No mundo da cosmética, existem muitas histórias e mitos fascinantes em torno das várias criações. A casa Givenchy, por exemplo, tem também as suas próprias memórias e lendas, uma delas em torno do nome L'Interdit.
Inicialmente esta fragrância foi criada exclusivamente para Audrey Hepburn, amiga de Hubert de Givenchy, que a cada passo da criação lhe ia pedindo conselhos.
Durante alguns anos, a actriz teve o privilégio de ser a única mulher no mundo a usar aquela fragrância do famoso criador. Até que, em 1957, Givenchy decidiu comercializar o aroma. Audrey, em tom de brincadeira afirmou «mais, je vous l'interdis» («Eu proíbo-vos de o fazer»). E assim nasceu o nome deste grande lançamento.
Por altura do 50º aniversário da casa Givenchy, a fragrância foi reinterpretada, tornando-se mais moderna e atraente. O aroma actualmente comercializado preserva muito do espírito da criação original, que ficará para sempre associado ao nome da actriz.
Trabalho de equipa
L'Interdit está longe de ser o único cosmético cujo nome esconde uma história. Mas, na prática, como surge actualmente a ideia para o nome de um novo creme ou perfume? Que factores condicionam hoje a decisão das empresas da industria cosmética neste domínio? Foram precisamente estas as questões que lançámos a representantes de diferentes marcas de cosmética.
«O nome é o culminar do processo de criação. No caso de um perfume, a designação surge a partir de um conjunto de ideias relacionadas com a composição olfactiva da fragrância, o gosto pessoal do criador, o conceito da marca, a opinião do nez e o trabalho da equipa de marketing criativo», explica Rita Carvalho, formadora das marcas Issey Miyake, Jean Paul Gaultier e Narciso Rodriguez.
«É importante que a designação seja fácil de memorizar, fácil de escrever e fácil de pronunciar, em qualquer país ou cultura», acrescenta Lionel Laffon, director de marketing e desenvolvimento dos produtos Lierac. Convém também «ir de encontro ao que está na moda», acrescenta Christine Frémont, formadora internacional de Givenchy, que elege Ange ou Démon ( fragrância da marca) como o seu nome preferido no mundo da perfumaria.
Imagem de marca
Através do nome «transmitimos a imagem e a competência da marca, o benefício principal do produto, o target ao qual se dirige e a tecnologia utilizada no seu desenvolvimento. Tem de ser atractivo, para soar bem no ouvido dos consumidores e lá ficar guardado até gerar a compra e posterior satisfação», refere Rita Oliveira, brand manager da marca Nivea.
Antes de qualquer registo convém não esquecer que se trata de um baptismo internacional. «É importante verificar se o nome não tem um sentido pejorativo ou que indique um contra-senso nas diferentes línguas», acrescenta Lionel Laffon. «O nome é o culminar de um processo criativo e a primeira rampa de lançamento para o sucesso do produto», conclui Rita Carvalho.
Veja na página seguinte: Os 10 nomes preferidos da redacção da saber viver
Os 10 + Addict Allure DNAge Flowerbomb Hydra Zen MenCode Météorites No Complex Nutritionist SkinBreakfast Sabia que... Texto: Vanda Oliveira com Christine Frémont (formadora internacional da marca Givenchy),
Fomos a votos na redacção da saber viver. Conheça alguns dos nomes do mundo da cosmética que aplaudimos:
Para a mulher que vive intensamente Dior ousou criar Addict. Um verdadeiro vício, primeiro em forma de bâton, depois em perfume e que hoje tem uma gama de produtos.
Com seis facetas diferentes, esta fragrância Chanel assume um aroma único na pele de cada mulher. Para que cada uma de nós tenha o seu próprio encanto (allure).
Os Laboratórios Nivea iniciaram uma nova era na luta contra o envelhecimento cutâneo. Chamam-lhe a idade do DNA. Não se fala de outra coisa.
Sinónimo do conceito que a dupla Viktor & Rolf definiu para a sua primeira fragrância feminina: um bouquet explosivo, com mais de mil flores na sua composição.
Que outro nome poderia ter este creme hidratante anti-stress, de Lancôme, se não Hydra Zen? Simples e perfeito!
Esta linha de produtos RoC foi desenvolvida a pensar nos códigos de beleza masculinos. Uma gama prática, com um design sóbrio e elegante. Como eles gostam.
Produto mítico da maquilhagem Guerlain que, em 1987, criou um novo gesto de beleza ao transformar o pó em coloridos meteoritos que se misturam com o pincel.
Cuidados adelgaçantes e refirmantes de Givenchy que nos fazem gostar (ainda mais) do nosso corpo, sem complexos.
Fórmula Garnier que fornece ingredientes fundamentais à pele, para cuidar do rosto como um especialista. E sem sair de casa.
Creme de rosto, com a assinatura Méthode Jeanne Piaubert, que se aplica pela manhã e, como um verdadeiro pequeno-almoço para a pele, fornece nutrientes que a protegem ao longo do dia.
Private Collection foi durante anos o perfume exclusivo de Estée Lauder até que, em 1973, após a insistência dos seus amigos, esta autêntica colecção privada chegou ao grande público. Em Setembro de 2007, foi lançada em Portugal uma nova versão criada pela sua neta, Aerin Lauder.
Lionel Laffon (director de marketing e desenvolvimento de produtos Lierac),
Rita Carvalho (formadora das marcas Issey Miyake, Jean Paul Gaultier e Narciso Rodriguez) e Rita Oliveira (brand manager de Nivea)
Comentários