Foi estudado que dormir de lado revela alguma insegurança e esconde uma ansiedade que vai aumentando à medida que se aproxima a hora de acordar. Será?

Já dormir de barriga para cima, a posição mais comum, é um sinal de autoconfiança e de optimismo. Sonhar de barriga para baixo indica uma agressividade camuflada e alguma agitação no que toca à vida amorosa.

Poderíamos continuar a dissertar sobre este tema, mas desta vez a história é outra e queremos falar-lhe dos bastidores do sono. Sim, porque antes de enfrentar a passerelle que é a sua cama, veste-se para a ocasião.

Ou talvez não... Pijama, camisa de noite, calções e top ou ao natural são escolhas que já foram submetidas ao divã da psicologia e que, tal como as posições que adoptamos enquanto dormimos, revelam traços da nossa personalidade. Reveja-se nos cinco retratos que reunimos para si e lembre-se que ainda está a tempo de mudar, não de personalidade, claro, mas de traje de noite!

As clássicas

Ao longo dos tempos, a camisa de noite tem vindo a ser amputada, tornando-se cada vez mais curta e, logo, mais prática e sexy. E, sim, há que admitir que uma espécie de saco de batatas sem formas e até aos pés não pode ser considerada uma arma de sedução muito eficaz.

Não obstante, mesmo tendo sofrido as mutações inerentes ao evoluir dos séculos, de acordo com a opinião dos estudiosos do assunto, as mulheres que usam camisa de noite assumem em pleno a sua feminilidade e o seu lado maternal e, por outro lado, revelam uma componente sonhadora associada à infância e à família. Transparentes, decotadas, de algodão ou de seda, várias nuances dentro do mesmo tema, o eterno feminino.

As independentes

Se, para um homem, actualmente, o pijama corresponde a uma espécie de fato oficial para dormir, o mesmo não acontece em relação à mulher, cuja vestimenta tradicional será, então, a antiquíssima camisa de noite. Pelo menos, antigamente, as nossas avós não vestiam outra coisa!

Segundo os especialistas, quando a mulher opta por dormir de pijama está a descolar-se do conceito que associa a feminilidade a uma certa fragilidade e à imagem de mãe. Quanto mais simples e masculino for o pijama (sem ursinhos, pinguins, dizeres bordados, etc.) maior será a tal necessidade de transmitir aos outros e a si própria que se é autónoma e auto-suficiente.

As modernas

Mudam-se os tempos, mudam-se as toilettes para dormir. Da mesma forma que as camisas de noite têm vindo a encolher, o mesmo aconteceu aos pijamas, que se metamorfosearam em versões como os calções e top. Mais sexy ou mais desportivos, expressam a necessidade de liberdade de movimentos e, inconscientemente, a tendência para o individualismo.

A ciência classifica estas mulheres como muito reservadas no que toca às emoções (blindando-as). Rigorosas, perfeccionistas e com um enorme temor de situações imprevistas ou as quais não consigam controlar são outras características associadas a este perfil. Geralmente estas são as mesmas mulheres que, durante os meses mais frios, optam pelos tais pijamas de homem, daqueles com casaco de gola e botões, lisos ou com padrões clássicos.

Veja na página seguinte: As descontraídas, as ambíguas e as minimalistas

As descontraídas

Tanto lhes faz! Umas calças de fato de treino velhas, uma
t-shirt comprada há cinco anos na República Dominicana, estas mulheres não estão preocupadas com a imagem que transparecem ao deitar.

Esta indumentária pode ser adoptada por dois tipos de representantes do sexo feminino, nomeadamente aquela que vive sozinha e não sente necessidade de se vestir a rigor para dormir... ou seduzir.

Por outro lado e, curiosamente, transmitindo exactamente a mesma mensagem, encontra-se a mulher que tem uma relação estável há bastante tempo e que, por isso, não sente necessidade de se vestir a rigor para dormir... ou até mesmo para seduzir.

Mas, cuidado, a confiança na estabilidade da relação, aliada à rotina, podem ser agentes infiltradas que abrem guerra ao desejo, mesmo quando estamos de olhos fechados. Surpreender de vez em quando o seu companheiro com uma toilette sexy, mesmo que o objectivo de ambos seja dormir, é a nossa dica.

As ambíguas

Uma camisola de alças ou uma t-shirt e mais nada denuncia alguém cuja personalidade alberga um lado racional e outro que quer transgredir. A parte de cima atenua a restante nudez, conferindo uma certa neutralidade. Quem estudou esta matéria afirma que estas mulheres conseguem controlar os seus instintos e emoções e que aquilo que dizem pode não corresponder, na realidade, àquilo que sentem.

As minimalistas

Tudo a nu é a máxima de todas aquelas que preferem deitar-se «ao natural». Ao contrário do que se possa pensar, este hábito não denuncia uma preferência pelo erotismo nem é um traço de sensualidade. Na opinião dos experts, a nudez não estimula a fantasia nem deixa espaço para que se adivinhe o que se esconde sob a roupa.

Assim, dormir nua é uma opção bastante abrangente, que significa que a pessoa se sente bem com o seu próprio corpo e que está livre para fazer o que quiser: sexo, dormir ou, simplesmente, repousar. Geralmente tratam-se de pessoas afectuosas, que gostam de contacto físico.

Pode existir uma variante neste perfil. Falamos das mulheres que dormem apenas de cuecas. Neste caso, a introdução desta única peça pode estar associada a uma questão de pudor, higiene e, por estarem ainda muito ligadas à infância, numa espécie de atitude regressiva. Será que Freud, se fosse ainda vivo, teria uma explicação para aquilo que escolhemos vestir quando abrimos a porta ao mundo dos sonhos? Apostamos que sim.

Texto: Teresa d'Ornellas