“Estes comportamentos que normalizam e consideram que o ciúme e a perseguição acontecem porque se gosta têm de ser combatidos. Temos de desfazer estes conceitos para que as conceções do que são relações de namoro saudáveis passem por valores de igualdade, de respeito, de não violência e não discriminação”, disse a secretária de Estado numa conferência de imprensa sobre as conclusões de um estudo nacional sobre violência no namoro.

O estudo, realizado pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), revelou que 67% dos jovens aceitam como natural pelo menos um comportamento de violência no namoro.

Rosa Monteiro disse que a campanha “A violência no Namoro não é normal”, lançada hoje, pretende “não só chamar a atenção, mas também informar sobre o que são gestos e comportamentos que são de facto ameaçadores para a integridade psicológica, física, emocional dos nossos jovens e também para uma consciencialização de todos os setores que trabalham estas matérias e que trabalham com crianças e jovens”.

Realizada em parceria com o Movimento Não é Normal, a campanha decorre de “uma forma bem humorada, mas que informa sobre o controlo da forma como se vestem, das 'passwords', do acesso às redes sociais e pressão psicológica para ter um determinado comportamento, o insulto e a agressão que são comportamentos que sabemos que existem e que são muitas vezes desvalorizados, interpretados no quadro do ciúme, mas o ciúme realmente tem de ser entendido e visto pelos nossos jovens como qualquer coisa que não é saudável numa relação”, disse a secretária de Estado.

“Temos de intervir cada vez mais cedo, fazer um trabalho que passa muito pela educação formal e não formal e temos de estar alertas para estes comportamentos, não os desvalorizar. Temos de ter esta responsabilidade de intervir e apoiar a jovem que está a ser vítima”, defendeu.

Considerou ainda que “as campanhas direcionadas são muito importantes usando os meios, o tipo de mensagem e o tipo de protagonistas que os nossos jovens reconhecem”.