Numa altura em que se fala da possibilidade (real) de vermos as nossas reformas reduzidas pelo menos para metade, pode parecer pouco intuitivo (ou pouco inteligente) falar da possibilidade de nos reformarmos mais cedo. Podendo não ser imediato, é possível. Mas para tal temos de tomar algumas opções. Umas mais agressivas outras mais fáceis.

Planeamento

O primeiro passo para poder aumentar a probabilidade de se reformar mais cedo passa por fazer um planeamento rigoroso. Não só teremos de ter umas ideias sobre os nossos gastos enquanto reformados como também fazer as contas para garantirmos que os nossos rendimentos irão chegar para tudo. Aqui devemos considerar não só a reforma do sistema público como também, e mais importante, o rendimento do património acumulado em poupança.

Prudência

Ao planear a sua reforma deverá ter em atenção que é possível que viva muitos anos enquanto reformado (esperemos). Assim, sugerimos prudência no calculo dos gastos e na estimativa da sua esperança de vida. Não perde nada em assumir que vai viver mais anos… sim, isso vai implicar que tenha de poupar mais dinheiro.

Começar a poupar o quanto antes

Não nos cansamos de repetir a necessidade de começar a poupar o quanto antes. É certo que os dados recentes mostram que a poupança das famílias portuguesas foi negativa pela primeira vez deste os últimos (muitos) anos. No entanto, podemos ser diferentes. Começar a poupar hoje vai-nos facilitar muito o caminho. Vai-nos obrigar a poupar menos todos os meses do que se começarmos a poupar apenas dentro de uns anos.

Não se esqueça, também, que para poupar basta que comece com poucos euros. O fundamental é mudar a mentalidade reinante que nos apela ao consumo a todo o custo. Mudar de mentalidade vai implicar que comecemos a criar hábitos de aforro que acabarão por ser muito rentáveis.

Acabar com todos os créditos

Livrar-nos de um crédito é fundamental para o nosso bem-estar emocional. É certo que há créditos que são positivos (por exemplo, quem tem atualmente um crédito habitação não paga praticamente juros…). No entanto, deixar de pagar ao banco liberta-nos bastante capital que poderá ser usado para acumular numa poupança ou simplesmente para consumir enquanto reformados.

Na Reorganiza vemos muita gente que quer muito pagar os seus créditos mas não sabe como o fazer. Neste campo, sugerimos sempre que comece por renegociar os seus créditos de modo a conseguir baixar as taxas de juros que suporta. De seguida, com o valor da poupança poderá começar a amortizar os seus créditos começando por aqueles que têm a taxa de juro mais elevada.

Poupar quem nem um doido

O benefício da poupança é todo seu. Assim, tudo aquilo que conseguir poupar irá ser utilizado por si para aquilo que quiser. Pode ir de viagem. Pode pagar os seus créditos. Pode gastar. O importante é que se esforce por atacar todos os seus custos com a maior rapidez e pragmatismo possível. Terá de vencer a inércia que é a grande inimiga da sua carteira. Já reparou que não negociar o seu pacote de comunicações ou simplesmente não levar o almoço para o trabalho acabam por “comer-lhe” mais de €150 todos os meses? O que faria com este dinheiro?

Cuidado com os impostos

Para poupar para o longo prazo terá de ter em especial atenção os impostos que irá pagar. Assim, sugerimos que procure produtos financeiros que sejam mais atrativos fiscalmente. Falamos aqui dos seguros de capitalização ou dos PPR. No entanto, opte por produtos com algum risco e fuja dos produtos de capital garantido e com comissões de subscrição. Pode pensar que 1% ao ano não é muito… mas em 30 anos talvez comece a fazer a diferença.

Diversificar as fontes de rendimento

Hoje em dia está muito em moda o investimento imobiliário. É simples perceber o motivo. As taxas de juro dos melhores depósitos a prazo caíram a pique. Adicionalmente, temos mais turismo em Portugal o que faz com que o mercado imobiliário tenha começado a reagir em alta… por que não procurar o investimento imobiliário? É possível ter crédito habitação para investir em imóveis para o arrendamento. Se tiver poupanças, poderá mesmo utilizar o dinheiro para isso.

O fundamental neste ponto consiste em encontrar diferentes fontes de rendimento que se complementem e diversifiquem umas às outras. Já reparou que ter um rendimento passivo (por exemplo dos seus certificados de aforro) é algo extraordinário? Não tem de trabalhar para receber dinheiro…

Estas e outras sugestões poderão ajudá-lo a poupar mais para a reforma. Acumular algum património que depois acabe por gerar rendimentos passivos. Não é fácil. Mas é possível. Bastará muito rigor e disciplina, pensando sempre naquilo que é mais importante para a sua vida.