
Maria Helena Ricardo e Maria Assunção Pilar, de 61 anos, são gémeas e trabalham no mercado da depilação quase há 40 anos. Pioneiras nesta área operando exclusivamente com eletrólise. Há cerca de 20 anos criam a Clínica do Pêlo, operando exclusivamente com laser. Actualmente são líderes de mercado, e contam já com 25 clínicas espalhadas pelo país.
Helena e São apostaram na criação do primeiro Centro de Depilação Definitiva em Benfica com uma máquina de electrólise, mas rapidamente perceberam que o seu negócio tinha todas as condições para se expandir, e abriram a primeira Clínica do Pêlo, no Saldanha Residence, que se assume, actualmente, como sendo a “casa mãe” e o pilar de todas as clínicas.
Sempre atentas às novas tecnologias, quando surge a técnica do laser, quiseram testar elas próprias anonimamente em vários centros, mas aquilo não as convenceu. Mais tarde, com a evolução do laser, tiveram acesso a um folheto mais consistente. “Liguei para o representante e combinei logo que queria ficar na clínica em Madrid para ouvir testemunhos de quem já tinha experimentado o laser”, conta Helena rendida ao novo equipamento.
Tinha apenas um senão, o preço. Mas nem isso as demoveu pois o produto era, de facto, o melhor e o mais seguro. Apostaram nessa técnica, compraram a nova máquina e foram as primeiras a utilizar em Portugal o laser Alexandrite de 15 milímetros que ainda hoje utilizam. “Começámos a transferir as pessoas da eletrólise para o laser gratuitamente e os resultados eram tão bons que as nossas clientes começaram a passar a palavra”, recorda Maria Assunção.
Na altura, as gémeas referem que o arranque para esta nova abordagem foi complicado porque eram máquinas com técnica de excelência no sector, pelo que a juntar ao investimento inicial, existiam ainda outros factores e custos a ter em conta, nomeadamente, a assistência e suporte técnico. “Cada vez que uma máquina se avariava vinha um técnico de Madrid repará-la, porque aqui não havia ninguém para a arranjar”, um risco que ambas consideram ter valido a pena correr.
Preocupadas com as clientes mais jovens, as gémeas recordam que havia muitas miúdas que usavam o cabelo para a cara para esconder os pêlos. “Algumas até se empenhavam para pagar a eletrólise. Quando chegou o laser, achámos que iria ser um sucesso, por isso decidimos agarrar isto com unhas e dentes para conseguir chegar aos jovens. E conseguimos!”, diz Helena, orgulhosa do percurso percorrido.
A partir da abertura da primeira Clínica de Depilação a laser, a ampliação do negócio foi inevitável. Uma vitória para as gémeas que são reconhecidas no mercado como a empresa do sector com mais experiência na área da depilação definitiva a laser. “As pessoas começaram a acreditar em nós, a ver resultados, e nunca mais parámos de crescer sem fazer uma única publicidade. A nossa melhor publicidade foi a recomendação das nossas clientes. O boca-a-boca foi decisivo na consolidação da nossa marca”, sublinha a porta-voz das irmãs.
O crescimento exponencial das clínicas deve-se, também, à entrada dos três filhos rapazes para a gestão da Clínica do Pêlo. Todos eles apostados em dinamizar a empresa das mães, implementando e desenvolvendo novas estratégias e planeamento, com uma abordagem comercial jovem, forte e actual. Curiosamente, as mães nunca fizeram questão de os ter na empresa, mas hoje não podem estar mais felizes: “Foi uma lufada de ar fresco e foi graças a eles que se deu todo este crescimento.”
As empresárias e os filhos têm um desejo comum: apesar das aliciantes ofertas para franchising da marca, todos eles rejeitam esse caminho. Consideram que o mais importante é controlar e acompanhar as clínicas, o que dificilmente seria possível num franchising. Acreditam que só com este tipo de estrutura familiar é possível assegurar um controlo rigoroso e efectivo de toda a estrutura.
Actualmente, com 120 colaboradores a trabalhar nas suas clínicas, as empresárias orgulham-se de terem conseguido chegar até mesmo ao target de mulheres que ganham o ordenado mínimo, graças aos seus preços imbatíveis e acessíveis.
Apesar do empenho que colocaram nas suas vidas profissionais, as irmãs não descuram a vida familiar: “Fomos sempre mães muito atentas”, e reconhecem que não foi uma tarefa fácil. “Costumo dizer que eu e a minha irmã temos 120 anos porque trabalhámos sempre o dobro das outras pessoas”, ironiza Maria Assunção.
O facto de serem gémeas foi fundamental para o sucesso da empresa. “Contámos sempre com o apoio uma da outra. Nós nem precisamos de falar para saber o que a outra pensa e também nos ajudou muito acreditarmos naquilo que fazíamos”, volta a sublinhar Maria Assunção para reiterar que as pessoas têm de ser felizes e sentir-se realizadas naquilo que fazem. E elas, sem dúvida partilham da conquista de objectivo cumprido, e são felizes!
Texto: Palmira Correia
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