Para a britânica Noor Hibbert, fundadora da empresa This Is Your Dream, o sucesso é “encontrar o caminho na vida que nos ilumina e nos dá sentido, é escolher ser a melhor versão de nós todos os dias”.
Um princípio que Noor Hibbert levou para o seu livro You Are a F*cking Success (edição Marcador). A autora, life coach mundialmente conhecida, defende que o único critério de sucesso deve ser aquele que criamos individualmente. O primeiro passo é a tomada de consciência e o esforço para deixar de viver na narrativa de que somos impotentes para transformar a nossa realidade. Em vez disso, precisamos de começar a desvendar de onde vieram as nossas histórias e como as reescrever rumo a um futuro mais brilhante.
Noor Hibbert, oradora motivacional, escritora e mãe, é autora do podcast de Think It, Get It, com mais de um milhão de downloads.
Do livro, publicamos o excerto abaixo.
O sucesso: percebemos tudo mal
“Gucci, Chanel, Mulberry! Venham comprar as vossas malas de senhora — é mais barato que no Asda, mais barato que no Tesco!” Ri-me baixinho enquanto percorria as ruas coloridas da Turquia, repletas de bancas onde se vendia tudo o que podias imaginar. O calor do sol do Mediterrâneo aquecia a minha pele jovem de dezasseis anos, à medida que me rodeava da grande agitação dos vendedores de rua que incitavam avidamente os veraneantes até à sua minúscula banca, a gritarem por cima uns dos outros e a tentarem convencê-los a comprar malas de senhora, relógios e sapatilhas de contrafação, que eram supostamente mais baratos que nos supermercados do Reino Unido.
Estava tão entusiasmada: ia finalmente comprar uma mala de marca. Ninguém vai perceber que é falsa, convenci-me. Queria sentir desesperadamente como seria andar toda vaidosa com uma pochete da Gucci, ou com uma daquelas sacolas almofadadas da Chanel, que mais parece terem sido feitas a partir de uma colcha. Estas coisas são símbolos de sucesso, certo? Só as pessoas “bem-sucedidas”, ou aquelas com pais ricos, podem pagar uma maquilhagem cara, malas de marca, carros velozes e mansões. Podem ser uns grandes parvos, mas quem é que quer saber disso? São bem-sucedidos e são certamente felizes.
E eu também queria ser assim. Detestava quando estava perto de alguém que possuía coisas caras, que eu não podia comprar. Coisas que eu acreditava que nunca iria poder comprar — muito menos na adolescência, ou nos meus vinte anos. Coisas que eu acreditava que iriam, de alguma forma, fazer de mim uma pessoa melhor e mais feliz. Esta é a história que o nosso ego nos conta.
O nosso ego — aquela parte de nós que criamos ao longo da nossa existência — suga-nos até ao tutano quando o seguimos, e, quando acreditamos que a sua voz e os seus desejos são a nossa própria voz e os nossos desejos, somos induzidos em erro com a falsa promessa de que o sucesso está, de alguma maneira, gravado nos bens que possuímos, ou que este tipo de sucesso estava intrinsecamente ligado à nossa felicidade ao longo da vida. Porquê? Porque vivemos numa sociedade altamente centrada no que é acessório e material.
Após a compra da suposta mala falsa, comecei imediatamente a sentir o aumento de dopamina induzido pelos artigos de pele. Trata-se daquele enorme entusiasmo temporário que sentes quando sacias momentaneamente os desejos do teu ego. Um dos maiores objetivos do ego é “possuir”. Por isso, assim que passa o tal entusiasmo, começamos a vaguear pelas ruas como um toxicodependente, a tentar encontrar a próxima coisa que nos vai fazer sentir bem-sucedidas, importantes, felizes, ricas ou merecedoras; a dose seguinte que nos vai permitir escapar à mediocridade — e sempre à procura de uma resposta algures, fora de nós mesmas. Quer a encontremos em malas, fama, em “gostos” nas redes sociais, andamos inconscientemente à caça desta sensação, acreditando que nos vai fazer sentir realizadas.
