A tecnologia vai ser testada no Porto e em Bolonha, Itália, podendo ser implementada mais tarde noutras cidades do mundo.

O projeto, intitulado “Smart Pedestrian Net - Smart Cities are Walkable”, visa o desenvolvimento de um modelo capaz de avaliar e otimizar as condições para andar a pé em cidades europeias. “Este modelo pioneiro vai orientar as metrópoles para as pessoas, colocando o modo pedonal como uma dimensão fundamental das cidades inteligentes e inclusivas”, explica o coordenador Rui Ramos, do Centro de Território, Ambiente e Construção (CTAC) da UMinho.

O sistema será avaliado numa primeira fase em duas cidades-piloto, com o objetivo de direcionar as suas políticas de planeamento urbanas e de transportes. O estudo implica ainda a avaliação das condições oferecidas por estes espaços aos peões e a auscultação do custo e dos benefícios da promoção do modo pedonal. Os investigadores do projeto defendem que apostar neste tipo de deslocação é essencial para se tornar a mobilidade mais sustentável, para se incutirem estilos de vida mais saudáveis e para se melhorar a qualidade do ambiente urbano.

As cidades enfrentam crescentes desafios de mobilidade devido à forte dependência dos automóveis. O tráfego motorizado é uma importante fonte de poluição atmosférica e sonora nas cidades. Na União Europeia representa 40% das emissões de CO2 e até 70% dos outros poluentes. O conceito de mobilidade sustentável está focado em mudar este padrão para formas não motorizadas e mais sustentáveis. Caminhar, por exemplo, é um modo suave e ativo que favorece a saúde, além de reduzir o congestionamento do tráfego e a poluição atmosférica.

Projeto envolve várias entidades e cerca de um milhão de euros até 2020

Além da UMinho, o projeto envolve a Universidade de Bolonha, a Universidade Europeia de Chipre e a Associação para o Desenvolvimento Sustentável e Inovador em Economia, Ambiente e Sociedade (Áustria). Foi aprovado pela Cofund Smart Urban Futures no âmbito da Joint Programming Initiative Urban Europe, um programa lançado pela Comissão Europeia, e conta com um financiamento de cerca de um milhão de euros até 2020.