 18 exposições por ano. É uma forma de contornar uma obrigação legal que nós temos que é a de não poder fazer distinção de preços nacionais e estrangeiros. Mas claro que o poder de compra de alguém que vem de fora e está habituado a pagar 15 a 20 euros por uma entrada de um museu é muito diferente daquele que os portugueses têm.

Temos consciência disso e quisemos criar uma forma de aliciar o regresso de entrada no museu, acabando por ficar cada visita a uma exposição a um euro por duas pessoas. As pessoas também têm de valorizar aquilo que vêm visitar. O preço era importante mas queremos que esse valor tenha o menor impacto possível e que ajude, com o tempo, a criar a sensação de que as pessoas podem fazer parte do museu.

São membros e têm presença privilegiada. Fazem parte da casa. São parte do museu. Esperemos que as pessoas sintam que, por um pouco mais, podem regressar gratuitamente sempre que quiserem.

Esperemos que traga fidelização, que as pessoas sintam que não vão só ao museu para o conhecer, mas que gostem da experiência e que voltem quando mudarem as exposições, e tornem essa experiência num hábito. Um hábito de fim de dia e de fim de semana. E digo de fim de dia porque decidimos estender o horário até às 20h00.

Veja na página seguinte: A explicação para o horário de abertura tardio

Mas abrem só ao meio-dia…

Sim. Não podemos estar abertos dez horas por dia. O Palais de Tokyo funciona do meio-dia até à meia-noite. Já há muitos museus que funcionam nestes horários. Ainda agora estava na Suíça e fui a um museu que abria às 11h00. Há uma espécie de mudança para apanhar o público mais ao fim do dia.

Assim, o comum dos mortais que está a trabalhar o dia todo e quer visitar um museu, ainda tem uma hora do final do dia para o fazer...

Sim, claro. Acho que foi uma das grandes surpresas da remodelação da Central Tejo, até para nós, foi o facto de ao demolir o muro que separava o recinto do pátio do rio, quase que criámos aqui uma nova praia. Começámos logo a pensar em montar aqui umas espriguiçadeiras e criar uma esplanada com street food, para as pessoas virem usufruir do final do dia, porque realmente é um lugar excecional.

E, entre uma exposição e um copo, pode ter-se uma experiência muito diferente de Lisboa. Nesse sentido, precisávamos de estar abertos um pouco mais tarde. Imagino que muitas pessoas que estão nas filas de trânsito para ir para o Estoril ou para Cascais, em vez de estarem no para-arranque durante uma hora e meia, podem parar aqui uma hora a divertir-se.

Como é o dia a dia de um diretor de museu?

Bem, muitas reuniões, muitas viagens… Neste momento, estamos a fazer um esforço de relações públicas e dar a conhecer o museu aos nossos colegas internacionais, também no sentido de fazer parcerias para o futuro. Mas é uma atividade relativamente constante, uma vez que temos artistas estrangeiros a trabalhar connosco em exposições e exposições que envolvem tanto portugueses como estrangeiros.

É muito comum haver uma visita regular a outros museus, outras exposições para falar com artistas, para estabelecer parcerias para projetos. As viagens são uma constante. Já o eram no MoMA e continuam aqui, por razões ligeiramente diversas. E muitas reuniões a receber pessoas, para falar de parcerias na cidade, com entidades locais.

É uma equipa pequena, mas intensa, de definir a identidade gráfica do museu até às iniciativas que se fazem, ao programa educativo… Tudo isso envolve um trabalho de equipa muito intenso, como equipa jovem. Por isso, com muita disponibilidade para ser criativa.

Maat ou Ma'at é a deusa egípcia da justiça, da verdade e do senso de realidade,  assegurando o equilíbrio cósmico...

Quando eu descobri essa coincidência do nome, achei que estava absolutamente correto, que tínhamos encontrado o nome perfeito. Procurei no Google e a única coisa que aparecia era essa deusa da justiça e da verdade e, portanto, achei que era uma metáfora fantástica para um museu de arte.

Não serão a arte, a arquitetura e a tecnologia três disciplinas que, tanto juntas como separadas, equilibram a vida do homem?

