A ativista e jornalista tunisina Souhayr Belhassen, laureada com o prémio Norte-Sul do Conselho da Europa disse hoje em Lisboa que a revolução na Tunísia é inspiradora e defendeu o fortalecimento das mulheres no mundo árabe.

“É preciso saber qual o papel da mulher no mundo árabe porque as mulheres têm de estar no centro das decisões. Não há democracia sem igualdade”, disse.

Souhayr Belhassen foi distinguida pelo trabalho em defesa dos direitos humanos e pela luta pelos direitos das mulheres nos países em desenvolvimento.
A ativista tunisina é também presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos, órgão representativo, segundo o Conselho da Europa, do “papel fundamental desempenhado pelas mulheres nas mudanças históricas que aconteceram no mundo árabe” em 2011.

Preocupada com a situação económica dos países árabes, Souhayr Belhassen usou como exemplo a Turquia como “milagre económico” face à "miragem" que ainda é a Tunísia, país que não pode, nunca mais, “voltar a cair no totalitarismo”.

A jornalista defendeu também a “separação entre o poder político” no mundo árabe e condenou a “prática bárbara da excisão feminina”. Para Belhassen são igualmente necessários apoios à juventude na Tunísia no sentido de melhorar as condições de vida.

“A comunidade internacional e europeia tem o dever de se focar na modernização económica e social da Tunísia”, afirmou.

A entrega do Prémio Norte-Sul 2011, na Assembleia da República, decorreu na presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Fonte: Lusa