Aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) há «sensivelmente 15 anos», o exame do PSA veio «facilitar a detecção do cancro da próstata», refere Nuno Monteiro Pereira, urologista.
Trata-se de uma análise ao sangue que mede os níveis do antigénio específico da próstata (PSA), uma proteína produzida pela próstata.
Como explica o National Cancer Institute, «é normal que os homens tenham baixos níveis de PSA no sangue, contudo o cancro da próstata ou outros quadros não tumorais podem aumentar os seus níveis», nomeadamente infecções ou inflamações.
Segundo o mesmo organismo, «os níveis de PSA, por si só, não oferecem informação suficiente ao médico para distinguir um problema benigno na próstata de um cancro. No entanto, o médico tem em conta os resultados deste exame para decidir se deve ou não investigar mais» sobre a possibilidade do homem sofrer dessa doença maligna.
Nesse sentido, caso esta análise revele valores elevados (geralmente acima de 4ng/ml), deverá ser feito um exame mais detalhado, geralmente uma ecografia transrectal da próstata com biópsia, que permitirá confirmar ou afastar essa suspeita.
O que mudou com esta descoberta
Nuno Monteiro Pereira revela que «antigamente quase só se iniciava o tratamento do cancro da próstata em fases avançadas, dado que o diagnóstico também era tardio por os sintomas surgirem muito tarde». As queixas mais frequentes eram «dores nas costas e dificuldades respiratórias, normalmente quando as células malignas já se tinham espalhado para os ossos e pulmões», acrescenta o especialista.
Hoje em dia, com a existência deste exame, que deve ser realizado anualmente a partir dos 50 anos, já é possível detectar cedo possíveis tumores, devido às alterações dos níveis de PSA.
Segundo o urologista «este exame é muito simples e eficaz, tendo fiabilidade elevada». Existem ainda assim, segundo o National Cancer Institute, algumas limitações, nomeadamente o facto desta análise poder «não ajudar um homem que seja vítima de um cancro agressivo, que evolui rapidamente e que já se tenha espalhado para outras partes do corpo antes de ser detectado.»
Segundo este organismo, actualmente, «os investigadores estão a estudar formas de validar e melhorar ainda mais a eficácia do PSA e a pesquisar novos métodos de detecção precoce do cancro da próstata».
A investigação está empenhada em novos exames (genéticos, sanguíneos ou de urina), que podem vir a ser utilizados individualmente ou combinados com o exame do PSA, e que poderão vir a avaliar parâmetros como alterações ao nível do DNA, certas moléculas produzidas pelo metabolismo ou determinados padrões das proteínas no sangue, entre outros.
Texto: Claúdia Vale da Silva com Nuno Monteiro Pereira, urologista da Clínica do Homem e da Mulher
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