Vasco Mello, vice-presidente da CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, afirmou à Lusa que os saldos de inverno, que terminam amanhã, "não correram nada bem", fruto do "grande abrandamento no consumo".

Em véspera de terminar a época de saldos, que arrancou a 28 de dezembro, Vasco Mello faz um balanço negativo, já que a retração de consumo no primeiro trimestre deste ano "é uma continuação daquilo que ocorreu" nos três meses anteriores.

O forte abrandamento do consumo "está a prolongar-se pelo primeiro trimestre, o que era expectável", afirmou Vasco Mello, adiantando que segundo os últimos dados as vendas foram inferiores em valor e em margens de comercialização.

Questionado sobre o valor da quebra, Vasco Mello disse que ainda não havia um número definido, porque as contas não estão totalmente fechadas.

"A queda é variável, há setores em que foram de dois dígitos, outros conseguiram manter-se", mas uma coisa é certa: "Há uma real quebra das margens e dos valores".

"Se as pessoas nem nos saldos, com descontos agressivos de mais de 50% não consomem, obviamente que isso se traduz na diminuição das vendas" e consequentemente na "redução dos postos de trabalho e de empresas".

Questionado sobre se a crise no consumo irá continuar, o vice-presidente da CCP foi perentório: "Obviamente que sim".

Para Vasco Mello, "não há expetativa" de que o setor melhore, tendo em conta a atual conjuntura económica.

"Há momentos de hesitação na compra", porque os consumidores "estão sempre na expetativa que o preço baixe" e, quando tal acontece, o comprador "já não tem rendimento", o que leva a que haja um forte abrandamento das vendas.

Em relação às empresas do setor, Vasco Mello adiantou que a lei das rendas e a faturação eletrónica estão a ter um impacto negativo.

Lusa

27 de fevereiro de 2013