Falta de ar, tosse, entupimento nasal e aumento do cansaço são alguns dos sintomas que afectam as crianças com doenças respiratórias.

Será o caso do seu filho? Pois saiba que a solução para este leque de problemas pode estar nos tratamentos termais.

Como explica Frederico Teixeira, farmacologista clínico e director clínico das Termas de Monte Real, «estas são aconselhadas nas situações em que há congestão nasal, aumento das secreções, dificuldade em respirar. Isto é, situações de fragilidade da mucosa das vias respiratórias que podem favorecer uma evolução para amigdalites de repetição, alterações rino-faríngeas constantes e, com o tempo, alterações auditivas».

Como actua

Na Primavera e no Outono / Inverno, as crianças sofrem inúmeras vezes de doenças respiratórias das vias aéreas superiores porque «têm uma fragilidade imunológica geral ou das mucosas das vias aéreas», esclarece o especialista.

O aparecimento repetitivo dessas situações, «para além das perturbações imediatas (dificuldade em respirar, dormir, tosse, febre, mal-estar) pode evoluir para casos mais graves e, nomeadamente, conduzir a deformidade da face, alterações da voz, otites de repetição com problemas da audição ou até surdez, alterações no crescimento», alerta Frederico Teixeira.

Os tratamentos termais têm, por um lado, um efeito anti-inflamatório e descongestionante (por ser uma água com elevada mineralização, sulfatada cálcica e magnesiana) e, por outro, uma acção anti-infecciosa e modificadora do terreno alérgico (dado ser uma água sulfúrea).

As diferenças

O tratamento para rino-sinusite e rino-faringite, adenoidite e otite de repetição na infância passa pelo uso, também repetidamente, de antibióticos, vasoconstritores locais, anti-inflamatórios e corticosteróides.

Para o especialista, não há dúvidas «que esses medicamentos podem ser úteis ou até indispensáveis (sobretudo nas fases de agudização).

Mas, não deverá esquecer-se que a terapêutica termal tem aí também as suas indicações, quase sempre sem as desvantagens dos efeitos secundários que aqueles medicamentos apresentam com a sua utilização repetida.»

Recomendações

Geralmente utilizados a partir dos quatro anos de idade, os tratamentos termais podem ser uma opção em idades mais precoces, desde que as crianças consigam compreender a sua necessidade e permanecer quietas durante a sua realização.

Antes de procurarem um centro termal, os pais devem consultar o médico de família ou o pediatra. «Se a criança se encontrar num período infeccioso agudo, por exemplo de gripe, amigdalite aguda e purulenta ou otite aguda, não deverá frequentar as termas», diz o especialista. Nesses casos, «impõe-se que primeiramente se trate com medicamentos», aconselha.

Para conhecer os tratamentos termais, adaptados às crianças, disponíveis nas Termas de Monte Real clique aqui.

Texto: Cláudia Vale da Silva com Frederico Teixeira (farmacologista clínico e hidrologista)