Faringites, laringites, traqueítes, bronquites, gripe e pneumonias resultam do contacto com numerosos vírus e bactérias que circulam no meio ambiente.

Muitas destas infeções exigem tratamento, com os antibióticos a ocuparem lugar de destaque (atenção! nunca é excessivo lembrar que estes fármacos são ineficazes no tratamento das infecções virais, como as constipações ou a gripe). É preferível prevenir do que tratar. A prevenção passa por quatro níveis de intervenção: modelos de vida saudável, boas condições ambientais, vacinas e medicamentos que estimulam as defesas do organismo.

Relativamente aos primeiros, é reconhecido que uma alimentação cuidada, o respeito pelos períodos de sono, não fumar, não consumir drogas, não ingerir álcool em excesso, não ser sedentário ou obeso e ter as doenças crónicas controladas são condições necessárias a um bom estado de saúde. Por exemplo, é durante o sono noturno que se verifica a regeneração de muitas células imunitárias, os principais agentes na defesa contra as infeções.

Muito relacionadas com doenças respiratórias estão as condições ambientais, em particular as condições da habitação. Casas frias, húmidas, mal ventiladas, insalubres ou poluídas criam condições propícias ao aparecimento de doenças do trato respiratório.

Relativamente às vacinas, há duas direcionadas para tipos diferentes de microrganismos: os vírus da gripe e os pneumococos, os principais responsáveis pelas pneumonias.

As vacinas destinam-se aos grupos de pessoas mais fragilizadas, nas quais ambas as doenças adquirem um caráter de maior gravidade, originando letalidade significativa: crianças (devido à imaturidade do sistema imunitário), idosos (pelo enfraquecimento natural) e pessoas com doenças crónicas.

A vacina da gripe pode, e deve, ser aconselhada igualmente a profissionais de saúde, pessoas institucionalizadas, frequentadores de locais com grande acumulação populacional, obesos, etc.

A vacina antipneumocócica, que estimula a produção de anticorpos contra os principais tipos de pneumococos, tem como principais grupos-alvo as crianças, os idosos, pessoas com doenças crónicas ou debilitantes e, ainda, pessoas com ausência ou disfunção do baço.

Com o mesmo objectivo, sobretudo nas crianças com infeções respiratórias de repetição, são utilizados imunoestimulantes, medicamentos à base de lizados ou partículas dos microrganismos causadores das infeções respiratórias. Estes medicamentos estimulam as células imunitárias responsáveis pela resposta às agressões desses microrganismos, com vantagens clínicas evidentes.

Não se esqueça: sendo as infeções respiratórias uma realidade inevitável, preveni-las pode fazer a diferença entre a doença e a saúde. Vacine-se.

Fundação Portuguesa do Pulmão

Texto de Jaime Pina (médico)

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