A Eugenia myrtifolia é, nos dias que correm, uma das variedades botânicas mais procuradas para formar sebes vivas, sendo também a minha planta de eleição. São diversas as razões para haver esta preferência especial. Por ser uma planta muito ramificada e compacta, constitui um verdadeiro muro verde. O seu crescimento é fácil de controlar, exigindo apenas dois ou três cortes por ano, por norma. E, sendo de folha persistente, faz pouco lixo, o que é outra vantagem.

As suas folhas são verdes e brilhantes, mas os rebentos novos da Eugenia myrtifolia, que alegram qualquer jardim, são coloridos, entre o vermelho e o laranja, podendo mesmo adquirir diferentes tonalidades ao longo do ano. O fruto é arroxeado, decorativo e comestível. A Eugenia myrtifolia, ainda desconhecida de muitos, é uma planta de fácil aquisição em qualquer centro de jardinagem. O seu tamanho oscila, em média, entre os 30 centímetros e os 2,5 metros.

Originária da Nova Zelândia, esta é uma planta multifacetada que se enquadra muito bem em diferentes tipos de situações. Pode fazer uma sebe entre 1,5 metros e 4 metros, a Eugenia myrtifolia é facilmente mantida em vaso e tem ainda uma outra vantagem que se pode revelar decisiva no momento da escolha e da aquisição. Pode ser esculpida em topiária, dando-lhe uma forma distinta e diferenciada. Pode, ainda, plantar-se como arbusto isolado e ornamental.

Os cuidados de cultivo essenciais

As eugenias toleram diferentes exposições solares, desde o pleno sol até à meia-sombra. Funcionam bem como cortina de vento mas não gostam de estar diretamente expostas ao ar marítimo. O solo deve estar bem drenado, ter uma boa estrutura e são necessárias regas regulares para manter a humidade no terreno. O compasso de plantação da Eugenia myrtifolia deverá andar entre os 50 centímetros e um metro, isto se se desejar uma sebe compacta.

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Uma sebe de eugenias é muito fácil de conduzir porque o seu crescimento é pouco vigoroso e muito denso, mantendo-se ramificada desde a sua base. Duas a três podas por ano serão suficientes para manter a sua forma.

Em geral, as plantas são muito menos vulneráveis ao ataque por pragas ou doenças quando se mantém o terreno fértil, arejado, bem drenado e com rega automática. As eugenias, em particular, são muito resistentes, mas nos primeiros anos e nas estações mais quentes é preciso estar atento ao pulgão e à cochonilha.

Para controlar as pragas que mais afetam a Eugenia myrtifolia, devem-se aplicar produtos fitofarmacêuticos logo que se detete a sua presença. Para o pulgão, pode aplicar um qualquer inseticida de contacto e, para a cochonilha, produtos à base de cloropirifos e óleo de verão. Quando a água é muito calcária, as folhas têm tendência a ficar um pouco amarelas. Nos invernos muito frios e com temperaturas negativas, podem ficar queimadas com as geadas.

Texto: Tiago Veloso (engenheiro florestal)