“Apenas valorizamos e conservamos o que conhecemos”, a frase do ambientalista senegalês Baba Dioum é-nos endereçada por Jorge Nunes, mestre em Biologia, professor e fotojornalista, a abrir o seu novo livro “Descobrir Portugal Natural - Da selva urbana à natureza selvagem”.
Um livro que é a expressão da empatia e afeto do autor pelo Portugal diverso e “maravilhoso”, como gosta de sublinhar. Um périplo pelo nosso país fruto de duas décadas a palmilhar os diferentes habitats portugueses. Em Jorge Nunes, o apelo da natureza manifestou-se cedo na sua vida, numa infância passada nos campos da Beira Baixa.
Havia a fotografia de se juntar ao currículo de apegos do biólogo que conta com centenas de milhares de horas de trabalho de campo. Jorge Nunes não se limita a captar em imagens o nosso país natural. Nem tão pouco, trilha apenas o Portugal recôndito. Encontra, também, a maravilha junto das nossas portas, nos meios urbanos. É aí, nos espaços onde a mão humana tem mais peso que o fotojornalista encontra a maior perda de biodiversidade.
Como também nos alerta para os riscos associados à introdução de espécies invasoras, como as Mimosas e para os mitos infundados em torno de algumas espécies animais, como o Lobo e o Morcego.
Um discurso que, contudo, é positivo. Jorge Nunes vê o nosso Portugal natural com otimismo. Se há zonas do país onde perdemos biodiversidade, noutras encontramos mais espécies. Elege como uma das prioridades nacionais a restauração da nossa floresta e vê os cidadãos mais despertos para os problemas ambientais, valores naturais, preservação e fruição da natureza.
Para o autor de “Descobrir Portugal Natural” (edição Lidel) estamos de novo no bom caminho na educação ambiental em Portugal e sublinha a “fantástica recuperação do lince-ibérico”.
Finalmente, nesta conversa, Jorge Nunes deixa-nos um convite; “a que se descubra o Portugal natural, à porta de nossa casa, no nosso jardim, na nossa rua, nos parques e bosques da nossa cidade.
Um autor com um acervo fotográfico que tem servido para ilustrar centenas de artigos e diversas obras, publicadas com a chancela de diferentes editoras, entre elas “Litoral Português - 25 percursos a pé”.
O seu percurso por Portugal natural tem sido uma viagem de espanto e maravilha, como, aliás, expõe no seu novo livro. Quer, connosco, partilhar alguns desses aspetos?
O novo livro “Descobrir Portugal Natural – Da selva urbana à natureza selvagem” é o espelho da minha paixão pela Natureza e tem como principal objetivo chamar a atenção dos leitores para as belezas naturais deste maravilhoso jardim à beira-mar plantado, de forma a que possam valorizá-las e contribuir para a sua preservação.
É uma obra diferente, que se propõe observar o meio natural com outros olhos, permitindo que cada leitor se espante e maravilhe com o nosso vastíssimo património natural.
Começa com um fantástico poema inédito, escrito por Beatriz Nunes, e que nos remete, desde a primeira página, para “Pequenas Maravilhas com Rastos de Gigante”.
Quando despertou em si o interesse para este mundo maravilhoso que nos rodeia?
O mundo natural começou a fascinar-me muito cedo, quando ainda era criança. Tive a sorte de crescer numa pequena aldeia da Beira Baixa, onde desfrutei de uma meninice campestre, que me permitiu um contacto muito próximo com a vida silvestre. Foi aí, durante as brincadeiras da infância e da juventude, que desabrochou a paixão pela Natureza. Mais tarde, descobri uma outra paixão, a fotografia. Assim, de forma quase inevitável, as duas paixões uniram-se, impelindo-me a palmilhar o território português, de máquina fotográfica ao pescoço e bloco de notas na mão, para observar e registar os diversos habitats e os organismos que neles habitam.
Há mais de duas décadas que trilha o nosso país. É tempo suficiente para comparar e avaliar. Estamos a perder biodiversidade?
