Diz-nos a Lei de Murphy “Se algo pode correr mal, vai correr mal”. E o ano de 2022 pode ser considerado um “coquetel molotof”. A guerra, na Ucrânia, no início do ano, juntamente com o período pós-pandemia fez disparar preços, escassez de matéria-prima, aumento do preço da energia e a juntar isso, um ano de seca, com grande impacto na agricultura.
“O ano de 2022 ficou marcado por um verdadeiro terramoto do mercado das commodities e, em particular, das matérias-primas. O exponencial aumento dos custos das matérias-primas mais usadas no fabrico de fertilizantes associado ao elevado custo das principais fontes energéticas provocaram uma grande escassez no fornecimento de fertilizantes ao agricultor e a preços nunca antes vistos”, assinalou, Marco Morais, o diretor-geral da Timac Agro, empresa de nutrição vegetal e animal, num evento de apresentação de resultados da empresa e de uma nova geração de bioestimulantes - ADN Performance - composta por cinco gamas diferentes, tendo em vista responder aos problemas da agricultura moderna.
A população mundial não para de aumentar e um dos grandes desafios à escala global é a necessidade de alimentar essa população. Se em 1950 se estimava que um hectare alimentava duas pessoas, atualmente calcula-se que alimente mais de cinco pessoas. Aumentar a produção, mas de forma mais sustentável, de acordo com as regras europeias, têm feito com que o mercado tenha sofrido grandes mudanças na procura de melhores soluções.
Em ano de muita seca e falta de água, a Timac Agro foi uma das empresas que se aliou à iniciativa tripartida da Magos Irrigation Systems, a Rivulis e a Orivárzea, produtora de marcas como Bom Sucesso ou Belmonte, num ensaio de produção de arroz com rega gota a gota e adubação através da água de rega, em Pancas, zona de Benavente, numa extensão de quatro hectares, que começou em maio e com colheita em outubro de 2022.
Num dos primeiros balanços, garantiu-se a poupança de cerca de 50% de água comparado com o sistema convencional, algo acima das expectativas dos envolvidos. A colheita deu lugar a perto de cinco toneladas de arroz, muito acima das expectativas, apesar de ser abaixo do sistema convencional.
Este ensaio trata-se de uma revolução na forma de produzir arroz a nível nacional, numa cultura que ocupa cerca de 30 mil hectares de terreno. O seu sucesso pode vir a reduzir o número de intervenções no terreno, como aplicação de fertilizantes e herbicidas, além de simplificar a operação de colheita. Além disso, pode permitir o uso de zonas consideras improdutivas ou mesmo viabilizar a sua cultura fora das zonas convencionais.
Apesar de o ano passado ter sido um ano desafiantes, em jeito de balanço a Timac Agro assume ter tido um ano recorde em 2022, graças ao lançamento da nova geração de bioestimulantes, que permitiu um crescimento de 44% neste segmento.
“Este novo conceito permitiu que os agricultores portugueses pudessem produzir mais, com forte redução de inputs fertilizantes e minimizando o impacto negativo dos stresses climáticos”, concluiu Marco Morais.
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