Na física quântica a consciência é necessária, o observador é necessário. É o observador que converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em eventos e objetos reais. Essa idéia de que a consciência é um produto do cérebro fica no passado. Em vez disso, comecamos a criar a idéia de que é a consciência que comanda tudo. Na fisica quântica a consciência escolhe entre as possibilidades, escolhe o evento real.

Segundo Amit Goswami, o maior tradutor da fisica quântica da atualidade, se pudermos identificar a consciência como causadora de realidades se pudermos identificar essa causalidade descendente como algo que está acima da visão materialista do mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos como Deus, se quiser, a consciência, interage com o mundo: através da escolha das possibilidades quânticas.

Segundo a visão da Física Quântica, existem as forças da criatividade e as forças do condicionamento.

Amit Goswami defende a idéia que a Física Quântica nos dá, de que é a consciência cósmica que escolhe entre as possibilidades para trazer à realidade o evento real que ocorre. A questão é: então temos de entrar nesse estado incomum de consciência, no qual somos cósmicos, no qual escolhemos e, então… como entrar nessa consciência individual na qual somos uma ser inteiro?

A questão é que, na Física Quântica, vemos claramente o papel da consciência cósmica, que eu chamo de “ser quântico”, no qual há criatividade, há forças criativas. E então perdemos essa criatividade, ficamos condicionados. E o condicionamento nos faz parecidos com máquinas. Assim, o mal maior que existe em nós é o condicionamento. Pois é ele que nos faz esquecer a divindade que temos, o poder criativo que temos, a força criativa que realmente representa o que buscamos quando invocamos Deus.

Eá aí que entra a prática da meditação.

O que é meditar? Por que meditar?

Afinal, o que é meditar e para que serve a meditação?

Todos ouvimos falar já há muito tempo sobre meditação. Essa prática foi divulgada no ocidente a partir dos anos sessenta, junto com o movimento hippie. Como tudo que é novo e desconhecido, e como a proposta do movimento hippie era a de rompimento com o que já não funcionava mais e a introdução de uma cultura mais livre e feminina como a oriental, a meditação foi, por muito tempo, vista como uma atividade “de loucos”. Hoje a ciência comprova: a meditação somente nos traz benefícios, pois ela nos proporciona a possibilidade de encontro com aquilo que há de mais profundo dentro de nós. Ela equilibra as emoções, nos põe em contato com nosso subconsciente, provoca o relaxamento através do “esvaziamento” de nosso campo mental, sua prática constante desenvolve a concentração e o auto controle, equilibra a ansiedade, além de nos direcionar por um caminho espiritual mais consistente e realizador. A meditação é, inegavelmente, uma colaboradora no processo de fundamentação de nosso desenvolvimento mental e espiritual e nosso sentido de vida. Não existe desenvolvimento do espírito sem a prática da meditação. Diz Tartang Tulku:

“Alcançar uma perspectiva mais ampla é como abrir uma janela num quarto abafado – toda a atmosfera se renova e a brisa fresca traz alternativas para nossas maneiras habituais de reagir. Por meio da prática da auto observação na meditação e na vida diária, mesmo as nossas questões mais profundas podem ser respondidas. Podemos descobrir o que somos e o que estamos fazendo nesta terra. Por fim, poderemos entrar em contato com um corpo de conhecimento tão vasto que toca todas as coisas.”

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De verdade, a prática da meditação promove a possibilidade de tudo isso, pois ela abre canais que não imaginamos possuir. Sem nos apercebermos de como acontece, enxergamos a vida sob novas perspectivas, adquirimos novas maneiras de solucionar problemas, o canal de intuição e de comunicação com energias sutis é lentamente aberto.

Quando nos utilizamos de mantras, aliados à meditação e respiração, “o milagre” é ainda maior. Os mantras, ou palavras de poder, tem uma função energética curativa e transformadora. O uso apropriado de certos mantras dissolve imediatamente energias negativas ao nosso redor, transformando nossa energia mental e espiritual e a energia do ambiente em que vivemos.

“O mantra é como uma pedra encantada que desperta a energia sutil da mente iluminada” , diz Tartang Tulku.

A meditação nos abre o caminho do auto conhecimento, encontramos o fio condutor que nos guia no caminho do coração. Através da prática diária, conseguimos olhar para a vida com uma nova perspectiva, encontramos novos meios de solucionar problemas, abrimos canais sutis de comunicação e inspiração dos mestres e desenvolvemos a intuição.

Vamos nos lembrar que todo Universo está envolto em energia e que a partir dessa energia o mundo material é manifestado, todas as formas de matéria se manifestam. Tudo vibra e somos parte integrante desse Universo. Através de nossos cinco sentidos, percebemos essas vibrações, às quais são emitidas ao nosso ambiente e transmitidas ao nosso cérebro, que as interpreta. Nossa compreensão e interpretação do mundo é influenciada pela qualidade de nossa percepção do mesmo.

O poder que nosso pensamento tem é muito extenso, podemos perceber através deste texto de Thomas Troward (1847 – 1916

“ Um dos grandes axiomas da nova ordem de idéias a que já me referi, é a de que nosso pensamento tem poder criador. Então, como a superestrutura do conjunto depende desse fundamento, será bom examinar esse axioma com cuidado. Devemos partir do ponto de vista de que o pensamento, ou a ação puramente mental, é a única fonte possível onde pode nascer a manifestação da criação existente e, tendo consciência disso foi que insisti, nas exposições anteriores, em falar na origem do Cosmo. Por isso não é necessário explorarmos novamente esse terreno e começaremos nova busca supondo que toda manifestação seja, em essência, a expressão de um Pensamento Divino. Sendo assim, nosso próprio pensamento é uma expressão desse Pensamento Divino. Ela produziu no homem alguma coisa que é capaz, em si mesma, de pensar; mas a questão é saber se os processos de nosso pensamento têm a mesma qualidade criadora que os do Pensamento Divino original.”

Se o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, chegamos à conclusão que cada ser humano encarna uma parcela e alguns atributos da Divindade. Se admitirmos a idéia de que o Universo é obra do poder criador desse Pensamento Divino, o homem é reflexo desse pensamento e ele mesmo é dotado desse poder criador, que parte do pensamento.

Podemos pensar que o pensamento é uma energia que se localiza entre o mundo material e espiritual. Dependendo do estado de consciência que nos encontramos, predominam as vibrações mais materiais ou mais espirituais, em um estado mental mais voltado para o interior ou para o exterior. Normalmente alternamos esses estados. Quando oramos ou meditamos, as vibrações da alma são predominantes e nosso estado mental está sob influência direta do subconsciente, da Energia e Consciência Cósmica presente em nós. Quando nos alinhamos a essa consciência, a possibilidade de harmonização acontece e entramos em contato com um mundo diferente daquele que estamos habituados.

Texto: Eunice Ferrari

eunice.ferrari@sapo.pt

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