A calathea é uma paixão vinda da selva. Este género de plantas, a que os anglo-saxónicos chamam prayer plants, plantas de oração, exibem uma folhagem deslumbrante, que encanta pela forma, pela cor, pelos padrões e pela textura das suas folhas. Maranta e rezadeira são outros dos nomes comuns atribuídos a estas variedades botânicas da família das Marantaceae. Estas herbáceas perenes são originárias da América do Sul e adaptam-se facilmente a qualquer divisão da sua habitação.
São muitas as plantas que podemos utilizar para interior de casa e, entre elas, conseguimos encontrar opções para todo o tipo de condições, incluindo escritórios com pouca luz, saguões desinteressantes, jardins interiores ou até mesmo salas muito quentes e luminosas. É o caso da calathea, um género de plantas de folhagem muito diversificada desde a sua forma à tonalidade, sem esquecer os padrões, que confere a qualquer espaço um aspeto de selva urbana, atualmente muito em voga.
Há muito que esta variedade de plantas encanta os apaixonados por plantas de interior, por ornamentarem graciosamente os espaços e também por serem tão desenhadas que facilmente aparentam ser artificiais. Por este motivo, as calatheas não são conhecidas pela sua flor, à exceção da Calathea crocata, mas, sim, pela beleza das suas folhas perenes. Estas plantas gostam de luz difusa e de local luminoso sem sol direto. Exigem um solo húmido permanente, todavia nunca molhado ou encharcado. Os primeiros centímetros de solo devem secar entre regas, sobretudo nos meses em que a planta não se encontra em dormência. Prefere uma humidade relativa elevada, a mais recomendada para o seu desenvolvimento.
Os problemas mais comuns que estas plantas enfrentam estão relacionados com o défice de luz ou com o excesso de água, dois erros a evitar. A rega com água da chuva ou com água da torneira repousada durante 24 horas é aconselhada pelos jardineiros profissionais. Para além de ser uma planta purificadora, algumas espécies têm rizomas comestíveis e outras são utilizadas para cestaria e extração de ceras. Em termos de toxicidade, não é considerada venenosa para pessoas e animais.
Encontrou uma calathea num estabelecimento especializado mas na sua designação aparecia geopertia? É normal. Estudos genéticos levados a cabo nos últimos anos em vários países têm vindo a comprovar a origem ancestral de várias plantas, pelo que, ao longo dos séculos, múltiplos exemplares de variedades botânicas foram atribuídos, em muitos casos erradamente, a outros géneros, como foi o caso de algumas calatheas como a Calathea orbifolia e a Calathea lancifolia, por exemplo.
Dicas de cuidado e manutenção
É uma dúvida muito comum. Onde colocar estes exemplares em casa? Se considerarmos que a beleza das calatheas está na exuberância da parte superior das suas folhas, faz sentido que sejam colocadas abaixo do nível dos olhos, idealmente no chão, num suporte rasteiro ou num nicho baixo. Contudo, há que ter em consideração que, se estas plantas apreciarem o meio onde se encontram e os cuidados a que estão sujeitas, desenvolvem folhas largas e exuberantes, que precisarão de alguma área.
É também de considerar que as calatheas precisam de muita luz, à exceção das espécies com a parte inferior avermelhada, que aceitam ambientes com luz mais difusa, dado que também esse lado interno consegue absorver luminosidade. Deve, por isso, colocá-las junto a uma janela ou de outras fontes de luz natural para as manter saudáveis e bonitas. Como estas plantas de interior apreciam humidade, é crucial que não sejam colocadas perto de saídas de ar condicionado ou até de aquecimentos.
Esta é uma planta que aprecia uma humidade relativa elevada, pelo que beneficiará se humidificar as folhas com um pano húmido ou se a borrifar com pulverizações de água em névoa ocasionais para hidratar a folhagem. Se pensar em transplantá-la, uma boa recomendação é molhá-la e regá-la pelo menos 24 horas antes de manusear as raízes. Esse gesto ajudará a reduzir o choque do transplante. As raízes da calathea podem sofrer com a exposição prolongada das extremidades ao cloro. Por esse motivo, é aconselhada a utilização de água da chuva ou até mesmo a rega com água da torneira repousada durante 24 horas, como recomendado anteriormente, para proteger a planta.
Se surgirem manchas amarelas e/ou as folhas ficarem descoloradas, poderá estar a regar demasiado. Nos casos de excesso de água, surgem bolores e/ou dá-se colapso do caule. A podridão da raiz, que poderá evoluir de forma muito célere e tenderá a pôr em causa a sobrevivência da planta. Muita água leva também os novos rebentos a crescer com folhas curvadas, secas ou com zonas amareladas e/ou faz surgir enrolamentos, com os rebordos das folhas a secar e a planta a perder as folhas.
Texto: Rita Bacelar Azevedo
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