A expressão significa relaxamento ou tonificação do Tónus.
A técnica da Catalonia promete um reequilibrio físico e mental do paciente através de toques precisos e profundos.
A Calatonia baseia a sua actuação na "sensibilidade táctil", através da aplicação de estímulos suaves, em áreas do corpo onde se verifica uma concentração de receptores nervosos.
Durante a aplicação da Calatonia o paciente pode entrar em contacto com aspectos mais profundos da sua mente, através de imagens, sensações físicas, emoções, pensamentos, libertando energia que estava estagnada.
Para a terapeuta Anita Ribeiro-Blanchard, “os estímulos utilizados fazem-se sentir tanto a nível físico quanto psíquico, actuando sobre a totalidade do organismo de modo reestruturador”.
O procedimento básico da Calatonia consiste numa série de nove toques que o terapeuta realiza na área dos pés: em cada um dos artelhos, em dois pontos da planta dos pés, calcanhares; tornozelos, na barriga da perna, e ainda na cabeça (região occipital).
Estes toques, ou sequência de toques, são aplicados em diferentes partes do corpo onde se localizam articulações, determinadas áreas com sensibilidade nervosa e/ou circulatória, ainda que os critérios de escolha de tais "pontos de toque", ou estimulação, variem conforme o caso, em função do histórico e evolução do processo psicoterápico.
Energia e tranquilidade
A técnica da Calatonia não é muito comum em Portugal, ainda que apresente resultados: “Em 2006 houve interesse por parte de terapeutas corporais em Portugal em conhecer a técnica da Calatonia, e foram oferecidos dois workshops em Lisboa”, explica Anita.
Qualquer pessoa pode beneficiar dos efeitos da Calatonia - “desde a sensação de bem-estar ao equilíbrio físico, emocional e mental, a Calatonia induz no organismo uma auto-regulação”. Pacientes que estavam deprimidos podem sentir-se mais bem dispostos e vitalizados, da mesma maneira que as pessoas mais agitadas podem experimentar uma tranquilidade e uma diminuição da ansiedade.
“Uma das áreas de grande aplicação da Calatonia é em pacientes que sofreram algum tipo de trauma - a Calatonia foi criada durante o pós-guerra com pacientes traumatizados, e a sua actuação foi comprovada com esse tipo de pacientes”, explica.
Para executar esta técnica é necessário que haja um lugar com as condições adequadas: longe de barulhos, com uma luz ténue e um local confortável para se deitar.
A pessoa a ser "relaxada" deve tirar brincos, anéis, pulseiras, relógios, cintos e outros objectos que possam causar desconforto. Ao fechar os olhos, e deixar que a respiração ganhe o seu ritmo próprio, os pensamentos irão fluir, sem que o paciente se envolva com os mesmos.
Leque de benefícios
Para a terapeuta, “também na psicossomática, embora a utilização da Calatonia não vise resultados específicos (uma vez que a reorganização psicofísica é global, e cada organismo reage à sua própria maneira individual e única) esta técnica actua sobre uma variada gama de queixas diante das quais tem-se observado resultados bastante positivos”, sublinha. Tensão muscular, stress, enxaquecas, asma, obesidade, alergias, distúrbios glandulares, dores, distúrbios de ordem psicossomática, entre outros, são alguns dos problemas onde a Calatonia tem registado algum trabalho.
No entanto, tal trabalho deverá ser sempre acompanhado por um profissional habilitado, capaz de avaliar e elaborar com o paciente as suas reacções à técnica, bem como as possíveis contra-indicações à aplicação do método – “ Em São Paulo, já dispomos de relatos de profissionais de diferentes áreas sobre a utilização da Calatonia como um recurso auxiliar na Psicologia, Medicina, Educação, Reabilitação Física ou Fonoaudiologia”, ressalva Anita.
Texto: Rita Estêvão
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