Durante os últimos 27 anos, em que percorri o país de lés-a-lés, inúmeras vezes, comprovei que estamos a perder biodiversidade. Contudo, não é um acontecimento generalizado, notando-se, sobretudo, em zonas mais urbanizadas e naquelas em que tem ocorrido maior intervenção humana. As causas são por demais conhecidas, como o desordenamento do território, incêndios, poluição e introdução de espécies invasoras.
No entanto, temos zonas do país (menos afetadas por fatores antrópicos), onde aconteceu exatamente o inverso, ou seja, onde tenho constatado um aumento do número e diversidade de espécies.
Durante os últimos 26 anos, em que percorri o país de lés-a-lés, inúmeras vezes, comprovei que estamos a perder biodiversidade. Contudo, não é um acontecimento generalizado, notando-se, sobretudo, em zonas mais urbanizadas.
Refere os fogos. Anualmente perdemos para esse flagelo centenas de milhares de hectares de floresta, o que inclui espécies autóctones e habitats, maltratamos os nossos litorais, alteramos o equilíbrio de rios. Apetece perguntar, até que ponto aguentarão os diferentes ecossistemas até uma perda quase total?
É verdade que muitos ecossistemas estão em situação crítica. Todavia, temos que ter esperança, pois já mostrámos que, se quisermos, somos capazes de ter um desenvolvimento mais sustentável. Por exemplo, não deixámos de ir à praia, muito pelo contrário, mas, em muitas zonas balneares, aprendemos a fazê-lo respeitando a integridade dos cordões dunares, que são ecossistemas muito sensíveis e estruturas naturais essenciais no combate à erosão costeira. Também no caso dos rios, tem sido feito um enorme esforço de despoluição, tendo por base a implementação e o alargamento da rede de saneamento e tratamento de águas residuais.
Todavia ainda há muito por fazer, sendo uma das grandes prioridades nacionais a restauração da nossa floresta, criando um mosaico agroflorestal mais favorável à biodiversidade. Registe-se que as florestas são a melhor “tecnologia” para combater o aquecimento global, a seca e a desertificação.
Estamos no bom caminho, mas ainda há muito para fazer no que respeita aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que visam, entre outras coisas, acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o meio ambiente e combater as alterações climáticas.
“Apenas valorizamos e conservamos o que conhecemos”, é uma frase que lhe serve de inspiração para o presente livro. Considera que em Portugal conhecemos verdadeiramente este nosso património natural?
Considero que temos vindo a investir nesse conhecimento e na sua divulgação junto do público em geral. Na atualidade, já não são apenas os cientistas que detêm o conhecimento científico. Ele já está acessível aos cidadãos, que estão cada vez mais despertos para os problemas ambientais, para a importância dos nossos valores naturais e para a necessidade de preservar e fruir da Natureza.
Ainda assim, apesar de vivermos num mundo dominado pelas tecnologias da informação e comunicação e do conhecimento estar cada vez mais acessível, nem sempre as pessoas o procuram, o compreendem e o utilizam, sendo por isso muito importante investirmos na comunicação científica e em educação ambiental.
Julgo que livros como “Descobrir Portugal Natural – Da selva urbana à natureza selvagem”, também poderão ajudar, pois dão a conhecer uma parte significativa da nossa fauna e flora, destacam curiosidades e aspetos menos conhecidos da natureza, alertam para as ameaças e necessidades de conservação e ajudam a acabar com mitos e crenças infundadas, relativamente a muitas espécies, como o lobo, os morcegos, os répteis ou os anfíbios, que são injustamente odiados, perseguidos e mortos devido apenas à ignorância ou desinformação.
Na atualidade, já não são apenas os cientistas que detêm o conhecimento científico. Ele já está acessível aos cidadãos, que estão cada vez mais despertos para os problemas ambientais.
Em seu entender que modelo poderíamos instaurar para salvaguardar este património natural português?
