A interpretação de um mapa astrológico não deve seguir parâmetros rígidos dos quais muitos astrólogos definem o que se deve interpretar em primeiro lugar, segundo ou terceiro… Não existe unanimidade nestas regras de interpretação. Pensamos que a interpretação do mapa deve ser altamente influenciada pelo primeiro pensamento e para onde os nossos olhos observaram o tema.

Muitas vezes a energia que a própria pessoa trás para uma consulta é marcante na interpretação e na forma como se vai conduzir esta. Como tal, o astrólogo no momento que senta a pessoa à sua frente tem que estar aberto a uma abordagem personificada do mapa, esquecendo todas as definições astrológicas absorvidas até ao momento.

Nos primeiros minutos é importante reter a atenção do consultante para que ele fique bem ligado durante toda a consulta para esta poder ter potencialmente uma consequência modificadora na consciência da pessoa.

Existem algumas técnicas que ajudam no bom encaminhamento de uma consulta, algumas delas podem ajudar muito em certos casos, por exemplo, quando se marca uma consulta no fim de um dia de trabalho onde a receptividade e o grau de atenção podem já estar muito desgastadas.

Uma destas técnicas consiste em perceber através do mapa assim como da energia do consultante se está desequilibrada, o factor mais fácil de perceber é se a energia é predominantemente Yin ou Yang? Se é Yin talvez o astrólogo, ao comunicar com a pessoa, poderá assumir posturas mais enérgicas e intensas, pelo contrário, se o consultante vem com a energia muito Yang podemos e devemos usar uma voz mais suave e calma e, se for possível, falar muito baixo para obrigar a pessoa a diminuir a frequência para um estado mais harmonioso.

Quando o consultante tiver um excesso muito grande de uma ou de outra energia, antes de começar a consulta deve-se sugerir à pessoa para fechar os olhos, podendo então orientar um simples exercício de respiração e visualização. É sem duvida melhor “perder” 5 minutos com um exercício do que uma consulta inteira.

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É nossa recomendação que o astrólogo não assuma as definições astrológicas, o que lê neste site ou em livros como verdadeiras. Estas são apenas visões dos autores que as escreveram e não verdades astrológicas pois ela não existe, tal como não se pode definir Deus, pois a palavra “definição” tem como significado “determinar o limite” daí a grande dificuldade dos nossos amigos teosóficos nesta questão, arranjado à maneira de o definir pela ausência de definição possível, aqui neste ponto todos temos um bocadinho de agnósticos se formos suficientemente humildes perante Ele.

Quando falamos de Signos estamos a invocar de alguma maneira energias que estão muito perto d´Ele, os Signos e a descodificação da astrologia é compreender que existe uma interface inteligível à nossa compreensão. Interface esta que descodifica (com bastante clareza dependendo do grau de estudo/intuição) a nossa experiência vivencial aqui na Terra, acreditando que esta experiência não é aleatória e tem um significado evolutivo e divino e, sendo assim, balizar a astrologia em meia dúzia de chavões é bastante redutor ao conhecimento astrológico.

Sem dúvida a astrologia requer muito estudo e grande dedicação, este estudo ao contrário do ensino nas escolas, não nos pede para decorar definições já estabelecidas, o que a astrologia nos pede é para que olhemos estas definições de uma forma energética.

É esta a chave do estudo da astrologia, a ponte entre a interpretação verbal e a energia implícita, isto muitas vezes significa que é necessário largar os conceitos factuais e integrar uma maneira de pensar mais subtil, isto acontece quando desligamos os pensamentos dos objectos usuais da linguagem e ligamos as ideias a um objecto diferente e comum a todos eles - a consciência.

Quando esta forma de pensamento surge existe uma simplificação considerável onde muito do ruído e o confronto de pensamentos é eliminado pois começaram todos a confluir no mesmo objecto começam a caminhar todos no mesmo sentido não havendo assim choques frontais (os quais muitas vezes são importantes para experimentar a existência).

Esta é, sem duvida, uma maneira de praticar a intuição astrológica e consequentemente inserir uma visão diferente na nossa vida.

Frederico Saraiva

Escola de Astrologia Nova-Lis