O salário líquido da generalidade dos trabalhadores dependentes e pensionistas vai subir já a partir de setembro. Esse aumento decorre da entrada em vigor das novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que vai traduzir-se em descontos mensais mais baixos, sobretudo nos meses de setembro e outubro.
Neste artigo, saiba como pode calcular o seu salário líquido até ao final do ano.
Tabelas de retenção na fonte: O que muda em setembro?
O Governo decidiu avançar com um alívio adicional ao IRS, a meio deste ano, mas com o objetivo de o fazer refletir nos rendimentos auferidos desde o início de 2024. Para isso, criou tabelas de retenção na fonte especiais, que estarão em vigor apenas nos meses de setembro e outubro. Essas tabelas incorporam um mecanismo de compensação, através de taxas muito reduzidas, que vão, na prática, compensar os contribuintes pelo montante que descontaram em excesso até agosto.
Ou seja, em setembro e outubro, os trabalhadores por conta de outrem e pensionistas vão sentir um aumento significativo no seu salário líquido, devido a este efeito de retroatividade, porque os descontos para o IRS serão muito mais baixos.
Durante estes meses, há mesmo quem não vá fazer qualquer desconto. É o caso dos trabalhadores dependentes não casados, ou casados com dois titulares, com rendimentos brutos até 1.175 euros mensais que, para os rendimentos recebidos entre 1 de setembro e 31 de outubro, terão uma taxa de retenção na fonte de 0%. No caso de casados, únicos titulares, os rendimentos livres de retenção na fonte de IRS vão até aos 1.394 euros brutos.
Já para os pensionistas, a taxa de retenção zero vai aplicar-se até aos 1.202 euros brutos para não casados ou casados e com dois titulares, e até aos 1.487 euros brutos para pensionistas casados com apenas um titular de rendimentos.
E o que acontece a partir de novembro?
Em novembro e dezembro, entram em vigor novas tabelas de retenção na fonte de IRS, já sem o efeito de retroatividade, mas com taxas mais baixas do que as aplicadas até agosto. Significa isto que os trabalhadores dependentes e pensionistas verão o seu rendimento líquido baixar face aos meses de setembro e outubro, mas aumentar em relação ao que receberam até agosto.
Vejamos o exemplo de um trabalhador dependente, sem filhos, com um salário bruto de 1.500 euros. Os descontos para o IRS eram de 203 euros até agosto. Nos meses de setembro e outubro serão de apenas 12 euros e, a partir de novembro, de 189 euros. Ou seja, já contando com os descontos para a Segurança Social, este trabalhador, que recebia um salário líquido de 1.132 euros até agosto, passa a receber 1.323 euros em setembro e outubro, e 1.146 euros a partir de novembro.
Para facilitar os cálculos, e saber o que vai mudar no seu caso, pode recorrer ao Simulador de Salário Líquido do Doutor Finanças.
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