Temos o hábito de atribuir à sorte ou ao azar o facto de algo nos correr melhor ou pior… relativamente às expectativas que tínhamos. Outras vezes, culpamos ou exaltamos o Destino por aquilo que nos dá, esquecendo o nosso papel e a nossa responsabilidade em criar a nossa própria vida, independentemente de existirem ou não caminhos pré-definidos antes ainda do nosso nascimento. Ninguém pode garantir-nos se o Karma e o Destino existem, nem dar-nos certezas que só podem surgir dentro de nós. Mas uma coisa é certa: somos nós que escolhemos como reagir ao que nos acontece. Nós decidimos como agir perante o que a Vida nos apresenta.

A palavra “Karma” é frequentemente utilizada como uma espécie de sinónimo de “castigo”, mas felizmente há cada vez maior consciência sobre o seu verdadeiro significado. Karma é uma palavra de origem sânscrita – uma língua da Índia e das mais antigas da família Indo-Europeia – que significa “reação”. Reação é, por definição, uma resposta a uma ação anterior. Conforme a qualidade dessa ação - qualidade com o sentido de característica ou atributo – assim será a reação que provoca.

De acordo com esta ideia, não existem ações “boas” ou “más”, como não existem pessoas boas ou más. Existem sim, tendências positivas e negativas, dentro de todos os seres. O que chamamos de más pessoas são seres humanos que concentram em si e manifestam através suas ações uma quantidade superior de tendências negativas, que precisam de ser trabalhadas, sublimadas e transformadas em tendências positivas. E esse é um processo longo… de muitas vidas.

“Mal é ignorância, e Bem é sabedoria” (Henrique José de Souza), significa que a maldade é e advém da ignorância, ou seja, do desconhecimento do Homem relativamente às leis cósmicas e relativamente a si próprio. Sem o mínimo conhecimento de como estas leis universais se manifestam e se refletem na sua vida, o Homem terá de cair e levantar-se muitas vezes, até adquirir sabedoria, esse Bem precioso que resulta de todas as suas experiências e é fruto do seu próprio esforço.

E então o que posso fazer para alterar o meu Karma?

A cada momento, nós alteramos o nosso Karma, mesmo sem termos consciência disso. Dependendo dos nossos pensamentos - postos em prática ou apenas pensados – assim será a nossa vida. É por isso que se diz que nós criamos a nossa realidade. Daí a importância do autoconhecimento, e de nos vigiarmos, não de forma castradora e punitiva, mas de forma a nos conhecermos cada vez melhor, e a termos cada vez mais controlo das nossas emoções e da nossa mente, para que estas não andem num constante turbilhão ao sabor de elementos exteriores.

Se não está contente com a sua vida, lembre-se de que está apenas a viver o reflexo daquilo que antes criou e enviou, em atos e pensamentos. Depende de si alterar essa realidade. Para o fazer, conheça-se cada vez melhor, observe-se e observe o mundo, procure conhecer e reconhecer à sua volta as leis que regem tudo o que existe. Comece então a alterar, conscientemente, aquilo que sabe que está em desequilíbrio e que pode ser melhorado. Temos em nós todas as ferramentas de que necessitamos para trabalhar e lapidar o nosso próprio ser... somos uma obra de arte em progresso, e cada um de nós o único responsável pela sua concretização. Basta ter vontade, agir e realizar!

Vera Vieira da Silva

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