As semelhanças entre as duas perturbações
Existem doenças mentais ou perturbações psicológicas difíceis de diagnosticar, por se confundirem no modo como se manifestam. É o caso das perturbações bipolar e borderline, que apresentam muitas semelhanças entre si em termos de sintomatologia. Contudo, diferem muito nas implicações que têm na vida da pessoa, bem como requerem um plano terapêutico diferente. Assim, é muito relevante perceber as diferenças entre estas duas patologia.
A pessoa que sofre de perturbação bipolar ou borderline apresenta sintomas muito semelhantes, tais como desorganização emocional, depressão e comportamentos impulsivos. Em ambos os casos, a pessoa apresenta mudanças emocionais bruscas e com dificuldades em controlar os seus impulsos. Igualmente, a pessoa apresenta diversas dificuldades físicas ou emocionais que interferem no seu dia a dia, em particular ao nível das suas relações interpessoais.
As consequências associadas a estes quadros costumam ser igualmente semelhantes, uma vez que interferem maioritariamente no modo como a pessoa se vê e perceciona o que a rodeia, resultando em comportamentos mais impulsivos e desestruturados, incluindo comportamentos autolesivos.
Como distinguir a perturbação bipolar da borderline?
Então, como distinguir a perturbação bipolar da perturbação de personalidade borderline? No próximo quadro estão resumidas algumas das principais diferenças:
Em Portugal, estima-se que atualmente existam cerca de 200 mil casos de doença bipolar, não havendo dados concretos relativamente à perturbação borderline. É necessário um tratamento multidisciplinar: médico psiquiatra + psicólogo clínico.
Cada situação é distinta, existindo até a possibilidade de estarem presentes as duas perturbações em simultâneo (situação muito pouco comum), dificultando ainda mais o diagnóstico e tornando o tratamento mais complexo.
Tendo em conta a complexidade das duas perturbações psicológicas, um tratamento multidisciplinar é essencial. Caso se identifique com os sintomas descritos neste artigo, ou tenha conhecimento de alguém que apresente esta sintomatologia, quer seja de forma contínua, ou apenas pontualmente, deve recorrer ao apoio de um médico psiquiátrico e de um psicológico clínico. Ambos, num trabalho conjunto, poderão elaborar o melhor plano terapêutico que promova o seu bem-estar diário e contribua para o estabelecimento de relações interpessoais mais saudáveis.
Margarida Rogeiro / Psicóloga e Psicoterapeuta
© PsicoAjuda – Psicoterapia certa para si, Leiria
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