Melhorar a intervenção nas áreas protegidas, alargar e implementar convenientemente a rede Natura 2000 e apoiar as associações de defesa do ambiente e as autarquias que estão empenhadas na promoção do desenvolvimento sustentável e na recuperação e preservação da Natureza a nível local e regional. Além de fomentar a proteção das espécies e habitats terrestres e marinhos, que são a base dos serviços dos ecossistemas, de que dependemos, precisamos continuar a investir numa economia circular, nas energias renováveis e acessíveis, na despoluição dos recursos hídricos e nas medidas de mitigação, adaptação, redução de impacto no que respeita às alterações climáticas.
Neste nosso mundo, as fronteiras são uma invenção humana. A natureza não as conhece. Ou seja, não estamos imunes ao problema global das alterações climáticas. Em Portugal, em concreto, quais são os nossos maiores pecados no que diz respeito a esta questão?
Convém recordar que, num estudo recente - Eurobarómetro Especial 490 sobre Alterações Climáticas -, quase nove em cada dez inquiridos em Portugal consideram as alterações climáticas um problema "muito grave". No entanto, embora seja um problema global, ele deve ser atacado localmente (leia-se a nível municipal, nacional e europeu), com as medidas/instrumentos que temos ao nosso alcance.
Um dos nossos maiores pecados tem sido, na minha opinião, a destruição acelerada das nossas florestas, nomeadamente através dos sucessivos incêndios florestais e rurais, a que se junta uma incipiente e desordenada reflorestação. Recorde-se que as florestas têm um papel muito importante na absorção do carbono que é libertado na atmosfera.
Outro pecado, imperdoável, é a existência de uma fraca rede de transportes públicos que permita o abandono do transporte individual no automóvel. Veja-se o caso vergonhoso do caminho de ferro, que foi suprimido em muitas regiões do país ou está a funcionar de forma bastante deficiente, incluindo numa das principais ligações nacionais, entre Lisboa e o Porto.
Depois temos pecados que vamos tentando mitigar, mas ainda estamos longe do desejável. Como é o caso, do consumo excessivo de eletricidade e da incipiente aplicação da política dos 3 Rs na gestão dos resíduos: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
Por último, mas não menos importantes, existem pecados relacionados com a nossa alimentação, que, até há pouco tempo, nem tínhamos consciência. É o caso da pegada carbónica dos alimentos, nomeadamente dos que são importados.
As crianças são um público curioso. Estamos, com elas a fazer um bom trabalho de sensibilização para o nosso património natural?
Embora, durante muito tempo, tenha havido um desinvestimento na Educação Ambiental em Portugal, sobretudo depois de 2001, quando foi extinto o Instituto de Promoção Ambiental (Ipamb), creio que, agora, estamos de novo no bom caminho.
Apesar do desinvestimento do governo, os professores e os alunos mantiveram acesa a chama ambiental, promovendo, regularmente, inúmeras atividades de sensibilização e intervenção no ambiente, sobretudo, através da implementação de projetos de nível local e regional, contando para o efeito com o apoio/parceria das Associações de Defesa do Ambiente.
As recentes greves climáticas internacionais mostram-nos que as crianças e os jovens se preocupam com os problemas ambientais e se mobilizam com entusiasmo em torno da ecologia. Todavia, não basta integrar movimentos globais e demonstrar grande preocupação com o futuro do ambiente, é preciso estarem (estarmos todos) dispostos a mudar o estilo de vida. Além disso, não podemos abraçar causas planetárias, continuando totalmente ignorantes sobre o nosso património natural. Se não o conhecermos, como poderemos valorizá-lo e conservá-lo? Se não o conservarmos e gerirmos de forma sustentável como poderemos continuar a usufruir dos seus serviços, dos quais dependemos totalmente?
As recentes greves climáticas internacionais mostram-nos que as crianças e os jovens se preocupam com os problemas ambientais e se mobilizam com entusiasmo em torno da ecologia. Todavia, não basta integrar movimentos globais e demonstrar grande preocupação com o futuro do ambiente, é preciso estarem (estarmos todos) dispostos a mudar o estilo de vida.
Numa entrevista afirmou que temos um “deturpado conhecimento do nosso património natural”. Porquê?
