Na arte de conceber uma composição vegetal, temos o privilégio de, ao trabalhar com material vivo, conseguir conciliar a intervenção do homem, em termos de seleção de vegetação e sua respetiva manutenção, com a magia da natureza. Uma variação ao longo dos anos, das estações do ano e da própria luz diária. Nos meses de outono, essa metamorfose ganha toda uma outra amplitude, revelando uma palete de tons.

Apesar de, numa composição florística, todos os aspetos como o porte, forma, textura e cor serem indissociáveis, vamos abordar apenas a cor da folhagem. A maioria das plantas tem um período de floração curto, o seu contributo com a cor da sua folhagem e da frutificação, desde os vários tons de verde, aos amarelos, vermelhos e castanhos. A sua frutificação também é muito relevante.

Para além da cor da folhagem, devemos considerar o seu regime, que pode ser persistente, caduco ou semi-persistente, consoante a espécie ou a variedade a que pertence. As espécies de folha persistente asseguram uma imagem constante ao longo de todo o ano, podendo ser preferidas para estabelecer uma estrutura verde principal numa composição.

Por seu lado, as espécies de folha caduca, ao apresentarem diversas aparências cromáticas ao longo do ano, atribuem dinâmica a um espaço através das suas modificações, em termos de transparência, forma, textura e cor. Sugerimos-lhe, de seguida, sete arbustos que no outono se destacam pela cor da folhagem e/ou frutificação. Veja também a galeria de imagens com 20 flores de outono.

4 arbustos que se destacam pela sua folhagem

Estes são quatro dos que pode considerar para o seu jardim:

1. Berberis thumbergii DC. var atropurpurea

Arbusto de folha caduca, que pode atingir uma altura de dois a três metros. Caracteriza-se pela sua forma densa e arredondada e pela presença de espinhos simples. As folhas obovadas, inteiras, com cerca de três centímetros, caracterizam-se pela sua cor vermelha. Este arbusto dá flores de cor amarela na primavera.

Da família Berberidaceae, o Berberis thumbergii DC. var atropurpurea (na imagem inferior), também apelidado de berbére-japonês, dá-se bem ao sol ou meia sombra. O cultivar do Berberis thumbergii DC tem origem no Japão. A distância de plantação mínima oscila entre 0,8 metros a um metro.

2. Nandina domestica Thumb.

Arbusto de folha perene, que pode atingir uma altura de cerca de um metro. Caracteriza-se por folhas alternas, de cor verde-escuro que adquirem um tom avermelhado em jovens e no inverno. Apresenta flores estreladas com diâmetro de um centímetro dispostas em panículas cónicas terminais densas e de cor branca no verão.

O fruto da nandina, nome por que também é conhecido em Portugal, é uma baga esférica vermelho-vivo. Da família Berberidaceae, tem origem na Índia, na China e no Japão. A distância de plantação mínima não deve ultrapassar um intervalo que se situa entre os 0,6 e os 0,8 metros.

Os arbustos que mais refletem os tons do outono

3. Parthenocissus quinquefolia (l.) Planch.

Trepadeira de folha caduca, de estrutura vigorosa que apresenta gavinhas com disco adesivo. As suas folhas são alternas, digitadas, geralmente com cinco folíolos e de cor verde, mas no outono (antes da queda da folha) caracterizam-se pelo seu tom vermelho. Da família Vitaceae, a vinha-virgem tem origem nos Estados Unidos da América e no México. A distância de plantação mínima é de 0,5 metros a um metro.

4. Viburnum opulus l.

Arbusto que pode atingir uma altura de dois a três metros, com folha caduca, caracterizada por apresentar três lóbulos irregulares e de cor verde que se torna vermelha no outono, aproximando-se da das suas bagas. O noveleiro (na imagem inferior) apresenta flores brancas na primavera, e é muito utilizado pela intensidade da sua floração.

Da família Caprifoliaceae, o Viburnum opulus l. é proveniente de África, da Europa e da Ásia. A distância de plantação mínima exigida é de 0,5 metros.

Os arbustos que mais refletem os tons do outono

3 arbustos que se destacam pela sua frutificação

Estes são três dos que pode considerar para o seu jardim:

1. Arbustus unedo l.

Arbusto de folha caduca, que pode atingir uma altura de três a oito metros. Apresenta uma copa larga, ritidoma fendilhado, folhas alternas e flores brancas. O seu fruto é uma baga vermelha comestível (medronho). No outono este arbusto destaca-se por apresentar, em simultâneo, a sua floração branca com os seus frutos vermelhos.

Da família Ericaceae, o medronheiro, nome por que é mais conhecido, tem origem em Portugal e nos países do sul da Europa, no sudoeste da Irlanda e na Ásia Menor. A distância de plantação mínima é, segundo os especialistas, de um a dois metros.

2. Cotoneaster sp.

Existem muitas espécies diferentes deste género Cotoneaster. Geralmente são arbustos de folha persistente que podem atingir diversas alturas de acordo com a espécie. Destacam-se espécies de folha persistente que apresentam uma frutificação exuberante no outono, como é o caso do Cotoneaster dammeri C. K. schneid , com uma altura até dois metros, flor branca e fruto de cor vermelha.

Outro é o Cotoneaster integrifolius (roxb.) G. Klotz , com uma altura entre um a três metros, flor branca (entre abril e junho) e fruto rosa-avermelhado. Como espécie de folha caduca, destaca-se o Cotoneaster horizontalis decne, que pode atingir uma altura entre 0,7 a 1,5 metros, com flor branca/rosa e folha verde escura que se apresenta vermelha no outono.

Os frutos da Cotoneaster sp. (na imagem inferior) são vermelhos, um vermelho intenso que, nalgumas situações, se pode apresentar numa tonalidade geralmente mais clara. Da família Rosaceae, tem geralmente origem na China. A distância de plantação mínima não é sempre igual. Depende da espécie.

3. Pyracantha coccinea (l.) M. J. Roem.

Arbusto de folha persistente, que pode atingir uma altura de três a cinco metros. É um arbusto denso e espinhoso. Folhas alternas e flores brancas. Caracteriza-se pela abundância dos seus frutos laranja-avermelhados no outono. Prefere sol e meia sombra.  É um arbusto muito utilizado para sebes.

Da família Rosaceae, a piracanta, o nome popular por que muitos a conhecem, tem origem entre o sudeste da Europa até Cáucaso. A distância de plantação mínima é de um a dois metros.

Os arbustos que mais refletem os tons do outono

Texto: Nuno LeCoq e Ana Luísa Soares

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