Mas e se, como seres humanos, percebemos tudo mal? E se caímos todas na terrível ilusão de que não podemos ser felizes se não formos “bem-sucedidas”, por termos uma noção distorcida do termo — um significado baseado naquilo que a sociedade nos ensinou? E se o nosso conceito de sucesso está tão distorcido, como numa sessão do jogo Telefone Estragado, que nos convenceram que esse conceito é como um destino que se situa no outro lado do mundo, para o qual não temos qualquer mapa ou meio de transporte para lá chegar de forma rápida e segura? Se percorrêssemos as ruas e perguntássemos às pessoas o que significa o “sucesso”, poderíamos ouvir as seguintes respostas:
- O sucesso é quando atingimos um certo nível de realização educativa.
- O sucesso é uma carreira, tal como ser médico ou advogado [inserir qualquer outra profissão que te faça sentir superinteligente].
- O sucesso está direcionado apenas para alguns afortunados e não é algo que possa ser atingido de todo.
- O sucesso é a fama.
- O sucesso é medido pela tua riqueza.
- O sucesso é vestir roupas de marca, conduzir carros caros e ter mansões.
- O sucesso é parecer uma Kardashian.
- O sucesso é casar com um homem rico.
- O sucesso apenas acontece àqueles com uma determinada personalidade.
- O sucesso significa ser melhor do que toda a gente.
- O sucesso é ter um carro de luxo, uma grande casa e 2,4 crianças que são muito bem-comportadas e que vos tratam por Mamã e Papá; nunca fazem uma birra em público, têm sempre o cabelo muito bem penteado e sabem que nunca devem levantar-se da mesa até que todos tenham terminado de jantar.
Repara, a versão tradicional que nos enfiam pelos ouvidos é que o sucesso é algo que se deve alcançar: um destino e um lugar onde seremos de alguma forma mais completos assim que lá chegarmos. Fui dando início à jornada mais importante da minha vida — a jornada que me fez perceber quem era, por que motivo estava aqui e de que era eu verdadeiramente capaz —, e a primeira coisa que percebi foi que nos ensinavam o que era o sucesso de uma forma enganadora, por um mundo liderado pelo capitalismo, o consumismo e o botox, deixando-nos afastados do nosso principal objetivo e do verdadeiro significado do que é ser bem-sucedido. Acreditamos que o sucesso é marcado pelas coisas que alcançamos fora de nós. Isto deixa-nos uma sensação de que nos falta algo e que andamos desconectados. Consequentemente, começamos a procurar coisas pelo mundo fora que nos preencham, procurando algum género de conexão nos lugares errados e tentando encontrar atabalhoadamente um mapa para chegar a esse esquivo destino.
Portanto, sentimos frequentemente que a vida é como virar uma página de cada vez, na esperança de eventualmente atingirmos o final inesperado onde tudo funciona melhor, embora pareça, por vezes, que essa página nunca vai chegar. O problema com este ponto de vista é nunca gozarmos a viagem, e a maioria de nós nunca fica satisfeita quando chega ao lugar por que tanto lutou. Isso acontece devido ao facto de, em cada sucesso que atingimos, existir apenas um pequeno período pelo qual nos movemos para o objetivo e desejo seguintes, pois o ego nunca se sente totalmente realizado. Tal como um balão que tem um furo tão pequeno que nem o conseguimos observar, mesmo que continuemos a enchê-lo de ar (ou de bens materiais, neste caso), o ego vai murchar lentamente. Não importa o esforço que fazemos a soprar ou quantas vezes tentamos encher novamente o balão, acabamos sempre por nos questionar sobre o motivo de o balão continuar a murchar; sabemos que o ar está a escapar, e, no entanto, somos incapazes de localizar o furo.
Acredito que este furo representa um vazio dentro de nós, uma vez que, como seres humanos, vemos fundamentalmente o sucesso através de um prisma materialista e individualista. Toda a nossa vida é determinada pelo significado que damos às coisas. Estes significados são as histórias que construímos nas nossas mentes acerca de quase tudo na vida. São as histórias que nos dizem o que é o «sucesso», e estas histórias criam o livro das nossas vidas. Por vezes, esse livro é bom, outras vezes é mau, e, de vez em quando, esse livro é péssimo como a m*rda.
