O que é o deficit?
Em qualquer orçamento, seja orçamento familiar, empresarial ou do Estado, temos sempre duas componentes: receitas e despesas. Para sabermos como está a saúde da nossa vida financeira temos de aprender a calcular a situação líquida.
Situação Líquida = Receitas – Despesas
Através deste cálculo percebemos se estamos no equilíbrio (valor próximo do zero) e se é esta a nossa situação é melhor procurar ajuda rapidamente, pois significa que ao mínimo imprevisto vamos “cair no buraco”; se estamos em situação positiva (é o que se deseja); ou se estamos em situação líquida negativa, ou seja, em déficit orçamental.
Diferenças entre Orçamentos
Para uma família estar numa situação líquida negativa (déficit orçamental) é uma situação dramática e insustentável, pois rapidamente surgirão as penhoras no salário, as ações executivas e terão de pedir ajuda a terceiros para resolver a situação. Nenhuma família consegue estar em déficit anos seguidos. Pois, para as famílias não há mesmo vida para além do déficit. Só têm duas opções: ou resolvem, ou resolvem a vida financeira! Felizmente que para tudo há solução. Na Reorganiza acompanhamos vários casos de pessoas que pensavam não ser possível melhorar a vida financeira e ficam surpreendidos como é possível dar a volta por cima a todas as contrariedades.
No que diz respeito ao Estado já não é bem assim. Para o Estado estar anos a fios a ter mais despesa do que receita não parece ser um problema. Há a crença que o país não pode falir e que haverá sempre apoios comunitários, financiamento externo ou mesmo um resgate financeiro periodicamente.
De quem é o problema?
O Estado pode defender que há vida para além do déficit pois o facto de dar prejuízo sistematicamente não é o problema de uma só pessoa, mas de todas e isso, paradoxalmente, parece atenuar as consequências. O facto de ser um problema de todos parece retirar-lhe peso: “mesmo que não seja eu a pagar alguém irá pagar… nem que seja daqui a 100 anos”.
É evidente que a vida não se reduz a números e que a dignidade das pessoas está acima de tudo o resto. Mas esta realidade indiscutível não é argumento para não nos preocuparmos com a diminuição do déficit. É assustador que estejamos todos tranquilos (e que até festejemos) o fato do país atingir um déficit de 3%. Pode parecer que vivo noutra realidade, mas não é evidente que prejuízo atrás prejuízo leva-nos ao precipício? Podemos não ser nós a cair, mas alguém vai ser prejudicado e isso não nos devia deixar dormir sossegados (sob pena de nos tornarmos uns egoístas), quanto mais defender que a preocupação com este indicador económico não é assim tão relevante.
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