Claro. Sempre achei que a estética está muito ligada à ética e que todas as disciplinas que lidam com a estética são muito importantes para o nosso equilíbrio, para o sentido da nossa vida. Como adolescente adorava cinema, literatura... E fui para arquitetura quase como um compromisso entre esse amor pelo cinema e pela literatura.

Por artes muito mais puras e por uma arte que, apesar de tudo, se realiza no quotidiano e tem consessões à tecnica, etc. etc. E não me arrependo, porque foi uma disciplina que me abriu o mundo para muitos outros campos e que, ainda hoje em dia, sinto que utilizo os ensinamentos que aprendi na faculdade, apesar de praticamente ter deixado de fazer arquitetura. Mas faço o gosto ao dedo no sentido de quando fazemos remodelações participo muito intensamente sobre a forma de como devemos organizar os espaços.

E a tecnologia onde fica?

Com a questão da tecnologia e do impacto que tem nas nossas vidas hoje em dia, existem fatores fundamentais na transformação da sociedade, desde a cidade à tecnologia e o modo como a arte nos apresenta reflexões à nossa volta. Portanto, sim, acredito que se encontra uma verdade um equilíbrio, uma justiça que é importante.

Veja na página seguinte: O orçamento de milhões que, ainda assim, é escasso

Qual é a sua leitura em relação à oferta museológica de arte contemporânea no nosso país?

Não nos podemos queixar face ao tamanho da cidade que temos. Foram criados espaços independentes. Houve uma fase a partir dos anos 90 de uma abertura de uma série de núcleos que vieram redinamizar a oferta cuktural na cidade. Já havia o CAM da Gulbenkyan, depois criou-se a Culturgest e o Museu Berardo, no CCB.

Surgiram outros espaços de arte contemporânea independentes, muitas galerias de arte na cidade, uma série de inciativas que asseguraram uma oferta cultural rica. Apesar de tudo, se calhar, era um meio relativamente fechado a que o público em geral tinha menos acesso. Espero que o MAAT contribua para uma leitura mais abrangente e mais aberta de que a arte contemporânea é para todos.

Miguel Coutinho, o diretor executivo da Fundação EDP, proprietária do MAAT, em declarações à imprensa afirmou que este espaço «será incontornável no panorama da cultura em Portugal», sem ser «exclusivo para as elites». Concorda?

É preciso não esquecer que eu vim de uma experiência, do MoMA, com cerca de três milhões de visitantes, onde era a elite que se queixava da massificação do museu… [risos] Trata-se de uma democratização da arte moderna e contemporânea, e de afirmar a sua importância enquanto instrumento de reflexão sobre a nossa cultura. Nesse sentido, claro que eu trato essa herança e acho que o MAAT pode almejar estar a esse nível.

A arte contemporânea exige que as pessoas se envolvam, que percebam alguns códigos mas esses códigos podem ser explicados. Normalmente, a arte contemporânea é sobre ideias. É sobre aquilo que os artistas estão a pensar do mundo à sua volta. Se essas ideias se compreenderem, de repente faz-se o ah do espanto de perceber que aquela obra está a dizer mais do que aquilo que se apanha à primeira vista.

E, nesse sentido, como cria essa envolvência, hoje em dia até com mais interatividade e espetáculo, a arte contemporânea tem conquistado novos públicos. Mas esse trabalho em Portugal ainda não se fazia tão conscientemente, tão claramente. E sentimos que é altura de mudar e MAAT é uma oportunidade para experimentar alargar esses públicos.

Apesar de ter dois milhões de euros de orçamento para a programação anual, ao que se diz um valor semelhante ao da Fundação de Serralves, afirmou à imprensa que, «não é muito».

Não, qualquer instituição internacional, claro que tem um budget superior a esse, até porque fazer uma exposição é caro. Se fizermos 15 ou 18 exposições por anos, quase 20, mais programa educativo, mais o pessoal que está a trabalhar, cedo se percee que os orçamentos não são muito elevados. Claro que há umas exposições que têm maior investimento e outra menos e a coisa compensa por aí.

