De regresso aos Jardins do Palácio de Cristal entre 27 de agosto e 12 de setembro, a edição de 2021 conta com a participação de 78 entidades e um programa artístico que evoca, a partir do mote “Herborizar”, Júlio Dinis, na data em que se comemoram 150 anos da sua morte, salienta a Câmara do Porto, num comunicado hoje divulgado.
O herbário de Júlio Dinis, propriedade da Escola Rodrigues de Freiras, será apresentado em “contexto expositivo” marcando a reabertura do Museu da Cidade — Extensão do Romantismo, antigo Museu Romântico, onde se propõe realizar um diagnóstico sobre o impacto do romantismo no Porto até à atualidade.
A figura “incontornável” do romantismo na cidade é abordada no programa desenhado pela curadora convidada Helena Carvalhão Buescu – “Júlio Dinis — Passeios em Terras Românticas” – que se desdobra em duas sessões nas tardes de 28 e 29 de agosto.
Isabel Pires de Lima e Simão Valente debruçam-se sobre a tomada de uma consciência ecológica, enquanto João Barrento e Ana Luísa Amaral sobre as questões de tradução.
Gonçalo M. Tavares, também curador convidado, questiona o romantismo contemporâneo na Dança, na Arte, no Teatro e na Ciência.
Tendo como ponto de partida a análise da “sensibilidade romântica na contemporaneidade” o coordenador da programação artística da Feira do Livro e diretor do Museu da Cidade, Nuno Faria, propõe o ciclo de “Lições” e o diretor do futuro Batalha Centro de Cinema, Guilherme Blanc, o ciclo de filmes.
“Helena Carvalhão Buescu abre com uma lição sobre Júlio Dinis, mas falamos também de Maria Gabriela Llansol, por Etelvina Santos; Beuys, por José Miranda Justo; Empédocles, por Sousa Dias até Kurt Cobain, por Paula Guerra, nas manhãs de sábado e domingo”, detalha o município.
Em paralelo, e com uma cadência quase diária, há duetos de poetas, de diferentes gerações, entre os quais Daniel Jonas, Gisela Casimiro, Elisabete Marques, Jorge Sousa Braga e Rita Taborda Duarte.
A autarquia destaca ainda uma sessão especial das Quintas de Leitura, dedicada a Daniel Faria (1971-1999) e outros poetas até à atualidade que “desandam cedo da vida” e “escolheram a escrita como um meio de desesperar”.
Haverá ainda tempo para as atividades de animação, com performances, oficinas e ’tour’ literárias para toda a família, e o reforço das atividades infanto-juvenis na Biblioteca Municipal Almeida Garrett.
Por fim, destaque também para o regresso da Porta-Jazz ao Relento e dos Concertos de Bolso que trazem propostas diferentes géneros e gerações, como são exemplo José Valente, Grutera, Little Friente, Montes, André Júlio Turquesa, Rita Braga, ou The Solar Corona Elektrishe Maschine, entre outros.
A Biblioteca Popular de Pedro Ivo, também conhecida como Biblioteca do Marquês é, com a Extensão do Romantismo do Museu da Cidade, o outro espaço satélite, que se torna novamente uma biblioteca, com o espólio que lá existia e a partir da memória do escritor Pedro Ivo.
Em 2020, a Feira do Livro do Porto, que decorreu num contexto de pandemia e com limitação de entradas (3.500 pessoas), recebeu cerca de 100 mil visitantes, tendo contado com participação de 120 pavilhões e 80 entidades.
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