Esta questão é tão antiga como a própria astrologia. De tempos a tempos lá aparece um indivíduo a “descobrir”, de novo, aquilo que está descoberto há dezenas de séculos! São as leis do marketing, e a necessidade de protagonismo de alguns... A última vez que se falou de tal situação foi, creio eu, há uns 15 anos. Até fui chamado à televisão para fazer um depoimento.
A divisão do Zodíaco em doze partes, com rigorosamente 30 graus cada uma, é uma convenção que só será alterada quando os astrólogos quiserem e não quando um qualquer indivíduo se lembrar de a por a circular, de novo, nos meios de comunicação social. O espaço à volta da Terra, como todos sabemos, tem 360 graus, e os astrólogos da antiguidade resolveram dividi-lo em 12 partes (os 12 signos) e colocar-lhes os nomes das constelações que, na altura, estavam perto dessas zonas do espaço. A relação entre as constelações e os signos do Zodíaco é tão-somente essa: a semelhança dos seus nomes. Essa relação começou e acabou aí, nesse mesmo momento. Tudo o mais é mera especulação.Há outro ponto subjacente a esta falsa questão: o chamado movimento de precessão dos equinócios, que é um assunto sobejamente conhecido dos astrólogos, e que tem a ver com o desfasamento entre os signos e as constelações. Para simplificar, poderia dizer que é esse fenómeno que faz com que hoje em dia se diga que estamos na Era de Aquário e não na Era de Peixes, que começou sensivelmente há 2.000, com o nascimento de Cristo.

Resumindo e concluindo: ninguém duvida que o espaço à volta da Terra terá eternamente 360 graus. Assim sendo, também ninguém poderá duvidar que, também eternamente, os signos, porque são 12 porções desse espaço total, serão 12. Esta questão, e a dita polémica a ela associada, é tão aberrante como a que seria se alguém, de um momento para o outro, viesse para a comunicação social dizer que afinal o metro não tem 100 mas 102 centímetros…

por Paulo Cardoso

Veja a opinão de Cristina Candeias na próxima página

“Este novo zodíaco que o astrónomo propõe não tem nada de novo.

Ele é chamado pelos astrólogos de ‘zodíaco sideral’ e se baseia nas constelações e na precisão dos equinócios.

O zodíaco que usamos é o ‘zodíaco trópico’, e se baseia, astronomicamente falando, nos pontos em que a trajectória do Sol cruza a linha do equador ou, falando de outra forma, se baseia nas estações do ano, onde o início da Primavera no hemisfério norte (Outono no hemisfério sul) corresponde ao início de Áries (Carneiro).

No sentido do zodíaco trópico essas mudanças não influenciam. Enquanto houver as quatro estações do ano, vai ser igual. É como um transferidor em que você tem demarcadas 12 áreas de 30 graus, que são os signos.

A noção que a astrologia tem de zodíaco não tem nada a ver com a que a astronomia tem.

O zodíaco da astrologia tem a ver com o ciclo vital. Começamos sempre a contagem no começo da primavera do hemisfério norte”.

Assim, tudo continua como antes, aliás estas guerras já têm muitos anos.

Cristina Candeias

Cristina Candeias é Astróloga desde 1996, e uma das caras mais conhecidas da astrologia em Portugal. Actualmente apresenta as previsões astrológicas semanais no Sapo Zen

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