“Acho que foi um grande erro a China não ter vindo. O resto do mundo olhou para a China e perguntou: que valor acrescentam eles?”, questionou Joe Biden, em conferência de imprensa durante a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que decorre na cidade escocesa de Glasgow entre 31 de outubro e 12 de novembro.

Para o Presidente norte-americano, trata-se de um “assunto importantíssimo” e os chineses “viraram costas”.

“Como podemos fazer uma coisa dessas e reivindicar qualquer liderança?”, repreendeu Joe Biden.

Ao não comparecer nas cimeiras do G20 e da COP26, Xi Jinping “perdeu a oportunidade de influenciar as pessoas em todo o mundo”, apontou.

O Presidente chinês enviou uma mensagem escrita, publicada no ‘site’ na Internet da COP26, não havendo previsão de intervir por videoconferência ou mensagem de vídeo para os chefes de Estado e de Governo.

“O mesmo se aplica a Vladimir Putin”, reforçou Joe Biden, referindo-se ao Presidente da Rússia, que também não compareceu as reuniões de Roma e Glasgow.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na COP26 para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.