A Astrologia dá-nos a possibilidade de contar com um código complexo da nossa condição de seres humanos dentro do Todo, utilizando uma formidável ferramenta que permite o desenvolvimento do autoconhecimento, mas que também nos obriga ao desenvolvimento da nossa consciência, colocando-nos na obrigação de evoluirmos, pois a nossa missão nesta reencarnação é exactamente igual às das vidas anteriores: a evolução espiritual para, ao serviço do Divino, tentarmos regressar à Casa do Pai.

Consciência é destino. Isto significa que o destino apresenta-se a si mesmo, porque há consciência, e esta só é possível através da Espiritualidade, de sentir que em nós está a centelha divina.

As coisas que nos estão destinadas, formam parte de nós, desde sempre, dentro da estrutura cósmica a que pertencemos. Foram escolhidas por nós, como potencial para o desenvolvimento pessoal, evolução espiritual, elevando assim os níveis de consciência que somos. A Astrologia Cármica e Espiritual representa uma das oportunidades mais fascinantes para que, através do potencial da nossa carta natal, entremos em contacto com o estado em que se encontra a nossa própria consciência. O “croquis” que chamamos de horóscopo, tema ou carta natal, e que foi escolhido por nós, assinala as energias que flúem no nosso campo magnético.

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No momento de nascermos, introduzimos no nosso corpo, com a primeira respiração, as vibrações que nesse dia e nessa hora, se manifestaram nesse local especial da Terra onde nascemos. Este padrão acompanha-nos toda a vida. O destino está marcado nas tendências e não nos factos. Tudo o que qualquer pessoa pode ver numa carta natal são apenas potencialidades e tendências que se converterão em factos se não fizer nada para as alterar.

Ninguém chega livre de um passado mais ou menos comprometido. Não começamos aqui, nem terminamos aqui, a nossa existência. A vida é eterna. Temos débitos e créditos cármicos para resolver. Mas possuímos igualmente, o potencial de usarmos competências e métodos operacionais que se adeqúem ao nosso sentido interno de desenvolvimento pessoal. Alguns de nós entramos nesta vida com muito capital espiritual na nossa “conta poupança cósmica”. São créditos cármicos obtidos em vidas passadas. Outras pessoas entram nesta reencarnação, com uma “conta poupança cósmica” em muito mau estado, quase a zero. Esta é a diferença entre um modelo fácil e um modo difícil de vida. No entanto, nada impede que se possa escolher esgotar esse capital cármico-dármico, levando à falência técnica nesta reencarnação ou, pelo contrário, escolher fazer um trabalho de desenvolvimento da consciência, de modo a se conseguir uma evolução espiritual que permitira anular os débitos e contratos assumidos nesta ou em muitas vidas passadas.

Não há nada que seja estático neste universo que habitamos. Podemos modificar a nossa própria realidade alterando as nossas atitudes e padrões de conduta, elevando a nossa consciência. Ao fazê-lo, modificamos o nosso destino, porque somos muito mais do que o corpo que habitamos. Somos muito mais do que o ego que nos domina. Somos Espírito. Somos um Ser que escolheu evoluir, apetrechado com os corpos actuais (físico, emocional e mental) e a respectiva radiografia cósmica codificada, que chamamos de carta natal astrológica. A astrologia dá um impulso, mas não obriga a nada.

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O nosso conhecimento das influências planetárias permite-nos operar no comando matricial da nossa própria vida e utilizar inteligentemente a influência cósmica para, com o livre-arbítrio que ainda possuímos, podermos desenvolver a nossa consciência, evoluindo espiritualmente. Com a evolução da nossa consciência e a ligação às Hierarquias Espirituais, esse livre-arbítrio conduzir-nos-á apenas a escolher o “quando” e muito pouco o “como” e o “onde”.

O nosso horóscopo é um mapa de caminhos. Privados da memória das vidas passadas, ainda podemos escolher qual o caminho a percorrer e as paragens onde escolhemos nos deter. Alguns caminhos são fáceis, se em vidas passadas soubemos percorrer convenientemente esse caminho. Outros caminhos estarão em mau estado e é necessário repará-los. Se fazemos essas reparações e colocamos esses caminhos em bom estado, significa que estamos a evoluir, a tomar consciência do Ser que somos, de estarmos atentos às batidas generosas do nosso coração, às vibrações do Amor incondicional, à ideia que somos uma centelha divina.

A nossa personalidade, a do corpo que temos nesta vida é nova, pertence apenas a esta vida. A alma é eterna. A alma é a unidade evolutiva. Quando formos conscientes de quem somos verdadeiramente – uma alma que usa uma personalidade/corpo que actua – saberemos que o nosso verdadeiro destino, a paragem última dessa longa caminhada pertence às esferas cósmica e multidimensionais. É assim que chegaremos à Casa do Pai.

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Porque vivemos de forma temporária no planeta Terra, podemos usar a astrologia como uma das ferramentas que melhor permite esse auto-conhecimento da vida espiritual. Conta mesmo é o “quando” retomamos essa caminhada. Porque algures, nesta ou em vidas passadas, já iniciáramos essa mesma viajem. Já fomos caminhantes e peregrinos. Agora, apenas vamos reactivar o livre-arbítrio no sentido voltarmos a percorrer o caminho...

António Rosa
Editor da Editora Anjo Dourado
Escola de Astrologia Nova-Lis