No entanto, existem alguns conceitos na medicina que nem sequer alguns dos médicos conhecedores de astrologia conseguem explicar. Refiro-me fundamentalmente ao diagnóstico dos humores e à sua evolução no tempo. Os chamados dias críticos que se consideram na evolução de uma doença são muito importantes, assim como o medicamento ter um efeito restabelecedor da saúde. Sabido é que se observam vários tipos de doenças que são distinguidas em dois grupos:
Vício: Deficiência trazida do nascimento como a surdez, mudez e cegueira, etc. Este tipo de deficiências denominam-se astrologicamente como nascimento Azemena.
Lesão: Divide-se em três partes: agudas, crónicas e obtusas. Agrupam-se em função do tempo que duram.
Agudas são aquelas que podem durar até 60 horas e passado este tempo chamam-se trópicas.
Crónicas são aquelas que podem durar meses ou anos.
Obtusas não corresponde a uma evolução concreta.
Os Humores
São aqueles líquidos do corpo onde se identifica a evolução da crise da doença.
A importância do sistema dos humores na medicina antiga é o pilar fundamental para entender o diagnóstico e o posterior tratamento da enfermidade. O médico antigo estrutura o seu conhecimento partindo da influência física real dos planetas sobre o corpo. Os humores relacionavam-se fundamentalmente com os efeitos das qualidades primitivas (calor, humidade, secura e frio). Para poder diagnosticar era fundamental conhecer os efeitos destes conceitos. Este número de qualidades é o que permite conhecer de forma quantificada o desequilíbrio da enfermidade e corrigi-lo com um medicamento fabricado exclusivamente para cada enfermo, tendo em conta que se parte com a ideia de que não existem enfermidades mas sim enfermos. Portanto, cada enfermo é uma equação diferente e cada um necessita de uma correção diferente em proporção à sua enfermidade e à sua constituição.
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Os dias críticos
Uma vez reconhecido que cada enfermo corresponde a uma equação ou proporção diferente, trata-se de medir a evolução no tempo da crise e para isso, utiliza-se o movimento dos planetas através da técnica astrológica, sabendo-se o dia que aparece o sintoma até que o doente tenha que ficar de cama. Uma vez conhecido esse momento, que muitas vezes é impreciso, os médicos antigos recomendam trabalhar com o ciclo lunar mais do que com o ascendente, por uma questão de precisão.
Interpretação da Parte da Fortuna
Vejamos o que é exatamente a Parte da Fortuna. Tecnicamente, o cálculo consiste em identificar o Ascendente com a luminária dominante. O Sol e a Lua formam o arquétipo básico de todo o processo vital. Simbolizam os princípios sem os quais, a Vida não se poderia manifestar: O Sol – o impulso de viver, alento divino que dá vida ao corpo; A Lua – o princípio que dá corpo à vida, o barro de que é feito Adão. O Ascendente vem simbolizar esse ponto crucial que define no espaço e no tempo a vinda de um ser ao mundo. É um ponto de nascimento e ao mesmo tempo é um ponto de síntese, pois exprime a manifestação física do indivíduo.
A partir do nascimento diurno ou noturno, verificamos se o indivíduo se identifica mais com as forças solares ou lunares, e é essa identificação que estabelece o Ascendente. A Parte da Fortuna vem descrever a atitude do indivíduo na altura de lutar por aquilo que o realizará, ou que o deixará de alguma forma feliz. Indica também a capacidade de ter sorte, de captar as possibilidades que o indivíduo terá em alcançar um estado de compleição e riqueza, no sentido amplo.
O Ascendente simboliza a pessoa e sua expressão física, corporal e a Parte da Fortuna parece relacionar-se mais com a atitude anímica do nativo. Se o Ascendente traduz as capacidades, aptidões inatas e os seus condicionamentos vitais, a Parte da Fortuna manifesta a melhor maneira de por em prática esses potenciais, para o alcançar da realização e felicidade pessoal.
Para definirmos a nossa Parte da Fortuna é necessário fixar sobretudo o signo de que se pertence, assim como o regente do mesmo e respetivos planetas em comparação com o que fazemos para o Ascendente. A Parte da Fortuna trata-se apenas de um ponto análogo ao Ascendente.
por José Arjones
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