Quantas vezes sejam necessárias. Quantas vezes tenhamos escolhido ignorar a aprendizagem da experiência anterior.

É nas relações humanas que reside a chave de ouro, o pote dourado no fim do arco-íris. Nada nos possibilita mais aprendizagens do que as relações humanas, sejam elas relações de cariz pessoal ou profissional.

Somos dotados de quatro principais funções cognitivas: a sensação, o pensamento, o sentimento e a intuição. É através delas que operamos nas nossas relações, sendo que, segundo o psiquiatra Carl Gustav Jung, uma destas funções terá maior preponderância sobre as outras.

Não podemos ignorar que a nossa educação vai formatar e condicionar as nossas escolhas, os nossos comportamentos. Não podemos, como se conseguíssemos.

Gostaríamos de controlar a vida, gostaríamos de controlar a morte…mas nem conseguimos controlar os nossos impulsos, nem conseguimos escolher responder em vez de reagir. Porquê? Esta é a pergunta que nos assombra tantas vezes durante o dia, para que depois, à noite – em sonhos – venha a resposta por via do para quê.

O erro humaniza-nos, o erro devolve-nos humildade, o erro permite-nos convidar a compaixão para as nossas vidas.

Podemos ser perfeccionistas, exigentes, muito responsáveis e muito profissionais. Podemos e devemos. E sendo isto verdade, também é verdade que nas entrelinhas da perfeição, da exigência, da responsabilidade e do profissionalismo existe a condição humana – errar para aprender, errar para poder evoluir, errar para poder sentir, errar para nos podermos conectar com a nossa fé.

Tendemos a sentir-nos pequeninos, inferiores, quando olhamos ‘para fora’ e vemos pessoas que nos inspiram, parecem intocáveis, perfeitas. Sentimos que não podem errar, falhar, decepcionar-nos. Quão injustos estamos a ser, com essas pessoas e connosco? Connosco primeiramente porque nunca, em circunstância alguma, nos devemos sentir numa posição inferior – somos todos humanos, a evoluir na nossa condição espiritual – e com essas pessoas (que são uma inspiração/referência) porque também elas travam lutas internas, têm medos, inseguranças, inquietudes. Se somos espelhos uns dos outros – e eu acredito que sim, que somos, que nos projetamos mutuamente – então para quê agir com tamanha injustiça quando o outro só estar a ser humano?

Temos de conseguir parar para nos policiarmos quando estamos a julgar o comportamento alheio, pois, demasiadas vezes vamos agir de semelhante forma. Por exemplo, quantas vezes, em ruturas de relações, julgamos o outro, afirmando que o mesmo não tem maturidade, que é inflexível, que está ‘louco’ de raiva, ciúme, inveja, e depois, numa experiência futura, quando o ‘feitiço se vira contra o feiticeiro’ fazemos a mesma coisa?

É bem velhinho, mas real, o provérbio ‘nas costas dos outros vemos as nossas’, pois quando compactuamos com algo disfuncional é porque em nós ressoa essa disfunção, ou, por outro lado, quando observamos generosidade, amorosidade, humildade nas ações de alguém para com os outros, isso também nos acalenta, pois sabemos que será igualmente com essas atitudes que poderemos contar e agir de acordo.

As experiências vão diversificar enquanto a aprendizagem não for integrada, e todas as experiências que vivemos remetem-nos para um lugar de cura, para aprendermos o que é – para cada um de nós – esta verdade do amor próprio.

Vamos errar, muitas vezes. As vezes necessárias. Vamos assumir os nossos erros, quando a nossa maturidade assim o permitir. Vamos pedir desculpa, sempre que o nosso ego não nos vença no ringue da vida.

Vamos pedir desculpa a nós próprios, à nossa criança ferida, ao nosso adolescente revoltado, ao nosso adulto corajoso de voltar a tentar.

Deixo-vos a sugestão de uma meditação guiada, autoria do projeto Oxigénio da Alma com a colaboração do projeto Ilumina Sound Healing, onde vão entrar em contacto com os quatro elementos, permitindo assim que as aprendizagens venham à consciência, por forma a despegar do que já não serve mais. Votos de uma bonita viagem interna!

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