De nome científico Petrea volubilis, decidiu o povo chamar-lhe estrela-azul, flor-de-jesus ou viuvinha. Trepadeira da família das Verbenaceae, tem a sua origem no continente americano. A estrela-azul pode, à primeira vista, confundir-se com a glicínia, devido aos seus vistosos cachos de flores azuis-arroxeadas. No entanto, as duas trepadeiras lenhosas não pertencem ao mesmo género e nem sequer à mesma família botânica. A glicínia (Wisteria sinensis) pertence à família das leguminosas e é nativa da China.

A estrela-azul integra a família das Verbenáceas e é indígena das florestas da América Central e do norte da América do Sul. É uma planta perenifólia e as suas folhas, elípticas, são coriáceas, ásperas e rugosas, verde escuro na página superior e mais pálidas na inferior. Os racimos, com 30 a 40 centímetros de comprimento, agregam entre 15 a 30 flores em forma de estrela, com cinco sépalas estreitas que permanecem na planta até perderem a cor e cinco pétalas mais pequenas, que, essas, caem rapidamente.

As flores são boas produtoras de néctar, sendo frequentemente procuradas pelas abelhas. A estrela-azul tem períodos de floração longos, o que leva muitos arquitetos paisagistas a escolhê-la e muitos jardineiros a plantá-la. Esta planta é excelente para ornamentar alpendres, pérgulas e caramanchões. Na ilha da Madeira, nos jardins localizados até cerca de 200 metros de altitude, tem dois períodos de floração. O primeiro estende-se de abril a julho. O segundo vai de outubro a dezembro.

No que se refere às condições de cultivo e de multiplicação da flor-de-jesus, que muitos apelidam de viuvinha, tem preferência por solos neutros ou ácidos e gosta duma boa dose de exposição solar. Na fase em que é jovem, tem de ser regada frequentemente, independentemente da estação. As plantas adultas, num estágio de desenvolvimento mais avançado, não necessitam, todavia, mais do que uma rega por semana. A forma mais fácil de a multiplicar é por estacas semilenhosas nos meses de verão.

Texto: Raimundo Quintal