Se fosse vivo, Andy Warhol faria hoje 90 anos. O excêntrico artista plástico, que nasceu em Pittsburgh, na Pensilvânia, nos EUA, a 6 de agosto de 1928, foi o grande impulsionador do movimento pop art. Filho de emigrantes eslovacos, teve uma infância difícil. Para sustentar a família, o pai, Ondrej Warhola, chegou a trabalhar numa mina de carvão, ficando Andrew Warhola e os irmãos em casa com a mãe, Julia Zavacká.
Em criança, teve coreia, uma doença do sistema nervoso, que se acredita ser uma complicação da escarlatina, que provoca movimentos involuntários das extremidades e causa manchas de pigmentação na pele. Traumatizado, torna-se hipocondríaco, passando a ter medo de hospitais e de médicos. Obrigado a passar muito tempo na cama, desenha, ouve rádio e coleciona fotografias de estrelas de cinema.
Na escola, é excluído e ostracizado pelos colegas. Como o pai passa muito tempo fora de casa, desenvolve uma relação muito próxima com a mãe. Ao mesmo tempo que o protege, Julia Zavacká, também ela uma apaixonada pelas artes, incentiva-o a criar. Apesar do dinheiro não abundar, compra-lhe livros de banda desenhada e, juntos, divertem-se a recortar as imagens e a fazer colagens e montagens artísticas.
A influência determinante da mãe
A influência da mãe foi decisiva no seu percurso. "Eu diria mesmo que ela foi a maior influenciadora da sua arte", escreveu num artigo o crítico de arte John Niekrasz. Em 1945, com apenas 17 anos, Andy Warhol entra no Instituto de Tecnologia de Carnegie, hoje Universidade Carnegie Mellon, para estudar design. Quando termina o curso, muda-se para Nova Iorque. Pouco tempo depois, já faz ilustrações para revistas.
À medida que vai conquistando espaços na Vogue, na Harper's Bazaar e na The New Yorker, vai também fazendo anúncios publicitários e imagens para vitrines de lojas. O reconhecimento público não tarda. O Art Director's Club e o The American Institute of Graphic Arts premeiam a sua criatividade. Em 1952, faz a sua primeira exposição individual, composta por 15 desenhos inspirados na obra de Truman Capote.
Em 1956, chegam ao MoMA, o museu de arte moderna de Nova Iorque. Com recurso a cores fortes e vibrantes obtidas com tintas acrílicas e inspirado pela publicidade, Andy Warhol reinventa a pop art. As suas reproduções das latas de sopas Campbell e das garrafas de Coca-Cola, a par da multiplicação de rostos de celebridades como Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Michael Jackson, Brigitte Bardot e Elvis Presley, fazem furor.
O ataque que o obrigou a ser operado de urgência
Em 1968, em pleno auge da fama, Valerie Solanas, fundadora e único membro da Society for Cutting Up Men (SCUM), uma organização que a feminista radical criou "para eliminar os homens", como fazia questão de afirmar, invade The Factory, o estúdio onde Andy Warhol trabalha e atinge-o com três tiros. O ataque não é fatal mas o artista plástico tem de ser operado de urgência. A cirurgia dura cinco horas mas ele recupera.
No ano seguinte, inebriado pelo universo das celebridades que o fascina desde criança, funda a revista Interview. Nas décadas de 1970 e 1980, dedica-se à pintura, escreve vários livros sobre ele próprio e sobre a pop art e apresenta um programa de televisão. A 21 de fevereiro de 1987, é operado à vesícula biliar. Segundo os médicos, a cirurgia corre bem mas Andy Warhol, inesperadamente, morre no dia seguinte.
Visionário, é dele uma célebre profecia que diz que "no futuro, todos serão famosos durante quinze minutos". Financiador e mentor intelectual da banda The Velvet Underground, forçou, em 1967, a entrada da sua amiga Nico na banda, mas a cantora alemã acabaria por ser expulsa. "Ele dedicou a sua vida à arte. As suas opções estilísticas inspiraram e continuam a inspirar, hoje, artistas", elogia um fã, Winston Willett.
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