Estamos quase em época de final de ano académico e muitos portugueses começam a fazer contas à vida para os estudos do próximo ano. Seja o caso de estar no final do secundário, a meio da licenciatura, a candidatar-se para mestrado, pós graduação ou doutoramento, tudo tem custos elevados. Estudar implica custos e nem sempre as bolsas são suficientes.

Pode haver alguma resistência ao recurso ao crédito (e em alguns casos ainda bem!) mas é importante esclarecer que o crédito pode ser bom e até uma forma inteligente de gerir o seu dinheiro. É importante saber distinguir “crédito bom” de “crédito mau”.

Algumas perguntas que poderão ajudá-lo a decidir:

1)    Fará sentido recorrer ao crédito para estudar?

Há muitas finalidades possíveis de um crédito, sendo que há umas mais relevantes que outras. Quando alguém recorre ao crédito para uma formação superior está a fazer um investimento num bem intangível e que perdurará para toda a vida. Para além disso este tipo de investimento poderá permitir usufruir de vencimentos mais altos e ter outras perspetivas de carreira. Neste sentido, o crédito para a formação tem uma finalidade bem justificada.

2)    O crédito é uma “prisão”?

Fazendo uma análise pela oferta comercial que existe de Crédito para estudar encontramos prazos que podem ir de 12 a 192 meses. No entanto, em muitos bancos existe a possibilidade de amortização antecipada e/ou usufruir de períodos de carência de capital nos primeiros anos de modo a que fique a pagar a prestação mais elevada quando já estiver em melhores condições profissionais.

3)    O crédito é caro?

Para avaliar o preço de um crédito deve verificar a taxa de juro associada ao mesmo. As taxas de juro para o crédito a universitários podem oscilar entre os 3,308% a 14,58%. Sendo que em alguns casos os bancos fazem correlacionar a taxa de juro ao desempenho académico obtido. Pode acontecer que melhores sucessos académicos traduzam-se num financiamento mais baixo! Verifique no simulador as condições para este tipo de financiamento.

Quando falamos de crédito universitário não podemos deixar de referir o chamado crédito disponibilizado através do Sistema de Garantia Mútua (SPGM). No entanto são poucas as pessoas que conseguem usufruir destas condições especiais que o Estado disponibiliza todos os anos. Nesta modalidade pode usufruir do financiamento sem estar a trabalhar e pode financiar-se até 5.000 euros por ano (entregues em tranches mensais) com taxas de juro que podem atingir níveis de 1%

Solicitar um crédito exige cálculos prévios e perceber como esta nova prestação pode afetar o seu orçamento familiar. Para ter maior controlo sobre as suas responsabilidades financeiras pode recorrer a ferramentas de apoio à gestão do orçamento familiar.

Vivemos tempos de grandes dificuldades financeiras e o crédito tem sido motivo de sufoco para muitas famílias, mas a oportunidade de estudar (em Portugal ou no Estrangeiro) pode ter um valor incalculável no longo prazo. Seja qua for a sua situação o investimento na educação terá sempre um retorno mais elevado que qualquer outro ativo!

João Raposo