Diz o ditado que “quem não tem cão, caça com gato”. Isto mesmo é o que muitas pessoas pensam no momento atual. Confrontados com o problema do desemprego são cada vez mais os portugueses que optam por fintar esta situação através da criação do seu próprio negócio. Os números não deixam margem para dúvidas: nos primeiros sete meses de 2013 foram criadas perto de 23 mil novas empresas em Portugal. Muitas destas empresas são constituídas por pequenos empreendedores. Se pertence ao clube daqueles que gostariam de ser o seu próprio patrão, se tem uma boa ideia de negócio e gostaria de materializar o seu sonho, aqui ficam alguns mecanismos de apoio financeiro que poderão ser essenciais para conseguir montar o seu próprio negócio.

1. Receber o subsídio de desemprego por inteiro:

Se perdeu o seu posto de trabalho ou está em vias de o perder saiba que poderá optar por receber o subsídio de desemprego por inteiro, caso apresente um projeto viável para a criação do seu próprio emprego. Ou seja, em vez de receber a prestação mês a mês, receberá este apoio numa única prestação para conseguir montar o seu próprio negócio.

Para isso, terá de apresentar o seu projeto de criação do próprio emprego junto do serviço de emprego do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e obter a sua aprovação. Por norma, o IEFP deverá dar uma resposta no prazo de 60 dias úteis. Para ter mais informações sobre este mecanismo poderá consultar o guia da segurança social sobre este tema aqui .

2. Analise as linhas MicroInveste e Invest+:

No âmbito do Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego, o IEFP disponibiliza duas linhas de crédito ao investimento para os desempregados inscritos nos centros de emprego que queiram criar a sua empresa. Os trabalhadores independentes cujo rendimento médio mensal seja inferior à retribuição mínima mensal garantida também poderão candidatar-se a estes apoios. As linhas em questão são as seguintes: Microinvest e Invest +. Enquanto que a primeira presta um financiamento máximo de 20 mil euros; a segunda dirige-se a montantes de financiamento que variam entre os 20 mil e os 100 mil euros. Ambas as linhas têm um prazo de reembolso de 84 meses. Para ter mais informações sobre estes apoios, consulte a página do IEFP aqui.

3. Verifique se pode recorrer ao microcrédito:

Dependendo da sua situação financeira, poderá também ponderar ao microcrédito tradicional. Esta linha de crédito destina-se a financiar projetos de negócio de pessoas que vivem numa situação económica e social mais desfavorecida e, como tal, não conseguem aceder ao crédito bancário normal. Para aceder a esta linha, os interessados terão de estar desempregados (ou em risco de poder vir a estar sem emprego) ou sem uma ocupação estável. Além disso não poderão ter incidentes bancários. Ou seja não podem ter prestações em dívida ou estarem na lista de inibição do Banco de Portugal.

Quem concede o microcrédito são os bancos que têm um protocolo assinado com a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC). O montante máximo de financiamento que poderá ser solicitado nesta linha é de 15 mil euros. Esta linha tem a vantagem de prever spreads mais atrativos face aos praticados nos créditos bancários normais e comissões mais baixas. Para saber mais informações consulte o site da ANDC aqui.

4. Não se esqueça das linhas de crédito apoiadas pelo Estado:

Além das linhas já anteriormente referidas, os empreendedores poderão recorrer às linhas de apoio estatal especialmente dedicadas às pequenas empresas. A linha PME Crescimento 2013 possui uma dotação de cerca de 400 milhões de euros direccionada para os micro e pequenos negócios. Neste caso, os valores máximos de financiamento são de 25 mil euros (no caso dos microempresas) e os 50 mil euros (para as pequenas empresas) por um período de quatro anos. Para ter acesso a este tipo de financiamento terá apenas de se dirigir ao balcão de um dos bancos protocolados e apresentar a sua candidatura a esta linha de crédito.