Será relevante pensar ainda na comunicação? Talvez hoje ainda mais do que noutra qualquer altura...

Numa época em que vivemos agarrados aos telefones, em chamadas curtas e imensíssimas mensagens. Quando o e-mail tomou conta dos nossos dias. E nos coloca a distâncias incríveis dos outros.

Talvez por isso a comunicação esteja descurada. A atenção à forma parece ter sido colocada de lado, em favor da suposta urgência e simplicidade dos meios.

E ainda assim, insistimos em trocar mails para agendar um qualquer apontamento, quando bastaria uma chamada. Ou trocamos inúmeros mails quando seria mais fácil (e rápido) levantarmo-nos até o colega do lado e fecharmos de imediato datas, horas, condições.

E porquê? Para quê?

Naturalmente, escondermo-nos atrás de um écran - maior ou menor - dá-nos a sensação de protecção ou defesa que uma mesa ou um púlpito dão numa situação de confronto ou exposição.

Será a comunicação mais difícil hoje em dia? Não sei. O receio de falar, de expor ideias, de aparecer, parece manter-se. eventualmente, pela imensidão de informação disponível, aquele receio pode exercer uma pressão maior.

O que podemos fazer?

O mesmo de sempre: pensar no que queremos alcançar, ter um objetivo sempre presente. Saber a quem nos vamos dirigir. O que essa ou essas pessoas valorizam. Ao que são mais ou menos susceptíveis. O que queremos que aconteça. Irmos directos ao que interessa.

Quanto mais o fizermos, mais experientes nos tornamos. e mais conscientes do processo, da influência exercida, do impacto criado, seremos. E este é o ponto de partida para um caminho de conquistas em comunicação. É o que nos ajuda a falar de forma consciente e segura numa reunião, perante o chefe ou um cliente. É o que nos dá destreza para participar nos fóruns de discussão (habitualmente espaços vazios de debate).

É o que nos torna mais conscientes e atentos aos outros. É o ponto de partida para inspirar e mobilizar os outros.

Há algo de errado nisto? Não me parece...

Cláudia Nogueira

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