Em Portugal, ainda conseguimos com esforço fazer as coisas de forma mais económica do que noutros centros. Mas, se queremos estar num circuito internacional, que foi também o que permitiu a Serralves chegar onde chegou, temos de trabalhar com os mesmos nomes e com o mesmo nível de impacto. E isso tem um custo! Eu costumo dizer que não se fazem omeletes sem ovos.

Veja na página seguinte: O que vai acontecer ao edifício da Central Tejo

O Museu da Eletricidade no edifício da Central Tejo, que funcionou como fábrica termo-elétrica entre 1914 e 1975, como hoje o conhecemos vai desaparecer?

Já desapareceu o Museu da Eletricidade enquanto marca, mas os conteúdos que faziam parte do museu continuam a aparecer. Criámos o circuito museológico da Central Tejo onde esses conteúdos aparecem redesenhados, com um ar mais contemporâneo e fresco, porque foram sofrendo algumas alterações, mas tinham uma linguagem que vinha dos anos 70 e 80 e aí houve quem dissesse que sentia um salto no tempo em relação a essa apresentação.

Eu tenho levado lá alguns visitantes estrangeiros e a surpresa é sempre presente, porque já não são muitos os espaços no mundo que tenham guardado este tipo de património industrial. Este é um daqueles que vai ter um sucesso redobrado e renovado. Estávamos a receber 100.000 crianças por ano e esses vão continuar a acontecer, mas o público em geral vai ter oportunidade de descobrir algo que era uma pérola quase escondida.

A experiência não acaba na arte contemporânea, mas continua também com essa visita monumental aquilo que foi a aestação elétrica que serviu Lisboa até aos anos 60 e, portanto, com maquinaria do princípio do século XX. Aliás essa é uma das caraterísticas do museu, assim que estiver concluído o edifício da arquiteta Amanda Levete, é o facto de oferecer dois exemplos de arquitetura muito significativos do princípio do século XX e do princípio do século XXI.

Esse diálogo torna o campus da Fundação EDP num sítio único. Assim, para além do circuito museológico, estamos a começar a construção de um jardim que envolve os dois edifícios e que estará pronto e março de 2017, quando também houver exposições a ocupar o espaço do novo edifício, o que faz com que o campus, toda esta área, seja ainda mais rica ao nível da oferta da experiência que se pode ter aqui. Não se virá só visitar uma exposição, mas ter toda uma experiência.

Porquê a escolha ter recaído numa arquitecta britânica, Amanda Levete, também responsável pelo projecto de ampliação do Victoria & Albert Museum, em Londres.? Foram a concurso?

Não, não houve concurso. Havia já uma relação pessoal da direção da EDP com ela. Era uma arquiteta que estava a ter uma afirmação definitiva e era uma mulher, um fator muito importante, para não serem sempre os arquitetos homens. Só isso, para mim, significaria uma boa escolha.

O Pedro Gadanho já fez de tudo. Foi diretor de museu, curador, editor de uma revista e de um blogue, escritor, professor de arquitetura e arquiteto... O que lhe falta fazer?

Faltam sempre coisas para fazer na vida. Há sempre a possibilidade de mudar radicalmente e de fazer outras coisas. Sempre vivi preocupado em manter a consciência de que a arquitetura também é cultura e é enquanto cultura que se realiza. Enquanto curador, diretor de um museu, a ideia é a de ampliar audiência.

Não faz sentido fazer grandes investimentos em cultura para depois ninguém ver ou poucos verem. A arquitetura expressa os valores do seu tempo, da sociedade. Se lhe retiramos esse carácter para ser um mero serviço técnico, obviamente que estará a perder o seu valor histórico.

O estar agora num museu de arte, arquitetura e tecnologia. No fundo, é assumir que a arquitetura é tão cultura quanto a arte e tem tanto impacto quanto a tecnologia, e que as três conjugadas fazem sentido para se falar sobre as transformações que às vezes nos preocupam mas que, principalmente, nos podem levar para uma vida melhor.

Texto: Joana Brito com Artur e MAAT (fotografias)