Tendo trabalhado com milhares de pessoas em volta do mundo, é-me bastante claro que estas histórias não levam ninguém a sentir-se feliz ou realizado. Sendo eu uma pessoa que teve essa falha e sentiu esse afastamento, é-me quase impossível não reverter a minha história, ou as vidas dos meus clientes, por forma a perceber o que se passou. Após uma análise profunda, acredito que temos um número esmagador de pessoas que se sentem presas, tristes e perdidas porque, em primeiro lugar, passamos a vida a perseguir um esquivo coelho branco que representa uma versão enviesada do sucesso, em vez de procurarmos a verdadeira conexão, realização e significado. Por conseguinte, assim que descobrimos que o coelho não é, na verdade, nem branco nem fofinho, ficamos desamparadas. As empresas prosperam ao perseguir as nossas fraquezas, persuadindo-nos diariamente de que, de alguma forma, não somos boas o suficiente tal como somos. Lucram quando somos empurradas pelas necessidades dos nossos egos, e o pior é que nem nos apercebemos do que está a acontecer. E depois chegaram as redes sociais… e lixaram-se todos.
As redes sociais tornaram-se um vício para muitos. Dão-nos a oportunidade de revelar as nossas vidas em trocas de «gostos», para que o nosso ego tenha aquela pedrada quando se sente importante. Mas agora isso significa que temos milhões de pessoas que podemos comparar connosco, o que amplia qualquer possível crença de que não somos suficientemente boas. As redes sociais representam e perpetuam uma versão do sucesso que deixa a maioria das pessoas à beira da falência espiritual, porque até é possível que nos sintamos felizes, mas depois damos por nós no Instagram e, de repente, as comparações que fazemos com os outros convencem-nos de que não o somos. E depois… bum! Somos atraídas pelo anúncio seguinte no nosso feed.
“Se me comprares, vais sentir-te muito importante, como todas aquelas celebridades», sussurra a mala de senhora. «Vais sentir-te melhor que todos os outros se me comprares”, murmura gentilmente o relógio. “Vais sentir-te milionária e importante quando me conduzires”, grita o carro de luxo que não consegues comprar. Quando dás por isso, já sacaste do cartão de crédito e fizeste outra compra dispendiosa — tudo em nome de te sentires melhor, temporariamente. Contudo, depois de se esgotarem as malas de marca (ou de contrafação), o perigo é que seguimos para outras coisas para nos sentirmos melhor, tais como o álcool, o sexo, as drogas e as relações amorosas.
Deixem-me esclarecer uma coisa: não há nada errado em comprar coisas caras e possuir coisas bonitas, e não há nada errado em gastar o nosso dinheiro, que ganhámos tão arduamente, em bens materiais que desejamos. Na verdade, fazer coisas que nos façam sentir bem é certamente o propósito da vida. Contudo, o problema surge quando compramos coisas que não podemos pagar ou que não queremos realmente, mas que acreditamos que vão preencher um vazio, ou que vamos ser compreendidas num certo sentido. Trata-se de um truque do teu ego para conduzir as tuas decisões, devido ao medo de não seres suficientemente boa.
Mudar a história
É por isso que precisamos determinantemente de mudar a história — agora. E se a nossa nova história nos contasse que ser bem-sucedida não significa tornarmo-nos alguém ou algo diferente, ou não significa chegarmos a algum lado, mas apenas que devemos desfazer tudo aquilo que somos, para que nos possamos recordar de que já somos um sucesso do caraças? Sim, o facto de teres nascido tu mesma — uma hipótese de 1 para 400 biliões — significa que és um sucesso desde o momento em que saíste do ventre da tua mãe.
Repara, todas nós desejamos la dolce vita: uma vida tão doce como o teu gelado favorito, com um chocolate que se derrete na boca incluído. Contudo, a verdade é que a maioria de nós vive a sua vita sem a parte doce. Foi por esse motivo que senti que era tão importante escrever este livro, para te ajudar a perceber qual é o sabor que queres para a tua vida, para te ajudar a chegar lá, mas também para te mostrar como o fazer com imensos granulados coloridos no topo. Não faço ideia de quem és (sim, tu: a pessoa que está a ler isto), mas agradeço-te do fundo do coração por reservares algum tempo para estares nesta jornada. Obrigado por investires o teu ativo mais valioso — a tua atenção —, pois tenciono dar-te um ROI (Return on Investment, ou Retorno Sobre o Investimento).
