Quanto mais elevada é a potência contratada escolhida pelos consumidores, quando celebram um contrato de eletricidade, maior é o número de equipamentos elétricos que podem estar ligados ao mesmo tempo, mas com um custo mais pesado desta componente na fatura da eletricidade.
“É da maior importância que os consumidores tenham uma potência adequada ao número de equipamentos elétricos que ligam ao mesmo tempo em casa”, considerou a presidente da ERSE, Cristina Portugal, realçando que a expressão “chave é ‘ao mesmo tempo'”.
O simulador que o regulador disponibiliza a partir de 29 de maio, assinalando o Dia Mundial da Energia, na sua página da Internet, recomenda o valor de potência a contratar pelos clientes de baixa tensão normal e com instalações elétricas monofásicas, e fornece informação sobre o valor que pode poupar com essa redução do nível de potência.
“Se o consumidor baixar uma escalão na sua potência contratada poderá conseguir uma poupança de pelo menos 22 euros por ano”, refere a ERSE, adiantando que “essa poupança poderá ser ainda maior caso reduza a potência contratada até 3,5 kVA, beneficiando ainda da diminuição da taxa do IVA de 23% para 6% a partir de 01 de julho em Portugal continental”.
Na prática, o novo simulador permite ao consumidor identificar os equipamentos elétricos que precisa de utilizar em simultâneo — por exemplo, o frigorífico, a televisão e a máquina de lavar loiça — para perceber qual é a potência mais adequada no seu caso.
Como ponto de partida, o simulador apresenta cinco exemplos de utilização de equipamentos, que correspondem a cinco escalões de potência contratada diferentes (dos 3,45 kVA a 10,35 kVA), podendo adaptar os exemplos, adicionando ou eliminando equipamentos, bem como editando a potência de cada um deles, obtendo um resultado mais próximo do real.
Num encontro com jornalistas, Hugo Coutinho, da Direção de Tarifas e Preços da ERSE, deixou o alerta: “se o quadro elétrico nunca se desliga, o consumidor pode baixar a potência contratada”, de forma a conseguir baixar a fatura de eletricidade.
Para o efeito, os consumidores têm que fazer o pedido ao comercializador de eletricidade, que se articula com o operador da rede de distribuição (EDP Distribuição) para proceder a esta mudança que é gratuita.
Em princípio, a alteração de potência implica a visita de um técnico, excetuando-se se o contador for inteligente, e estiver ligado a uma rede inteligente, em que a operação pode ser feita remotamente.
De acordo com dados da ERSE, os escalões de potência mais frequentes em Portugal são 3,45 kVA, com 2,8 milhões de consumidores (45% do total), e 6,9 kVA, com 1,6 milhões de consumidores (25% do total).
Apenas os consumidores de baixa tensão — famílias e pequenos negócios — têm que escolher um escalão de potência contratada, uma vez que os consumidores em níveis de tensão superiores são faturados de acordo com a potência máxima registada nos últimos 12 meses.
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