“As ações para evitar os piores impactos do desastre climático têm de começar com os países desenvolvidos a honrarem o compromisso de investir capital novo e adicional e financiamentos sobre o clima num mínimo de 100 mil milhões de dólares por ano”, cerca de 85 mil milhões de euros, defendeu Akinwumi Adesina.
O comentário surge depois de na quarta-feira o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ter defendido a transição para energias renováveis, redução da utilização dos combustíveis fósseis e carvão, mais impostos e menos subsídios sobre recursos naturais poluentes.
Em 2019, o BAD investiu 10,3 mil milhões de dólares (8,7 mil milhões de euros) no desenvolvimento de projetos no continente, dos quais 3,6 mil milhões de dólares (3 mil milhões de euros) foram reservados para o financiamento climático, o que representa quatro vezes mais do que a verba destinada para esta área em 2016, lê-se na nota divulgada em Abidjan.
“No ano passado, o banco investiu 63% do seu financiamento climático na adaptação, ultrapassando os 50% defendidos pelas Nações Unidas para projetos de mitigação e adaptação às alterações climática”, lê-se ainda na nota enviada à Lusa, que lembra que a cimeira global sobre o clima (COP26) acontece dentro de seis semanas em Glasgow, na Escócia.
Noutra intervenção no âmbito da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorreu em Nova Iorque, na semana passada, Adesina defendeu que o continente africano não pode depender do resto do mundo para resolver os problemas de saúde, nomeadamente no contexto da pandemia.
“A África não pode externalizar a sua saúde para o resto do mundo, temos de construir a capacidade de produção interna do continente”, disse Adesina, acrescentando: “Temos de garantir isso, porque uma das maiores lições da pandemia é que continente tem de confiar e depender de si próprio”.
Num painel organizado pelo Future Investment Initiative Institute sobre vacinas, resiliência e saúde global, Adesina prometeu financiamentos de 3 mil milhões de dólares, aproximadamente 2,5 mil milhões de euros, nos próximos dez anos para a área da saúde e juntou a sua voz à daqueles que defendem o fim da proteção intelectual para as patentes das vacinas contra a covid-19.
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