Um artigo de opinião da advogada Ana Leonor Marciano, especialista em Direitos Humanos, violência de género, violência doméstica, Direitos das crianças.
As principais figuras do antigo regime, 50 anos após o fim da ditadura em Portugal, mantêm-se presentes em pelo menos 721 artérias do país, de 195 concelhos, sendo que 17 têm o nome de Salazar.
Na exposição em mostra no LX Factory até setembro, o artista plástico Bastien Tomasini inspirou-se nas referências do Barroco português, especialmente nos elementos que fotografou no Museu Nacional do Azulejo.
Por perto de 40 anos o nosso país viveu sob os ditames de um regime autoritário que influenciou a vida da população. Na memória coletiva, perduram as memórias da censura, da repressão política e do controlo ideológico. Há, paralelamente, uma outra história, a dos quotidianos, tantos quantos aqueles
No dia 25 de Abril, erguemos com orgulho os cravos vermelhos, comemoramos e respiramos a liberdade. Mas apesar de sermos uma nação livre, seremos efetivamente capazes de viver em liberdade dentro de nós próprios?
A socióloga Ana Nunes de Almeida considera que a atual pandemia é a rutura mais extraordinária que viveu desde o 25 de Abril de 1974, provocando o sentimento inverso, de privação da liberdade e impedimento de abraçar o próximo.
A fome nas escolas começou a ser combatida depois do 25 de Abril de 1974 com a distribuição de um copo de leite, fruta e pão, recorda António Teodoro, que seria nomeado inspetor-chefe do ensino primário envolvido nas mudanças.
Confinados em casa por causa da pandemia da covid-19, professores recordam o tempo em que ganharam a liberdade de reunião e expressão, o dia em que puderam “sair de um quarto escuro para um jardim luminoso”.
Após a Revolução de 25 de Abril, as aulas foram suspensas, as avaliações postas em causa, os manuais “excomungados” e milhares de alunos temporariamente impedidos de seguir para a universidade, mas os estudantes garantem que “nunca se aprendeu tanto”.