Porque não conhecemos bem esse património o que faz com que não investamos na sua preservação. Por exemplo, no caso de espécies exóticas invasoras, a maioria dos cidadãos ainda desconhece as suas graves consequências e continuam a idolatrar as bonitas flores amarelas das mimosas (por incrível que pareça, há regiões onde ainda se faz a “Festa da Mimosa”) ou a espalhar as terríveis ervas-das-pampas, devido à beleza dos seus penachos.
Além disso, como referi anteriormente, o nosso deturpado conhecimento faz com acreditemos em mitos e crenças infundadas, relativamente a muitas espécies, como o lobo, os morcegos, os répteis ou os anfíbios, que são injustamente odiados, perseguidos e mortos devido apenas à ignorância ou desinformação.
Tendemos a achar que este Portugal natural está longe dos centros urbanos, o que é um engano. Gostaria que comentasse.
O Portugal natural, na verdade, começa à porta de nossa casa, no nosso jardim, na nossa rua, nos parques e bosques da nossa cidade. É aí que devemos dar os primeiros passos rumo ao conhecimento da nossa fauna e flora. Ao contrário do que pensamos, há muito para descobrir na selva urbana.
As grandes espécies animais e vegetais acabam por angariar um maior interesse por parte da população. Mas, na realidade há todo um mundo de pequena escala cativante. Quer dar-nos alguns exemplos?
Poderia dar inúmeros exemplos, tanto de espécies vegetais como animais. No entanto, limitar-me-ei a apenas alguns exemplos, retirados dos muitos que podem ser encontrados no livro “Descobrir Portugal Natural”, que julgo serem bastante elucidativos daquilo que nos espera se nos habituarmos a colocar os joelhos no chão e a olharmos com mais atenção para o mundo liliputiano que nos rodeia.
Nas plantas, merecem destaque as orquídeas silvestres (existem cerca de 60 espécies no nosso país), cujas flores, amiúde, imitam insetos para atraírem polinizadores, acabando, assim, por ser batizadas com nomes curiosos, como “erva-abelha”, “erva-mosca”, “erva-vespa”, “erva-perceveja” ou “erva-borboleta”.
Nos animais, destaco os insetos [em Portugal, conhecem-se mais de 20 mil espécies], onde não faltam espécies bizarras, tanto do ponto de vista anatómico como ecológico. Algumas parecem mais criaturas alienígenas, saídas de imaginativos filmes de ficção científica, do que organismos verdadeiros. Lamentavelmente, também não posso esquecer as cobras, os lagartos, os sapos, as rãs e as salamandras, pois, desde épocas remotas que se imaginaram delirantes fantasias com estes bichos. Mitos, crenças e superstições infundadas, arreigadas na cultura popular, que colocaram estas pobres criaturas no lote dos mais odiados do reino animal.
Por fim, vale a pena prestar atenção às manchas coloridas que se espalham pela paisagem. Embora pareçam salpicos de tinta que caíram de uma tela de pintura, são curiosos seres vivos que se contam entre os mais antigos da Terra. Por incrível que pareça, não são um organismo único, mas a associação de dois ou mais seres vivos diferentes que se ajudam mutuamente, vivendo em estreita cooperação. Como se não bastasse de curiosidades, constituem excelentes indicadores da qualidade ambiental, designadamente da qualidade do ar que respiramos.
Vale a pena recordar que neste mundo em pequena escala também existem espécies ameaçadas e em risco de extinção. As mais valiosas são, naturalmente, os endemismos lusos ou ibéricos, que apenas ocorrem no território português ou na Península Ibéria, não existindo em nenhum outro lugar do planeta.
Embora já só restem cerca de 300 lobos-ibéricos em Portugal, eu acredito que ainda há esperança para a sua salvaguarda e para o seu incremento populacional.
A propósito de espécies de considerável porte, falemos do lobo. Há esperança para a sua salvaguarda em ambiente natural em Portugal?
Embora já só restem cerca de 300 lobos-ibéricos em Portugal, eu acredito que ainda há esperança para a sua salvaguarda e para o seu incremento populacional, pese embora todas as ameaças que ainda incidem sobre este magnífico mamífero. É uma espécie icónica da nossa fauna e creio que, apesar dos mitos e crenças infundados que ainda existem nas populações rurais, tem sido feito um bom trabalho para o seu estudo e preservação.
