O Natal está mesmo aí à porta e a corrida aos centros comerciais já é um habitué desta época. Esta data, que deveria marcar um período de reflexão espiritual, de celebração da união e da família e de solidariedade, passou, na verdade, a ser sinónimo de consumismo. E se este ano fosse diferente?
Não, não estamos a sugerir que elimine os embrulhos debaixo da árvore de Natal e não ofereça nada à avó ao sobrinho ou à melhor amiga, até porque consumir com consciência não significa parar de consumir.
O que propomos é que neste Natal consuma melhor, com qualidade e de forma sustentável. Para o ajudar nesta tarefa, Vera Gallardo reuniu algumas práticas que poderá adotar para que tenha um Natal mais consciente e amigo do planeta.
“Um Natal sustentável não exige nada de extravagante, apenas parte do princípio que é possível encontrar soluções para que o Natal não termine numa gigante bola de lixo que contamina o ar, o solo e a água e que estava ao nosso alcance evitar”, explica a autora do blog dedicado à compra consciente e sustentável de artigos de moda e beleza.
“Podemos contribuir positivamente para um Natal mais amigo do ambiente e com mais significado, sem ter de fazer o maior dos sacrifícios. Para isso basta reduzir o impacto de algumas escolhas que fazemos pelos dias que antecedem o Natal”, continua.
Vera Gallardo sabe que as compras de Natal podem ser uma tentação. Por mais que se planeiem as compras e se façam listas de presentes, é fácil desviarmo-nos das nossas reais necessidades e levar mais do que havíamos planeado. Quando nos apercebemos temos um avolumado de presentes no carrinho que no fim não correspondem nem à nossa intenção nem aos nossos planos.
O guia que Vera apresenta ajuda, de uma forma muito simples, a planear as compras de Natal tendo como base duas ideias: o que devemos evitar e o que podemos fazer quando planeamos as nossas compras.
Devemos EVITAR:
- Comprar apenas porque é Natal.
- Comprar apenas porque parece bem oferecer algo.
- Comprar coisas “baratas” que não são nem boas para oferecer nem boas para receber.
- Comprar uma coisa sem significado, que em nada valoriza a oferta ou a pessoa que a recebe.
- Não comprar coisas de plástico de uso único, de algodão a menos que seja orgânico, de sintéticos a menos que sejam provenientes de produto reciclado.
- Não comprar coisas de materiais que não se possam reciclar, renovar ou reutilizar posteriormente (ou por outras pessoas).
- Comprar prendas descartáveis.
- Usar a expressão “just in case” para justificar uma compra qualquer e sem propósito.
Podemos COMPRAR:
- Prendas que já sabemos antecipadamente que as pessoas vão gostar.
- Prendas que fazem sentido, que têm um propósito, revestidas de significado.
- Prendas que ajudem uma instituição ou organização de causa humanitária ou outras.
- Prendas feitas pela própria pessoa.
- Prendas compradas em lojas ou de marcas sustentáveis.
- Prendas de produção e venda local.
- Prendas de artigos vintage ou antiguidades.
- Prendas de artigos de qualidade e ou intemporais.
- Prendas de artigos que podem durar uma vida.
- Prendas que podem ser passadas de filhos para netos e gerações futuras.
O ideal é que estes princípios possam ser aplicados noutros momentos festivos que envolvam compras, sendo vários os seus benefícios, sobretudo os recursos poupados e a diminuição do impacto negativo que estas épocas geram no planeta.
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