Desde pequeninos que tomamos contacto com as regras da nossa casa, da nossa família, da nossa escola, da nossa vila ou bairro. Conhecemos os limites do trânsito, os limites legais. Ensinam-nos a esperar, a pedir licença, a pedir por/se favor, ensinam também que quando 'um burro fala os outros baixam as orelhas' (tão elegante...).

Ficamos muito dotados de conhecimento? Depende da perspectiva.

Dificilmente encontramos jovens/adultos que afirmem que os seus educadores lhes ensinaram a conhecer os seus próprios limites. Até onde é que estamos disponíveis a permitir que invadam o nosso espaço pessoal, até onde estamos disponíveis a permitir que nos assolem a alma com julgamento alheio.

Falhamos muitas relações, sejam elas de amor romântico ou não, por falta de conhecimento dos nossos limites, e este desconhecimento também é revelador da nossa falta de auto-estima.

Se existissem bússolas de limites nas relações talvez a comunicação, nas mesmas, fosse mais eficiente e eficaz. Quero isto, gosto disto, não quero isto, não gosto disto, sinto-me capaz, não me sinto capaz, estou confortável com esta situação, não estou minimamente confortável com esta situação.

É tão difícil, para todos nós - até determinada altura - assumirmos os nossos limites.

A vida por si só é um trilho sinuoso, mas se quisermos desfrutar da paisagem vamos encontrar rios que não estancam, montanhas com as paisagens mais avassaladoras, árvores de fruto que nos saciam, copas que nos protegem do sol, grutas que nos abrigam da chuva.

É, naturalmente, uma metáfora.

Gostava de acreditar que quem me lê está a viver um dos melhores anos da sua vida. Sabe, 2020 foi uma bênção. Note bem quanto tempo ficou disponível para cuidar, efectivamente, mais de si. Do seu coração, da sua pele, dos seus pensamentos, das suas emoções, dos seus limites e das suas prioridades. Das suas relações mais profundas.

Quero deixar-lhe votos de uma feliz quadra, quero saber, genuinamente, de si. Escreva-me este natal para o meu e-mail (soraiasequeira.heartcoach@gmail.com), conte-me de si, das suas maiores alegrias deste ano, das suas maiores angústias. Irei devolver resposta.

Cuide de si, não se esqueça: quem acolher ser, será.