O bloco de gelo, que totaliza 1.550 quilómetros quadrados, destacou-se do bloco de gelo no domingo, entre as 19:00 e as 20:00 horas de Lisboa, durante uma maré que aumentou uma fissura existente, detalhou a British Antarctic Survey (BAS), um organismo de investigação sobre as zonas polares, em comunicado.
Há dois anos, um icebergue de dimensão praticamente idêntica tinha-se formado na mesma zona, batizada Barreira de Brunt, sobre a qual está instalada a estação de investigação britânica Halley VI.
Os glaciólogos, que estão no terreno de novembro a março, constatam desde há uma década o aumento de vastas fissuras no gelo.
Em 2016, o BAS tinha decidido deslocar a sua estação em 20 quilómetros, por receio de acabar por ficar em um icebergue à deriva, devido à fusão dos gelos.
“O destaque era esperado e constitui um comportamento natural da Barreira de Brunt. Não está ligado às alterações climáticas”, disse o glaciólogo Dominic Hodgson, citado no texto.
Porém, o continente sofre o impacto do aquecimento global, com temperaturas inéditas registadas em 2022, como de resto no conjunto do planeta.
A extensão do gelo atingiu em fevereiro de 2022 o mínimo de 44 anos de registos via satélite, indicou recentemente o relatório anual do programa europeu sobre as alterações climáticas, o Copernicus.
Em 2021, o degelo total de um icebergue, a quatro mil quilómetros do local de onde se destacou do bloco de gelo, em 2017, tinha libertado mais de 150 mil milhões de toneladas de água doce misturada com nutrientes e reforçado a inquietação dos cientistas quanto ao impacto do fenómeno em um ecossistema frágil.
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