Carl Gustav Jung, um dos grandes génios da Psicologia do século passado e o mais reconhecido seguidor e crítico da Psicanálise Freudiana, nasceu em 1875 na Suíça, estudou Medicina e nessa altura aprofundou também o seu interesse pelos fenómenos psiquícos, investigando várias mensagens supostamente recebidas por uma médium, trabalho este que acabou por ser desenvolvido na sua tese de licenciatura: “Psicologia e Patologia dos Assim Chamados Fenómenos Psíquicos”.
Em 1904, Jung criou no seu laboratório o conhecido teste de associação de palavras para o diagnóstico psiquiátrico, que demonstra através de uma lista padronizada de palavras-estímulo, poder existir uma tensão emocional na resposta à palavra/estímulo. Em 1905, Carl Jung assumiu o lugar de professor de psiquiatria na Universidade de Zurique.
Ao conhecer as obras de Freud, Jung ficou fascinado com a inovadora postura científica em que a psicanálise se sustenta e, por essa altura, conheceu o mestre vienense, por quem sentiu uma forte empatia intelectual, sentimento esse partilhado também por S. Freud. Começaram a trabalhar juntos, porém tinham algumas diferenças fundamentais. Freud não valorizava o interesse de Jung pelos fenómenos espirituais, não os reconhecendo como fontes válidas de estudo, e Jung, por sua vez, não partilhava a opinião freudiana, que se apoia nos traumas de natureza sexual como causa sempre presente dos conflitos psicológicos. O afastamento tornou-se inevitável.
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Jung começou a desenvolver a teoria a que chamou “Psicologia dos Complexos” atribuindo-lhe mais tarde a designação de “Psicologia Analítica”. Recorrendo à lista de palavras-estímulo, analisava o tempo de resposta a cada palavra, determinando assim a existência de complexos que influem sobre a conduta do paciente. Embora seja frequentemente negativa, essa influência pode também ser positiva, quando se torna estímulo para novas possibilidades criativas.
Servindo-se desta técnica, Carl Jung passou a dedicar-se aos meios pelos quais o inconsciente escolhe expressar-se, determinando aquela que foi a sua mais importante teoria: o “inconsciente colectivo”, em que reconheceu arquétipos universais e instintivos no nosso inconsciente.
Carl Jung preocupou-se também em expor a sua teoria dos “tipos psicológicos” que, segundo ele, seriam dois: o “introvertido”, aquele que dá mais importância à sua resposta subjectiva os acontecimentos exteriores e que, a nível inconsciente, é compelido para o mundo externo; o “extrovertido”, que dá mais importância aos acontecimentos externos ao nível consciente e cuja actividade psiquíca se concentra no seu próprio eu. Jung retrata esta teoria no seu livro “Tipos Psicológicos” de 1921. Carl Jung dedicou-se também ao estudo da alquimia, da magia e de diversas religiões e culturas ocidentais pré-cristãs e orientais.
Carl Gustav Jung morreu em Junho de 1961, com 86 anos de idade depois de ter dedicado a sua vida a ciências como a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia.
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