Depois de ter dado vida à engraçadíssima Marisa em Laços de Sangue, a atriz volta a encantar os portugueses com a prima Glória na novela Rosa Fogo, em exibição na SIC. Para Dânia Neto o melhor da sua experiência na ficção nacional são as personagens diferentes que lhe têm permitido crescer enquanto atriz. “Só assim se aprende e evolui”, diz ela nesta entrevista que decorreu num dia preenchidíssimo de gravações.
É de ascendência venezuelana mas cresceu no Algarve. Quem era venezuelano na sua família?
Os meus bisavós. Emigraram para a Venezuela e fizeram lá a vida deles. O meu pai veio para Portugal com 15 anos, pouco depois conheceu a minha mãe, casaram-se e eu já nasci cá.
Já visitou o país de origem dos seus antepassados?
Ainda não. As minhas irmãs vão todos os anos, o meu irmão também já foi mas eu nunca consegui ir, coincide sempre quando estou a trabalhar. E tenho pena porque ainda temos lá família.
A sua personagem Marisa, uma feirante muito sexy em Laços de Sangue, foi um grande desafio?
Foi provavelmente a melhor personagem que eu já desempenhei, para mim foi um bombom. Foi um projeto que ficou no meu coração, conheci pessoas fantásticas e deu-me muito prazer fazer. Depois, para além de ser um registo cómico que eu nunca tinha feito, era uma personagem muito consistente, ela vivia dramas muito reais…
…E era muito humana.
Era profundamente humana e amava muito aquele homem. Achava aquela história toda muito bonita. Além de ter o lado cómico também tinha uma parte emocional muito forte. Para mim, enquanto atriz deu-me a oportunidade de mostrar registos completamente diferentes dentro da mesma personagem.
Na rua diziam-lhe o quê?
Metiam-se imenso e achavam piada às roupas e à forma de ser da personagem. A alegria do mercado contagiou muito as pessoas que viam a novela. Era e continuo a ser muito acarinhada na rua ainda por causa da Marisa
E com a Glória Rufino, de Rosa Fogo, como está a ser?
Agora chamam-me “prima”. As pessoas também acham muita graça a esta personagem.
Também é uma mulher ingénua, que vem da terra…
É ingénua mas também é uma espertalhona. Ela não é, de todo, aquilo que aparenta ser. Não tem uma grande maldade mas tenta levar as pessoas com o jogo de cintura dela, com aquele arzinho muito frágil, parece que não parte um prato, e vai-se a ver e parte a loiça toda.
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Estreou-se como actriz nos Morangos com Açúcar e chegou mesmo a fazer duas séries entre 2004 e 2006. Que balanço faz dessa experiência?
Estive um ano e meio a gravar Morangos e para primeiro projeto foi muito intenso. Foi uma experiência muito bonita que ficou para sempre no meu coração especialmente por ter sido o primeiro trabalho.
Em 2004 também participou na série Maré Alta, na SIC. A comédia assenta-lhe bem?
Acho que sim. Logo a seguir fiz o Camilo em Sarilhos, tudo belíssimos trabalhos.
Mais recentemente foi uma vampira má traficante de sangue em Lua Vermelha.
Foi o seu maior desafio profissional?
Vampiros são figuras de ficção e nunca se sabe muito bem como encontrar o registo da personagem. Em termos de pesquisa e comportamento foi um bocado animalesco, portanto foi um projeto que me deu muito prazer sobretudo porque era uma vilã.
Todos os atores gostam de um bom vilão...
Gosto de todos os papéis que me desafiem. Este que estou a fazer neste momento é um papel desafiante assim como a Marisa também foi e a Eva também. São personagens diferentes que me permitem crescer enquanto atriz. Só assim se aprende e evolui.
A sua mãe ainda vem visitá-la a Lisboa com frequência?
Vem muitas vezes sim.
No início deste ano confidenciou numa entrevista que gostava de constituir família. Já encontrou o seu príncipe encantado?
Ainda não.
Sente que nasceu para ser mãe e ter família. Gostava de ter quantos filhos?
Não sei mas gostava de ter muitos. Mas como ainda não apareceu o príncipe encantado é um projeto a longo prazo. Ainda há muita coisa para acontecer na minha vida.
Depois de terminar a relação de três anos com o DJ Gonzo está sozinha há dois anos. Acha que os homens temem assim tanto o mediatismo das mulheres?
Sinceramente não sei. Depende muito do feitio das pessoas, mas para quem não é deste meio se calhar sente-se um bocadinho intimidado.
Assume-se romântica mas pouco lamechas. Isso quer dizer o quê?
Que sou romântica mas não sou tipo lapa, não ando colada às pessoas a fazer coisas estranhas.
E o namoro com o Paulo Futre nasceu como?
Ainda hoje estou para descobrir. Começou com a notícia de que o Futre iria participar na novela, eu nem sequer o conhecia, nunca o tinha visto. Acabei por conhecê-lo num trabalho no Porto, durante uma presença, e, a partir desse dia, apareceram logo fotos nossas a falar e a partir daí as coisas ultrapassaram-nos completamente.
Qual é a recordação mais romântica da sua vida?
Sei lá, se calhar as dos filmes. Há filmes tão bonitos com cenas tão bonitas…
Seria capaz de perdoar uma traição?
Acho que não mas como não sei o dia de amanhã o melhor é não falar muito sobre isso. A experiência de vida que tenho, a forma como fui educada e como vejo as coisas, acho que quem é capaz de fazer a primeira também faz a segunda e a terceira…
O amor é…
Lindo!
Palmira Correia
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