Um pequeno pátio com duas árvores e um terreno com relva em declive, que se encontrava permanentemente em mau estado, deu lugar a um moderno courtyard garden e é exemplo de que mesmo os espaços mais exíguos se podem transformar em zonas ajardinadas aprazíveis. Antes de avançar, a ideia há muito que já germinava na mente de Teresa Paiva, que há alguns anos viu um courtyard garden em casa de um arquiteto em Milão.
A oportunidade, essa, surgiu quando, no final de 2010, voltou a habitar numa casa no coração de Lisboa, dotada de um pátio, um pequeno quintal de proporções, ainda assim, suficientes para ser radicalmente transformado numa autêntica sala de estar e de refeições rodeada de vegetação. "Há um ano fiz uma série de obras na casa e aproveitei para reestruturar esta zona", explicou, na altura, a proprietária.
O desenho do espaço é da sua autoria, como revelou em entrevista à Jardins, inspirada em espaços idênticos, com a ajuda do arquiteto paisagista Luís Ribeiro, a quem terá pedido conselhos a nível das espécies a colocar. As duas árvores existentes foram mantidas, claro, mas todas as restantes espécies são novas, tendo o relvado original, "inclinado e maltratado", dado lugar a um sedutor pavimento em mármore branco.
Dois patamares distinguem as zonas de utilização, uma com mobiliário de exterior para os momentos de lazer e a outra transformada em zona de refeições, protegida por um toldo que a proprietária mandou fazer a partir de ideias por si concebidas. Como pano de fundo desta zona de refeições, uma parede revestida a Phyllostachys nigra, a denominação científica de uma espécie de bambu negro indicada para sebes e tufos isolados.
É também neste espaço espaço que, a um canto, como pode ver na galeria de imagens, saltam à vista dois lambris de pedra, aproveitados das obras da casa por sugestão do pintor e escultor José Pedro Croft. As espécies botânicas que usou, à exceção dos bambus, foram adquiridas na Jardim Natural, que ficou também responsável pelos trabalhos de construção do courtyard garden de Teresa Paiva.
O mobiliário de exterior que utilizou para desenvolver este projeto foi selecionado a partir do catálogo do conhecido designer catalão José A. Gandia-Blasco e é constituído por mesas e sofás em alumínio anodizado branco, resistente às intempéries. Se precisa de ideias para espaços exteriores, veja também a galeria de imagens com soluções de mobiliário e decoração de exterior que o vão querer viver mais o seu jardim.
O conceito por detrás do projeto
Os courtyard gardens são espaços ajardinados interiores, também conhecidos por pátios ou quintais, geralmente cercados em três ou quatro lados por muros ou edifícios. Podem ter apenas alguns metros quadrados, como o espaço entre uma casa e a garagem ou entre a casa e um muro lateral. Mas também podem ser de grandes dimensões como os que se encontram rodeados por edifícios, embora não seja este o caso.
São geralmente a céu aberto, mas também podem ser parcialmente cobertos, por exemplo por toldos, pérgulas ou revestimentos transparentes, como vidro ou policarbonato. Os courtyard gardens têm a faculdade de se assumirem como extensão da própria casa, ou melhor da sala de estar ou de refeições, ideais para uma série de atividades de lazer sempre que a temperatura exterior assim o permitir.
Vantagens e desvantagens
Esta forma de proteger a natureza por muros tem vantagens e desvantagens. Asseguram proteção contra os ventos fortes, o ruído excessivo e/ou as paisagens pouco estéticas e são um garante de intimidade. Mas convém reter que a proteção contra ventos fortes pode levar à má ventilação, constituindo um problema para algumas plantas, particularmente aquelas que estão sujeitas ao ataque de doenças fúngicas.
Por outro lado, áreas extensas com superfícies pavimentadas e muros de betão ou de tijolo podem conduzir à acumulação de calor no jardim. Esta pode ser uma vantagem nos meses mais frios, mas pode ser um problema muito incomodativo em épocas mais quentes, pelo que convém analisar devidamente esta situação, com ajuda profissional, antes de investir num projeto do qual se poderá vir a arrepender posteriormente.
Texto: Luís Melo
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