"Vim para ver se era verdade, se realmente havia um museu do pénis em Reykjavik", disse o turista americano Jerry Anderson à AFP, sorrindo enquanto olhava para o falo de um cachalote, o maior espécime do museu.
Conservado em formaldeído e apresentado dentro de um enorme tubo de acrílico na entrada do museu, o pénis deste enorme cetáceo tem 1,70 metro de altura e pesa 75 quilos.
Dentro dos grandes salões iluminados do museu, existem pénis e partes penianas de todas as formas e tamanhos, de uma enorme variedade de mamíferos, de baleias a ursos, focas a gatos ou inclusive ratos.
O local também abriga uma vasta gama de artefatos temáticos genitais, entre eles bandejas, totens e um telefone.
"Quem poderia resistir a visitar um museu do pénis?", questionou Disse Kim, de 62 anos, uma turista do Canadá que não revelou o seu sobrenome.
"Achámos que seria muito engraçado, e é", disse, gargalhando, enquanto observava com um amigo um tubo contendo supostamente o pénis invisível de um elfo.
O Museu Falológico é tudo menos silencioso, visto que os visitantes dão várias risadas inevitáveis enquanto apreciam os 286 espécimes biológicos exibidos.
"É um bom lugar para fazer piadas e para passar bons momentos. Pode-se educar e ao mesmo tempo divertir-se um pouco", disse Hjortur Sigurdsson, 52, um ex-gerente de logística que gere o museu.
O seu pai, Sigurdur Hjartarson, um historiador que trabalhou como professor durante 37 anos, abriu o museu em 1997, começando com apenas 62 espécimes.
"Tudo começou como uma piada", disse à AFP. "O meu pai divertia-se a colecionar algo que ninguém tinha colecionado antes. Ele dizia sempre que 'alguém tinha que fazer isto'".
Em 1980, Hjartarson já tinha juntado 13 espécimes, nove deles de mamíferos terrestres e quatro de baleias. Dentro de uma década, esse número aumentou para 34.
Falo humano
Em 2011, a coleção familiar foi enriquecida com um pénis humano, doado por um islandês morto aos 96 anos de idade.
O espécime pode parecer dececionante aos olhos de alguns visitantes. "O próprio doador estava chateado porque, nos seus últimos anos de vida, o órgão havia encolhido um pouco", conta Sigurdsson.
Questionado sobre se ele também estaria disposto a contribuir para a coleção original do museu, o visitante Jerry Andersson ficou embaraçado.
"Claro. Sou doador de órgãos, acho que posso doar mais um", disse.
Sigurdsson disse que o propósito do museu do pénis é educativo, e não erótico.
"Tem sido um pouco tabu, especialmente em relação ao órgão humano, mas se o museu diz 'pénis', atrai as pessoas", diz o administrador. "E, claro, nós somos o único museu no mundo que coleciona órgãos biológicos".
As crianças são alguns dos seus visitantes favoritos, por causa da vontade que têm de aprender sobre o campo da falologia, o estudo científico do pênis.
"Muitas crianças vêm aqui no horário escolar e se divertem muito", disse Sigurdsson. "Elas não têm medo de fazer perguntas como: por que essa forma? E esse tamanho?".
Os visitantes podem comparar a cor, o tamanho e a forma do minúsculo pénis de um rato com o órgão gigantesco de uma cachalote, explica. Mas também é possível aprender as diferentes formas com que os animais usam seus falos.
"As baleias, por exemplo, têm um músculo retrátil. Não precisam realmente de ereção. É muito diferente de nós", constata o diretor.
O interesse pelo museu cresceu ao longo dos anos e em 2011 o local registou 12.000 visitantes. Este número é impressionante sobretudo quando o museu está localizado num país muito famoso pelas suas paisagens deslumbrantes.
A maioria dos visitantes são estrangeiros e mais de 60% são mulheres.
Uma coisa é certa: a grande maioria dos visitantes parece mais felizes na saída do que na entrada. Antes de deixar o local, podem até passar pela lojinha e comprar um pacote de massa em formato fálico ou um agasalho de pénis tricotado à mão.
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