Quero começar por assumir que precisamos de alterar coletivamente a conversação em redor do sucesso, para que cada uma de nós tenha a oportunidade de nos deliciarmos com o significado de sentirmos uma verdadeira paz e plenitude nas nossas vidas. Sinto que, atualmente, e mais do que nunca, a humanidade coloca a questão «Será isto?», ansiando por mais conexão, significado e realização. E a forma de alcançar isso é alterando a história sobre o que significa, para nós, o sucesso.
Precisamos de parar de avaliar o nosso lugar no mundo através do valor dos nossos bens materiais. Precisamos de acabar com a história de que o sucesso é medido pelo nosso rendimento e pelos “gostos” nas redes sociais, porque, nesse caso, vamos acabar como aquele balão, numa vertiginosa descida em espiral até à deflação. Precisamos de parar de procurar o sucesso fora de nós próprias, e começar a procurar dentro de nós o que realmente desejamos, porque hoje assistimos a consequências catastróficas: os casos de doença mental aumentam a cada dia, os problemas físicos tornam-se cada vez mais crónicos e os estudos indicam que mais e mais pessoas sentem uma falta de objetivo e de realização pessoal nas suas vidas. Temos a responsabilidade para com cada uma de nós de mudar isto, para que possamos, coletivamente, sentirmo-nos mais felizes e com um objetivo.
Se não compreendermos o nosso objetivo ao longo da vida, como é que tencionamos alcançar um verdadeiro contentamento e, por conseguinte, o sucesso? Quando acreditamos que não somos bem-sucedidas (por não possuirmos a nossa própria definição do termo) e não sabemos como desenvolver este alegado sucesso, surge uma ferida energética, causada pelo desconforto interno — tal como o furo no balão.
Como resultado, vamos fazer o que for preciso para impedir esta ferida de permanecer exposta e para aliviar a dor de uma vida não realizada, bem como a crença de que, de alguma forma, não somos boas ou perfeitas o suficiente tal como somos. Mas, em vez de sararmos a ferida, a maioria procura inconscientemente enchê-la de coisas para se sentir melhor. Infelizmente, muitas tentam, de uma forma negativa, encontrar consolo no álcool, nas drogas, no sexo e nos «gostos» nas redes sociais, porque, como seres humanos, não nos é transmitido o conhecimento sobre como viver as nossas vidas de uma forma mais positiva.
Todas queremos sentir que somos importantes e que as nossas vidas têm significado. Quero ajudar-te a olhares realmente para ti e para a tua vida, porque a total consciência é a única forma de criar uma verdadeira transformação e uma vida com significado. Neste livro, quero fornecer a estrutura para uma mudança profunda porque, como seres humanos, temos um desejo básico de crescimento e de reconhecimento do nosso próprio potencial.
Provavelmente, esse é o motivo pelo qual compraste este livro, porque até certo ponto pretendes ter, fazer ou ser algo mais. Mais quê? Não posso saber, porque não te conheço pessoalmente. Mas suspeito que, onde quer que te situes na vida neste momento, não te sentes tão feliz ou preenchida como poderias, ou gostarias. Ou talvez até tenhas atingido um certo nível de sucesso, mas não o sintas verdadeiramente, ou te sintas enganada ou confusa. Não há nada errado em querer mais.
Não há nada errado em esforçares-te para seres a tua melhor versão, em subires a pulso na carreira, superando-te a ti mesma a níveis educacionais e financeiros, porque, como seres humanos, estamos cá para crescer. É a intenção por detrás de cada ato que é fundamental. Precisamos de parar para questionarmos o porquê de fazermos o que fazemos, em vez de insistirmos diariamente, sem qualquer noção do motivo pelo qual estamos a insistir.
Todas temos um enorme potencial escondido, mas na maioria das vezes desconhecemos como nos comportamos, e somos constantemente distraídas da visão global acerca de quem somos e porque cá estamos. Isto não é culpa nossa, e iremos aprofundar mais à frente o poder do subconsciente.
Quando utilizamos uma abordagem da vida de fora para dentro, procuramos preencher lacunas; e o tipo de lacuna que tentamos preencher nunca vai ser preenchida de modo satisfatório com bens materiais, nem com algo externo. Porquê? Porque somos seres espirituais com alma, e a nossa alma deseja mais do que a m*rda de uma mala de senhora.
