Em 2014 ocorreu em Portugal um dos maiores surtos de Legionella. Recentemente, a Doença dos Legionários voltou a ser notícia. Mas, afinal, do que é que estamos a falar e qual o risco que representa para a saúde pública?

Legionella é uma bactéria que pode causar a chamada Doença dos Legionários, assim apelidada por o primeiro surto identificado ter ocorrido numa convenção da American Legion, em 1976. Trata-se de uma pneumonia, cujos sintomas iniciais se manifestam dois a dez dias após o contágio.

As principais manifestações são febre alta, dor de cabeça, tosse seca, falta de ar, diarreia, vómitos e dores musculares. Por se tratar de um conjunto de sintomas comum a outras doenças, o diagnóstico correcto carece de confirmação laboratorial. Quando confirmada, e para evitar complicações, esta pneumonia requer, por norma, internamento e é tratada com antibióticos.

Correm maior risco de infecção as pessoas com mais de 50 anos, com doenças crónicas (diabetes, DPOC – Doença pulmonar obstrutiva crónica, entre outras), fumadoras ou alcoólicas.

A Doença dos Legionários transmite-se apenas pela inalação de partículas disseminadas através de sistemas contaminados com a bactéria, de que são exemplo os sistemas de ar condicionado, os chuveiros, as instalações térmicas, entre outros. Isto significa que a doença não é transmitida pela ingestão de água, nem entre pessoas.

Para controlar os surtos da Doença dos Legionários é essencial identificar a fonte de disseminação das bactérias e actuar sobre a mesma, não sendo possível tomar muitas medidas de prevenção individual.

No recente caso, ocorrido no Hospital São Francisco Xavier, a Direcção-Geral da Saúde já tomou as medidas que se prevê serem suficientes para controlar o surto, nomeadamente o choque térmico e químico no sistema de distribuição de água do hospital e o encerramento e tratamento das torres de refrigeração.

Texto de CEDIME

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