A Marcha das Mulheres, que teve lugar em Washington em janeiro, foi uma mensagem clara contra a eleição e as políticas misóginas implementadas pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo a organização do Women’s March, nesse dia mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo saíram às ruas em defesa dos direitos das mulheres e de outras minorias.
“Quando milhões de nós estivemos juntos em Washington, vimos de forma muito clara que o nosso exército de amor era maior do que aquele construído com base no medo, avareza e ódio. Voltemos a unir-nos, demonstrando que os direitos das mulheres são direitos humanos, independentemente da sua raça, etnia, religião, condição de imigrante, identidade sexual, expressão de género, condição económica, idade ou incapacidade”, pode ler-se no site da organização.
Capazes de mobilizar um protesto à escala global, a organização decidiu organizar uma greve para o dia 8 de março, data em que assinala o Dia Internacional da Mulher. Em busca de mais igualdade, justiça e direitos humanos para as mulheres e todos os géneros alvo de opressão, o A Day Without A Woman é um dia em que se pretende “reconhecer o valor que as mulheres oriundas de diferentes backgrounds oferecem ao sistema sócioeconómico”, referem os organizadores do evento.
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Todas as pessoas que decidam juntar-se a esta greve mundial, podem fazê-lo através de três maneiras: abster-se do trabalho independentemente da sua situação laboral, evitar gastos e usar a cor vermelha em solidariedade com a data. Para além disso, a organização faz um apelo pedindo que todos aqueles que decidam juntar-se ao A Day Without A Woman (Um Dia Sem Mulher) utilizem as redes sociais para partilharem os motivos que os levam a fazer greve no dia 8 de março e que partilhem uma fotografia com a seguinte legenda: “Um dia sem mulher é um dia sem mim”.
Recorde-se que já no mês passado, o jornal The Guardian tinha publicado o manifesto feminista “Women of America: we’re going on strike. Join us so Trump will see our power” (Mulheres americanas: vamos fazer greve. Juntem-se a nós para Trump ver o nosso poder) assinado por oito ativistas e académicas ilustres.
Ao longo do texto apelavam a que mulheres de todo o mundo se unissem “ajudando a construir uma greve internacional contra a violência masculina e em defesa dos direitos reprodutivos” naquele que irá ser “um dia de greve, de marcha, de bloquear estradas, pontes e praças, abstendo-se de trabalho doméstico, trabalho de cuidador ou trabalho sexual, boicotando e chamando atenção para os políticos e as empresas misóginas”.
Sabe por que razão 8 de março é o Dia Internacional da Mulher? As origens não são fidedignas mas crê-se que nesta data em 1857 um grupo de operárias têxteis de uma fábrica em, Nova Iorque, resolveram entrar em greve.
A sua reinvidicação era a redução do horário de trabalho de 16 para 10 horas. No entanto, estas mulheres, que por este tempo de trabalho recebiam menos de um terço do que o salário recebido pelos homens, foram fechadas na fábrica. Um incêndio deflagrou e, nesse dia, morrerem 130 mulheres.
Esta história, que parece saída de um guião de um filme, tem sido alimentada ao longo dos anos como verdadeira. No entanto, não se sabe se esta greve realmente aconteceu ou não.
Mas uma coisa é certa: o Dia Internacional da Mulher tem como principal objectivo chamar a atenção para o papel da mulher na sociedade, constestar preconceitos e rever limitações impostas à mulher, no mundo.
Recorde-se que esta continua a ser uma preocupação na atualidade. Uma das campanhas mais tocantes de violência contra as mulheres foi divulgada no final de 2015, num vídeo que se tornou viral em que a organização Care Norway pretendia pedir aos homens que tivessem tolerância zero sobre qualquer tipo de agressão contra as mulheres.
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