Como seres espirituais, aspiramos atingir todo o nosso potencial, mas somos impedidos, porque ninguém nos forneceu um mapa para a verdadeira felicidade. Sendo eu uma pessoa que sentiu na pele a dor que nos causa a impressão de não se ser “suficientemente boa”, e que sentiu o aguilhão de se considerar «menos» que as outras, posso dizer-te que procurei, inconscientemente, preencher os meus vazios com álcool, drogas e relações amorosas, em vez de tentar seguir em frente e curar as minhas feridas.
A verdade é que todos os dias temos provas de que o sucesso externo não produz pessoas profundamente felizes. Tudo o que temos de fazer é espreitar os cabeçalhos dos jornais, que anunciam mais uma suposta celebridade muito bem-sucedida que deu entrada na reabilitação. “Mas porquê?”, perguntas. Como se atrevem elas a pensar que estão a sofrer? Têm tudo o que sempre quiseram: dinheiro, fama, sucesso. O que pode correr mal na vida delas? São tão bem-sucedidas. Mas, da mesma forma que a minha mala «de marca» falsa começou a desgastar-se, as alças começaram a partir e o logótipo começou a desaparecer, um sucesso tão «barato» não dura muito tempo. Quando escrevo sucesso «barato», refiro-me ao sucesso a que nós chamamos sucesso. O sucesso que muitas celebridades criam e que as redes sociais representam.
Humanoides
No meu último livro, You Only Live Once, afirmei que me apercebi de que uma das razões que nos impede de gerar plenitude é nós, seres humanos, andarmos em piloto automático e não termos consciência do motivo de vivermos a vida como vivemos.
Refiro-me a este facto como “comportamento humanoide”. Os humanoides são pessoas normais do dia a dia que acreditam que andamos cá para comer, dormir, trabalhar, nos reproduzirmos, guardar dinheiro para a reforma e morrer. E, se tivermos sorte pelo caminho, ainda experimentamos uma viagem de cruzeiro às Caraíbas. Conheço bem este padrão, porque “Chamo-me Noor e sou uma humanoide em recuperação”.
Andei de emprego em emprego durante uma década, a tentar ganhar dinheiro. Fiz de tudo, desde fazer publicidade à Red Bull a vender cartões de crédito em jogos de futebol, até tentar convencer as pessoas a assinar seguros de saúde em supermercados. Trabalhei num balcão de maquilhagem na Debenhams, numa empresa de jogos de computador, num clube de ATL, numa agência Club 18-30. Fui consultora num ginásio, relações-públicas num bar e auxiliar num infantário. Tentava sobreviver e ganhar dinheiro.
Viver neste modo de “sobrevivência” significa que, invariavelmente, os humanoides não fazem nada que resulte em sentirem-se realizados e não vivem uma vida impulsionada por objetivos ou guiada pela sua maneira única de gerar abundância e de sentir que estão a criar sucesso.
Não acredito que os humanos tenham vindo parar a este planeta sem qualquer objetivo definido, a não ser descobrir “como sobreviver”. Acredito, sim, que cada uma de nós tem uma individualidade, na qual se insere o nosso objetivo neste planeta e a forma como podemos contribuir para a humanidade. A vida é como um exercício de orientação, e necessitamos apenas de utilizar a nossa bússola interior, que indica o verdadeiro norte — a nossa própria versão do sucesso e a nossa vida plena. É por esse motivo que acredito que o objetivo e o sucesso andam definitivamente de mãos dadas.
Quando alguém vive uma vida na qual falta um objetivo, nunca se sente realizado, mesmo que tenha dinheiro suficiente para comprar todos os bens que quiser, porque não está a fazer o que pretende, nem o que era suposto fazer. Está a ser direcionado inconscientemente pelas suas necessidades básicas, tais como um teto e a alimentação. Ninguém desenvolve uma vida bem-sucedida vivendo apenas em modo de sobrevivência.
Mesmo que sejam capazes de gerar mais dinheiro e abundância, não vão sentir a doçura dessa realização, porque a forma como lá chegaram foi desgastante, por intermédio de muito trabalho árduo, e não estava alinhada com o seu objetivo e a sua individualidade.
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