Acredito que a fantástica recuperação do lince-ibérico, cuja população portuguesa esteve quase extinta e conta hoje com cerca de 75 exemplares, pode servir de inspiração para o que poderemos e deveremos fazer com o lobo, se necessário. Se conseguimos com o felino mais ameaçado do mundo, também conseguiremos com o lobo. No entanto, convém não deixarmos a sua situação piorar. Tal como recomenda o adágio popular, vale mais prevenir do que remediar.
Também é sabido que, à escala mundial, estamos a perder milhares de milhões de aves. Em Portugal, o cenário também é preocupante?
A diminuição da avifauna é preocupante em Portugal, embora, felizmente, ainda não atinja as proporções que se verificam noutros países. Isto não significa que não tenhamos espécies bastante ameaçadas, desde aves marinhas (como a pardela-balear ou a freira-da-madeira) até aves de rapina (como o britango). As causas são por demais conhecidas: destruição dos habitats naturais, implementação de agricultura intensiva com recurso a agroquímicos, introdução de espécies exóticas invasoras, poluição (com destaque para os plásticos, em ambiente marinho), a caça e a sobrepesca marítima, entre outras.
A arte de escrever com a luz é, por norma, um trabalho de paciência. No caso da fotografia de natureza, além da paciência, exigem-se conhecimentos biológicos e perseverança, pois os modelos são selvagens e, em muitos casos, bastante esquivos.
É biólogo, mas também fotógrafo da natureza. É um trabalho de muita paciência?
A arte de escrever com a luz é, por norma, um trabalho de paciência. No caso da fotografia de natureza, além da paciência, exigem-se conhecimentos biológicos e perseverança, pois os modelos são selvagens e, em muitos casos, bastante esquivos.
A minha formação em biologia ajudou-me a conhecer, de modo científico, o mundo natural, sobretudo, numa época em que ainda não havia Internet e quase não se encontravam livros sobre a realidade portuguesa. Há trinta anos, o conhecimento biológico era quase um exclusivo da academia. Hoje, felizmente, com a Internet e as redes sociais, o conhecimento ficou muito mais acessível, atualizado e dinâmico. Além disso, com o advento das máquinas fotográficas digitais surgiram imensos fotógrafos que, tal como eu, se apaixonaram pelas sedutoras formas e cores da natureza. Normalmente, usam as redes sociais para divulgarem os seus louváveis trabalhos, contribuindo de forma muito significativa para dar a conhecer os nossos valores naturais.
Como não podia deixar de ser, o livro “Descobrir Portugal Natural – Da selva urbana à natureza selvagem”, também marca presença nas redes sociais, como o Facebook , onde já conta com mais de cinco mil seguidores, que acompanham, diariamente, as novidades do nosso património natural. A página serve, assim, de complemento aos textos e fotografias que, no livro, dão a conhecer curiosidades e aspetos desconhecidos da natureza que existe ao nosso redor e em que, raramente, reparamos. Os apreciadores do Instagram também poderão acompanhar o meu trabalho.
Para terminarmos de forma positiva. De que nos devemos orgulhar neste nosso Portugal natural?
Em primeiro lugar, do nosso (ainda) vasto património natural. Em segundo lugar, do trabalho louvável que tem sido desenvolvido pelas associações de defesa do ambiente, que não se cansam de chamar a atenção para os nossos valores naturais e para os problemas ambientais que afetam os ecossistemas e, direta ou indiretamente, nos atingem também. Elas têm sido fundamentais para evitar a delapidação do nosso património e para evitar atentados ambientais feitos sob o mote do “desenvolvimento”. Em terceiro lugar, da abertura das faculdades e centros de investigação à comunidade, incentivando muitos projetos de ciência cidadã. Por último, mas não menos importante, da mobilização progressiva dos cidadãos para a defesa dos seus valores naturais. Afinal, nós todos somos a causa de muitos problemas ambientais e seremos, sem dúvida, parte da solução.
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