No que toca ao planeamento das finanças de uma família, existem algumas regras básicas que devem ser contempladas. Não gastar mais do que ganha, poupar uma parte do seu ordenado ou controlar os gastos são alguns dos conselhos que deve implementar na gestão da sua vida financeira. No entanto, nem sempre é fácil fazê-lo quando o rendimento é inconstante. No caso das famílias em que um dos membros é 'freelancer', planear o orçamento familiar torna-se mais complicado. O salário não é certo, os pagamentos podem atrasar-se ou pode nem sequer conseguir trabalho durante algum tempo. Neste caso, poupar torna-se ainda mais importante. Conheça alguns conselhos que deve ter em conta se o seu parceiro é 'freelancer'. Leia ainda o artigo “Quer ser ‘freelancer’? Saiba o que deve ter em conta”.
1. Porque devem os gastos ser partilhados?
Os dois membros do casal devem de igual forma contribuir para o orçamento familiar. Normalmente, a tendência é utilizar o rendimento do trabalhador com salário fixo como a base para as despesas mais importantes e o rendimento do trabalhador 'freelancer' para gastos mais livres como é o caso de jantares fora ou de gastos com férias. Mas esta tendência torna o rendimento do 'freelancer' trivial e pode causar alguns problemas entre o casal. Além disso, se o trabalhador 'freelancer' conseguir um contrato que lhe garanta uma melhoria significativa do seu rendimento, por força do hábito, este pode ser usado em grande parte para gastos desnecessários.
Outra estratégia que pode implementar na sua vida financeira é deixar o parceiro que recebe um salário fixo fique encarregue dos custos fixos e o trabalhador 'freelancer' responsável pelas contas-poupança do casal. Leia o artigo “10 Ideias para tornar o dia de trabalho mais produtivo”.
2. Como faço o orçamento familiar?
Para os casais que não tenham um rendimento certo e previsível é aconselhável que cada membro contribua com uma percentagem do seu rendimento para a vida familiar em vez de um valor fixo. Desta forma cada um está a gastar consoante o seu rendimento. Os especialistas do Wall Street Journal recomendam, por exemplo, que cada parceiro deva contribuir cerca de 60% do seu rendimento para custos fixos como impostos, seguros e despesas gerais (supermercado, combustível e serviços), 10% para uma poupança a pensar na reforma, 10% para uma poupança com objetivo certo (férias, carro novo ou obras em casa) e 20% para despesas de lazer (refeições fora de casa ou comprar roupa). Leia o artigo “É trabalhador independente? Saiba como preencher o IRS”.
3. Quanto devo gastar?
Depois de saber quanto vai gastar é importante que reflita sobre os seus gastos. Faça uma estimativa global do rendimento do casal (sempre por baixo) e das despesas fixas mensais da família. Tente renegociar contratos para baixar os seus custos. É também fundamental que vá construindo um fundo de emergência com o montante necessário para aguentar alguns meses com um rendimento mais pequeno ou para enfrentar um período em que não tem rendimentos. Leia o artigo “Quatro erros comuns dos trabalhadores independentes” .
4. Não se esqueça dos impostos
Enquanto trabalhador por conta própria tem mais obrigações fiscais e contributivas do que o seu parceiro. E por isso deve estar sempre atento às suas obrigações perante as finanças e a segurança social. É aconselhável que todos os anos faça um mapa mensal com todas as datas importantes relativas aos seus impostos. Lembre-se que enquanto trabalhador a “recibos verdes” terá que pagar mensalmente à segurança social e fazer retenção na fonte de 25% do seu rendimento para efeitos de IRS. Saiba no entanto que se no ano anterior tiver recebido menos que 10 mil euros, não é obrigado a fazer retenção na fonte todos os meses podendo optar por no final do ano acertar as suas contas com as finanças. De salientar também que se no ano anterior o seu rendimento bruto não tiver atingido os 10 mil euros, está isento de cobrar IVA. Leia o artigo “Recibos verdes: Como abrir e fechar a atividade”.
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