Adoro jarros! Acho-os uma planta com linhas muito gráficas, de formato exótico mas muito simples, que faz lindas jarras sofisticadas, postas às três ou quatro flores, num contentor de vidro alto sem desenhos nem enfeites. Além disso, são uma excelente flor de corte pois duram bastante tempo, desde
que colocada em água.

O jarro é uma flor de Inverno que eu apanho às molhadas para fazer as tais
jarras elegantes. É das poucas plantas em que a folha é tão bonita e aproveitável como a flor. Nunca plantei nenhum jarro. Eles apareceram e cresceram espontaneamente nos locais mais húmidos e sombrios do jardim e, para minha enorme satisfação, multiplicaram-se.

Se têm um habitat a seu contento, reproduzem-se, felizes. Estimo-os e desejo que continuem muito saudáveis, porque me resolvem dois problemas : compõem o vazio de alguns canteiros nos meses de Inverno e dão-me belos arranjos florais para o interior da casa.

Deu-me um trabalhão pesquisar a designação técnica do jarro. Pertencente à família das Araceae, tem vários primos e irmãos com os quais se confunde, como os Anthurium (sim, porque os há brancos) e as Spathiphyllum. Mas os nossos jarros não são uma coisa nem outra. O seu nome técnico é Zantedeschia. No Brasil, chamam-lhe copo-de-leite.

As que eu tenho no jardim são as correntes Zantedeschia aethopica, de folhas semi-erectas, em forma de seta, de um verde escuro brilhante. As zantedeschias ou jarros, são originárias da África Oriental e foram introduzidas na Europa nos finais do Séc XVII por Simon van der Stel, com grande sucesso.

Encontram-se sobretudo em terrenos muito húmidos ou mesmo pantanosos ou nas
margens de lagos e não gostam de temperaturas inferiores a 10º C. Se as quisermos reproduzir para as colocar em locais estratégicos, basta dividir
os seus rizomas, por alturas do Outono.

Como já referi, são ideais para cobrir as carecas dos canteiros durante os meses de Inverno. Porém, há que ter alguns cuidados com os jarros. Não devem ser ingeridos e o contacto com a sua seiva pode causar irritação nas peles mais sensíveis. Até há quem utilize os seus rizomas para efeitos medicinais, mas parece que têm que ser cozinhados para não fazerem mal.